Variam as acepções da Filosofia e varia também o seu nome. Mas, como quer que a Filosofia seja tomada, ela não se confunde com nenhuma outra ciência, com nenhum outro campo de preocupações. O âmbito em que se move, se distingue, pela sua natureza, de todos os outros. A Philosophia pode ser tomada num sentido estrito, designando uma ciência do Ser ou uma ciência das essências como a definiu Platão. Ou ainda, uma ciência da essência e da existência de todos os seres, como a compreendem (…)
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Geheimnis / mistério / mystère / mystery
Matérias
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Barbuy: Filosofia não é Ciência
7 de outubro de 2021, por Cardoso de Castro -
Barbuy: Kierkegaard (2) - Formas do Desespero
8 de outubro de 2021, por Cardoso de CastroI — O ego é primeiramente uma síntese consciente de infinito e de finito, que se relaciona consigo mesma e cujo fim é tornar-se ela mesma, o que só pode fazer relacionando-se com Deus, que a colocou como síntese. Salvar-se é tornar-se si mesmo em suas relações com Deus. Este tornar-se si mesmo é certamente um vir-a-ser concreto, que não se pode cumprir nem só num, nem só noutro dos termos da antítese, senão se estabelece a desarmonia, o desespero, pela negação do finito, ou do infinito. O (…)
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Barbuy: Da negação verbal do ser
6 de outubro de 2021, por Cardoso de CastroAs preocupações do pensamento posterior a Kant foram de ordem fenomênica, não de ordem ontológica. Desde que o fenomenismo, com a exclusão teórica do ser substancial se instaura no seio mesmo da filosofia contemporânea, marcada pelo subjetivismo, não tarda que o sujeito do conhecimento se negue verbalmente pelo seu próprio objeto, sendo assim o fenomenismo subjetivo sucedido pelo fenomenismo pseudo-objetivo.
O espírito científico-naturalista, o qual é tanto uma negação da inteligência (…) -
Barbuy: Progresso (6) - progressismo e fatos históricos
7 de outubro de 2021, por Cardoso de CastroBARBUY, Heraldo. O Problema do ser e outros ensaios. São Paulo: Convívio, 1984, p. 114-115.
6. Se para o que se refere à origem e ao progresso do mundo cósmico, o monismo não é senão uma forma do panteísmo, isto é, uma teoria de que não se pode destacar uma causa substancial causante, a situação absolutamente não é outra, quando a ideia de progresso se exerce no exclusivo domínio da história, que é o seu terreno habitual. Não se distinguindo essencialmente entre matéria e forma, entre (…) -
Barbuy: Progresso (7) - progressismo século XIX
7 de outubro de 2021, por Cardoso de Castro7. Mas, o século XIX contemplou a história como progresso plasmador da sua própria grandeza: não fez história, mas autobiografia. O progresso da ciência físico-química e as descobertas técnicas estavam patentes aos olhos de todos, anunciando os poderosos instrumentos de ação e destruição dos tempos hodiernos. E já porque todo esse progresso nasceu do triunfo da civilização urbana sobre a religiosidade camponesa; e já porque a intuição camponesa dos valores vitais lhes infunde o sentido da (…)
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Barbuy: senso comum (11) - arte
7 de outubro de 2021, por Cardoso de CastroBARBUY, Heraldo. O Problema do ser e outros ensaios. São Paulo: Convívio, 1984, p. 161-168.
11. A perda da significação do ritmo se traduz ao olhar de qualquer observador por uma série de fenômenos, cuja evidência é inegável; as grandes cidades, onde desfilamos como expressões transitórias de massas anônimas — hóspedes passageiros de moradias coletivas — onde a confusão, o caos, a rotina, a resignação, a domesticação nos reduzem a apêndices de máquinas, a peças de engrenagens, matam em (…) -
Barbuy: Progresso (5) - devenir incessante
7 de outubro de 2021, por Cardoso de CastroBARBUY, Heraldo. O Problema do ser e outros ensaios. São Paulo: Convívio, 1984, p. 112-114.
5. Quando se verifica que a ideia do progresso indefinido, do devenir incessante, constituiu o fulcro de onde emanaram atividade e pensamento contemporâneos, justo será perguntar em que espécie de progresso se tem acreditado tão fanaticamente: se no moral ou no econômico; no espiritual ou no material; no afetivo ou no intelectual. O progressismo, porém, não saberia dar uma resposta: a ideia de (…) -
Barbuy: senso comum (10) - próprio tempo
7 de outubro de 2021, por Cardoso de CastroBARBUY, Heraldo. O Problema do ser e outros ensaios. São Paulo: Convívio, 1984, p. 160-161.
10. A causa mais importante do declínio do realismo, no início da chamada idade moderna e da sua posterior total substituição pelo criticismo não foi, como frequentemente assinalam os historiadores, o descrédito em que caiu a física de Aristóteles, depois das novas descobertas científicas, arrastando consigo também o descrédito da metafísica; diversamente, o que se deu foi que o realismo não podia (…) -
Barbuy: Das capas da realidade
6 de outubro de 2021, por Cardoso de CastroBARBUY, Heraldo. O Problema do ser e outros ensaios. São Paulo: Convívio, 1984, p. 41-44. (1a ed., São Paulo: Liv. Martins Editora, 1950)
Quando começamos a perguntar o que é a realidade, começamos também a perguntar o que é. A primeira visão que se nos oferece neste mundo sujeito à mudança e à corrupção é constituída por um conjunto de qualidades, de fenômenos — (o que Heidegger recentemente denominava “mundo à mão”, zuhandene Welt); a primeira capa da realidade não é senão aquela que os (…) -
Barbuy: visão filosófica
7 de outubro de 2021, por Cardoso de CastroBARBUY, Heraldo. O Problema do ser e outros ensaios. São Paulo: Convívio, 1984, p. 79-83.
Toda a filosofia reflete uma visão fundamental, que é ao mesmo tempo religiosa, intelectiva, volitiva e emotiva. Estes elementos são inseparáveis, embora, didaticamente, se possa distinguir entre a intuição intelectiva e a volitiva, entre a intuição emotiva e a religiosa. A intuição intelectiva recebe as verdades racionais e os primeiros princípios da Inteligência; é por exemplo a intuição que nos (…) -
Barbuy: senso comum (9) - habitar
6 de outubro de 2021, por Cardoso de Castro9. Por que, pois, dirá Nietzsche que não há mais horizontes ao redor? Talvez porque a terra não é mais o lugar em que se habita: habitar um lugar não é apenas estar nele; o habitar não é um ato físico, mas metafísico; o habitar um lugar supõe que haja possibilidade de habitar e supõe que exista o lugar; isto envolve a proximidade e a distância, a duração e o sentido das cousas.
Habitar é ter uma vizinhança, estar próximo do que se vive; habitar é estar num lugar, que não é um trecho do (…) -
Barbuy: senso comum (1) - senso interno
6 de outubro de 2021, por Cardoso de Castro1. Poder-se-ia indiferentemente falar em crise do senso comum ou crise da intuição originária. O que se desejaria entender pela expressão “senso comum” não é outra cousa senão a intuição profunda da realidade concreta, uma faculdade que não é comum no sentido de que pertença necessariamente a todos e sim no sentido de ser distinta e comum a todas as faculdades que nos ligam à realidade, dominando-as e unificando-as numa síntese, a que tanto se pode denominar sabedoria da vida, como visão da (…)
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Barbuy: A Nação e o Romantismo
8 de outubro de 2021, por Cardoso de CastroBARBUY, Heraldo. O Problema do ser e outros ensaios. São Paulo: Convívio, 1984, p. 259-291
1. A exposição que se vai seguir foi reconstituída de notas de aulas ministradas na Faculdade de Filosofia “Sedes Sapientiae”, da Universidade Católica de São Paulo, bem como de uma conferência pronunciada no Centro de Estudos Sociais e Políticos. Nesta última, procurei demonstrar, em síntese, que existem três espécies de nacionalismo: o Romântico, o Burguês e o Dialético ou comunista. Não podendo (…)