(Beaini1981)
A verdade se dá no processo de sua produção. Em sua proveniência essencial, ela é “aspiração” e “atração” à obra. Mas a “pro-dução” originária da verdade é primeiramente o movimento de “tornar presente” aquilo que é, na medida mesma em que “deixa ser” os entes e “faz advir” cada coisa na sua “espantosa realidade”. O deixar-ser que presentifica opera assim o desvelamento (“aletheia”). O desvelamento, porém, nasce do velamento, supõe o oculto como sua condição de possibilidade, (…)
João Cardoso de Castro (doutor Bioética - UFRJ) e Murilo Cardoso de Castro (doutor Filosofia - UFRJ)
Matérias mais recentes
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A verdade se dá no processo de sua produção
24 de março, por Cardoso de Castro -
Grandjean e Perreau (2012) – uma vida natural em primeira pessoa
23 de março, por Cardoso de Castro(AGLP)
A suspensão da atitude natural da consciência, suspensão que também é a abertura temática do campo de seus vividos puros, ou seja, da subjetividade transcendental, afeta uma consciência que existe desde o início em primeira pessoa. A vida natural da consciência é a de "alguém" que se apreende como "Eu" , realizando uma experiência constantemente feita em primeira pessoa , no curso de uma vida que se apresenta a ele como sua . Assim, os diversos atos dessa consciência pertencem ao (…) -
Montavont (1999:15-16) – vida
23 de março, por Cardoso de Castro(Montavont1999)
A vida subjetiva, a vida intencional, a vida pura, a vida do eu, a vida na forma do tempo, a vida infinita, a vida universal, a concreção da vida, o presente da vida, a vida constituinte, o fluxo da vida, a gênese da vida, a vida da consciência, a vida desperta, a vida adormecida, a vida pulsional, a vida afetiva, o mundo da vida, etc. Poderíamos continuar essa lista de ocorrências da palavra "vida" na obra de Husserl. No entanto, Husserl nem sempre falou da vida. Nas Ideen (…) -
Pol Vandevelde (1996:9) – preenchimento
22 de março, por Cardoso de Castro(Ricoeur1996)
O segundo problema, a questão do preenchimento (Erfüllung), está ligado ao primeiro e representa o teste crucial para uma filosofia que coloca a intencionalidade em seu centro. Se a intencionalidade supera a mera divisão entre sujeito e objeto, deve ser absolutamente demonstrado como meu ato intencional pode ser preenchido pela doação de um objeto, de modo que eu, como consciência, não precise me despojar de meus poderes conscientes para descobrir o mundo (realismo ingênuo), (…) -
Pol Vandevelde (1996:8-9) – síntese passiva
22 de março, por Cardoso de Castro(Ricoeur1996)
A "síntese passiva" é um conceito que Husserl introduz para explicar o fato de que a atividade de constituição pela consciência possui uma passividade que já é permeada por alguma forma de atividade. Nesse sentido, a síntese realizada por um Ego tem, ela mesma, uma gênese. Husserl fala, portanto, de "síntese passiva" e "gênese passiva", em oposição a uma "síntese ativa" e "gênese ativa".
O problema da síntese passiva está intimamente ligado ao que Husserl chama de (…) -
Levinas (1967:115) – o acesso ao objeto faz parte do ser do objeto
22 de março, por Cardoso de Castro(Levinas1967)
Ir às coisas mesmas — significa, em primeiro lugar, não se limitar às palavras, que visam apenas a um real ausente. Essa imperfeição da intenção significativa — Husserl a reconhece na ambiguidade que se insinua inevitavelmente no pensamento verbal. A ambiguidade, um defeito aparentemente menor e que parece poder ser conjurado com um pouco de clareza no pensamento — revela-se imediatamente como inevitável, ou como essencial ao pensamento que se limita às palavras. Ambiguidade, (…) -
Adorno e Horkheimer (1947) – Nietzsche e o Aufklärung
21 de março, por Cardoso de CastroEmbora a relação de Nietzsche com o Aufklärung (…) se mantivesse, apesar de tudo, dividida entre duas tendências, embora ele percebesse no Aufklärung tanto o movimento universal do espírito soberano, que lhe parecia representar a realização integral, quanto a força inimiga da vida, “niilista”, foi apenas este segundo elemento que permaneceu em seus sucessores pré-fascistas e foi pervertido em uma ideologia. (MHTA)
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Tugendhat (1970) – a verdade e o conhecimento da verdade
21 de março, por Cardoso de Castro(Ernst Tugendhat, Der Wahrheitsbegriff bei Husserl und Heidegger, 2 ed. inalterada. Berlim: Walter de Gruyter & Co., 1970, p. 1.)
Em contraste com as reconstruções idealizadoras e teorizadoras exageradas a que se entregou a tradição metafísica, agora são a “práxis”, a “existência” e o “interesse” que aparecem como a característica fundamental da vida humana. Enquanto o ceticismo da Antiguidade e do início dos tempos modernos contentava-se em formular dúvidas sobre a questão de saber se (…) -
Dubois (2000:82-83) – antecipação (Vorläufigkeit)
20 de março, por Cardoso de Castro(Dubois2000)
"Até que ponto a resolução, se ’pensada até o fim’ (zu Ende gedacht) de acordo com sua tendência mais própria, conduz ao ser-para-a-morte próprio?" (305). Essa é a questão abordada no difícil §62 (talvez o mais abrupto de todo Ser e Tempo). Lembremo-nos: o ser-para-a-morte foi conquistado ao longo da questão da totalidade possível do Dasein. Durante essa análise, projetou-se uma possibilidade existencial para o Dasein de estar em uma relação própria com sua morte. Mas nada (…) -
Dubois (2000:80-82) – resolução (Entschlossenheit)
20 de março, por Cardoso de Castro(Dubois2000)
Dans l’écoute de l’appel de la conscience, le Dasein est donc pleinement ouvert à lui-même. Il est son ouverture [81] sur le mode plénier, il est proprement le Là : angoissé, se projetant vers son être en faute, silencieux. Cette ouverture, Heidegger la nomme, en consonance avec l’ouverture du Dasein, Erschlossenheit, la résolution, Entschlossenheit. La résolution, c’est la vérité originaire du Dasein, son être dans la vérité propre, sa lucidité (Durchsichtigkeit). Aussi, le § (…)