Júlio Fragata, A Fenomenologia de Husserl como Fundamento da Filosofia. Livraria Cruz, 1959
CAPITULO II A EVIDÊNCIA APODÍTICA
1. — INTENÇÃO SIGNIFICATIVA E INTUIÇÃO
«Evidência» (Evidenz, Einsicht) e «intuição» (Intuition / Anschauung) são dois conceitos fundamentais e inseparáveis na filosofia de Husserl. Quase todas as suas obras refletem a preocupação de ter o leitor a par do sentido destes termos, e já na sexta e última investigação lógica, publicada na segunda edição em volume à (…)
João Cardoso de Castro (doutor Bioética - UFRJ) e Murilo Cardoso de Castro (doutor Filosofia - UFRJ)
Matérias mais recentes
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Fragata (1959) – Intenção significativa e intuição
18 de março, por Cardoso de Castro -
Bornheim (1979) – Filosofia e Realidade Nacional
18 de março, por Cardoso de CastroExcerto de "O Idiota e o Espírito Objetivo".
O problema de uma filosofia especificamente nacional, que encontre no caráter autóctone o seu critério de autenticidade (ia dizer validez), vem sendo reiteradamente colocado no Terceiro Mundo. Evidentemente, esse desiderato inscreve-se num complexo bem mais vasto de questões: trata-se do processo que pretende superar uma situação de inferioridade cultural através da afirmação de uma "linguagem" nacional. E nacional quer dizer, entre outras (…) -
Flusser – A Filosofia da Caixa Preta
18 de março, por Cardoso de CastroÍndice
1. A imagem
2. A imagem técnica
3. O aparelho
4. O gesto de fotografar
5. A fotografia
6. A distribuição da fotografia
7. A recepção da fotografia
8. O universo fotográfico
9. A urgência de uma filosofia da fotografia
O presente ensaio é resumo de algumas conferências e aulas que pronunciei sobretudo na França e na Alemanha. A pedido da European Photography, Göttingen, foram reunidas neste pequeno livro publicado em alemão em 1983. A reação do público (não apenas (…) -
Sentimentos sensoriais
18 de março, por Cardoso de Castro(RMAP:238-239)
O que "se vive" no domínio dos sentimentos sensoriais — prazer e dor "físicos" inerentes às sensações — é a "superfície" ou o "exterior" do ser próprio: as partes do corpo onde esses sentimentos sensoriais estão localizados, mas, de maneira mais geral, as [239] partes do corpo que estão envolvidas no exercício das funções vitais e sensoriais. No entanto, é apenas na passividade do prazer e da dor física que os limites físicos do meu ser me são dados de forma muito clara: (…) -
Estratificação da vida afetiva e profundidade da pessoa
18 de março, por Cardoso de Castro(RMAP:237-238)
[…] O que significa, em última análise, conhecer a si mesmo? É no sentir que nos encontramos a nós mesmos, como vimos. No entanto, um encontro é apenas um limiar, o início de um possível percurso de conhecimento. Mas também vimos que somos dados a nós mesmos na ação, ou por meio dela.
Só que há uma diferença aqui. Uma ação, uma decisão, uma vontade, não pode ocorrer em primeiro lugar. Primeiro vêm os sentimentos que a motivam. Mesmo que esse "primeiro" não deva ser (…) -
Consciência (Bewusstsein)
18 de março, por Cardoso de Castro(RMAP:86-88)
Em alemão, "consciência" é traduzida como Bewusstsein. Esse termo, embora seja um substantivo, mantém a forma predicativa do particípio, como se disséssemos "o ser" — o predicado em questão sendo o do objeto que nos é presente, em vez do sujeito que dele tem consciência . Esse ser presente (bewusst) de uma coisa corresponde, no nosso caso, à visão da sala. Se o leitor, enquanto espera o café ficar pronto, quisesse passear pela sala (começando, por exemplo, por dar uma olhada (…) -
Carneiro Leão – Cristianismo e Cristandade
18 de março, por Cardoso de CastroCarneiro Leão, "As Confissões de Santo Agostinho: uma caminhada da libertação", Aprendendo a pensar II.
Cristandade não se confunde com Cristianismo. A Cristandade é a graça da libertação no advento da "liberdade dos filhos de Deus" (Rm 8,21). O Cristianismo vive da Cristandade para organizar e impor padrões fixos de comportamento nas ordens, nos rituais, nas respostas. Embora sempre convivam no empenho de um mesmo envio histórico, Cristandade e Cristianismo não se integram nem se abraçam (…) -
Carneiro Leão – Questão Filosófica
18 de março, por Cardoso de CastroAprendendo a pensar II
Para Aristóteles, uma única questão definiu desde sempre o estatuto do Pensamento Filosófico em tudo que ele pensa: a questão da realidade realizando-se nas realizações do real. O primeiro capítulo do Sétimo Livro da Metafísica nos lembra: E assim, pois, o que tanto outrora, como agora, como em qualquer hora se procurou e nunca se encontrou uma saída, foi o questionamento da questão, o que é o ser de qualquer sendo… Na Filosofia o Pensamento se concentra em ser, todo (…) -
Atos e funções, pessoa e psique
18 de março, por Cardoso de Castro(RMAP:151-155)
Todas as manifestações de uma pessoa, como dissemos, não são "pessoais": várias manifestações exibem uma identidade qualitativa substancial de pessoa para pessoa. Essa é mais uma dessas distinções que saltam aos olhos assim que nos ocorre procurá-las. Os efeitos de uma má memória, por exemplo, ou de uma audição ruim, são idênticos em todos os lugares. A ansiedade não tem efeitos bastante uniformes, ou uma maneira bastante regular de recuar com base em fatores causais bem (…) -
Morujão (1961) – Mundo como horizonte e mundo como substrato
18 de março, por Cardoso de CastroAlexandre Fradique Morujão, Significado e Estrutura da Redução Fenomenológica. Biblos LVI Capítulo IV O PROBLEMA FENOMENOLÓGICO DO MUNDO § 21. Mundo como horizonte e mundo como substrato
A análise do modo de se dar da coisa material ou, correlativamente, a maneira como o sujeito capta a coisa material que se manifesta, foi levada a efeito, embora sumariamente, quando tratamos da distinção entre percepção de objetos imanentes e de objetos transcendentes. Esta última caracteriza-se por lhe (…)