A cada ciência empírica corresponde uma ciência eidética concernente ao eidos regional dos objetos estudados por ela e a própria fenomenologia é definida, nessa etapa do pensamento husserliano, como ciência eidética da região consciência.
I — O ceticismo psicologista
O psicologismo contra o qual Husserl luta identifica sujeito do conhecimento e sujeito psicológico. Afirma que o juízo "essa parede é amarela" não é uma proposição independente de mim, que o expresso e percebo essa parede. (…)
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Wissen / Wissen-wollen / Wissenschaft / Geisteswissenschaften / Ursprungswissenschaft
Wissen / saber / knowledge / Wissen-wollen / will-to-know / Wissenschaft / science / ciência / ciencia / Geisteswissenschaften / sciences de l’esprit / ciencias del espíritu / human sciences / Naturwissenschaft / science de la nature / ciência da natureza / natural science / Ursprungswissenschaft / science originaire / ciência originária / original science
A ciência pode ser definida em geral como o todo de uma conexão-de-fundamentação de proposições verdadeiras. (SZ 11)
Matérias
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Lyotard (1954:9-11) – a eidética
15 de junho de 2023, por Cardoso de Castro -
Harada (2021) – Ciências e filosofia
19 de novembro de 2024, por Cardoso de CastroCostumamos representar o relacionamento mútuo entre as próprias ciências, entre as ciências, a filosofia e a teologia, num esquema que representa diante de nós o objeto (realidade, a coisa, o campo, a região, a área etc.) sobre o qual as ciências, a filosofia, a teologia empostam a mirada do seu ponto de vista e cada qual, as ciências, a filosofia, a teologia capta um aspecto parcial desse objeto. E ajuntando-se os resultados dessas captações temos um conhecimento cada vez mais global. Por (…)
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McNeill (1999:24-27) – cinco níveis de ver ou conhecer
9 de outubro de 2024, por Cardoso de CastroAristóteles começa o Livro I da Metafísica discutindo cinco níveis ou graus diferentes de “ver” ou conhecer: aisthesis, empeiria, techne, episteme e sophia. Diz-se que o primeiro deles, aisthesis ou apreensão sensorial, pertence por natureza aos entes vivos em geral. Um segundo nível de conhecimento é o da empeiria, “experiência”. Enquanto a apreensão sensorial depende, a cada momento, da dada condição de um objeto imediato que lhe é apresentado, a experiência implica ter assumido uma certa (…)
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Jonas: Seventeenth Century and After… (VI)
19 de novembro de 2024, por Cardoso de CastroVI
It only remains to draw one last inference so as to have this account of the conceptual revolution terminate in a full-fledged mechanics of nature. To use abridged labels, it means completing the Galilean with the Newtonian record. There recurred in our account one term which is obviously crucial but is not a geometrical term and not resolvable into purely geometrical, i.e., space-time, terms; the concept of "force." It lurks in the concepts of both acceleration and inertia. We may (…) -
Don Ihde (1991) – Filosofia da Ciência
18 de novembro de 2024, por Cardoso de CastroNão quero retomar o mesmo terreno já bem trilhado desde a publicação de The Structure of Scientific Revolution (1962). Os argumentos e contra-ataques, as extensões e revisões foram muitos. Mas vou adotar uma abordagem diferente. Não abordarei a reação da linha principal, que acusou Kuhn tanto de reduzir a ciência a uma sociologia da ciência quanto de exibir um suposto irracionalismo, que surgiu de sua mudança de ênfase na descoberta de sua base anteriormente “puramente” racional em formas de (…)
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GA87:308-310 – Nenhuma ciência consegue ter clareza sobre sua própria essência
19 de fevereiro de 2024, por Cardoso de CastroGiachini
Nenhuma ciência consegue ter clareza sobre sua própria essência. Isso porque seria necessário investigar a ciência como se fosse um objeto dessa ciência, precisamente com o mesmo método. Mas a ciência ela mesma não é um objeto de consideração para si mesma; quiçá, ela seja o espaço de mirada, unicamente dentro do qual o homem pode deixar vir ao seu encontro objetos dentro de uma determinada perspectiva. Esse espaço de mirada já não pode ser investigado pelo cientista com os (…) -
de Castro (2016) – A humanidade esquecida: a ciência na esteira da “metafísica da modernidade”
31 de outubro de 2024, por Cardoso de Castro -
Jonas: Seventeenth Century and After… (V)
19 de novembro de 2024, por Cardoso de CastroV
All this is far from obvious. In fact, all appearances are on the side of the opposite, Aristotelian view. In our common experience, bodies do come to rest when the force propelling them ceases to act: the wagon does stop moving when no longer pulled or pushed; and the pulling or pushing, when done by us, is felt to produce the motion from moment to moment. Nor is there anything obvious about a circular motion not being a simple, unitary act. The Galilean revolution has this in common (…) -
Jean Wahl (1998:19-21) – a verdade é uma propriedade da proposição ou do julgamento
18 de outubro de 2024, por Cardoso de CastroA ciência é um certo tipo de conhecimento; é um certo modo, uma certa maneira de lutar pela verdade. E somos levados a esta pergunta: “O que é a verdade?”
Heidegger diz que há muitas respostas a esta pergunta. Mas todas estas respostas têm um elemento em comum: todas concordam que a verdade é uma propriedade da proposição ou do julgamento. Portanto, definimos verdade como a verdade de uma proposição. Por exemplo, esta lâmpada queima ou este giz é branco. A palavra “lâmpada” ou a palavra (…) -
Salanskis (1997b:48-50) – O enunciado "a ciência não pensa" e a ontologia
29 de maio de 2017, por Cardoso de CastroO primeiro modo como a afirmação de Heidegger faz sentido no interior da palavra heideggeriana é o que poderíamos chamar o modo ontológico. É primordial em três sentidos sobrepostos: na medida em que corresponde à primeira época do pensamento de Heidegger, quer ao nível da cronologia estrita, na medida em que faz parte de uma espécie de camada fundadora de todo este pensamento, quer ao nível da ordem interna do desenvolvimento do enunciado heideggeriano, na medida em que é, finalmente, a (…)
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Schérer (1971:16-23) – La psychologie compréhensive comme fondement de la communication historique et les limites de cette communication
14 de junho de 2023, por Cardoso de CastroAu fondement des sciences de l’homme il y a donc une première opération « communicative », celle qui permet à l’intériorité de pénétrer l’intériorité. Cette pénétration étant spirituelle, les sciences de l’homme se distingueront des sciences de la nature objective en tant que Sciences de l’esprit.
Si une connaissance de l’homme dans sa vie sociale et historique est possible, cette connaissance ne peut traiter son objet comme un phénomène de la nature; car l’objet est ici, en même temps, (…) -
Jonas: Seventeenth Century and After… (II)
19 de novembro de 2024, por Cardoso de CastroII
My contention here is, to repeat it once more, that the theoretical beginnings - what we may call the ontological breakthrough occurring at the onset of the modern age and laying the foundations on which the edifice of modern science was reared - was the all important event. To understand this event historically, we do well to turn our minds back to the sixteenth and seventeenth centuries. It was a time not only pregnant with change but also conscious of it, with a will for it, and with (…) -
Don Ihde (1991) – Praxis-percepção, um modelo fenomenológico de interpretação
18 de novembro de 2024, por Cardoso de CastroO principal progenitor do movimento fenomenológico foi Edmund Husserl, cujas obras publicadas foram publicadas desde o início do século XX até 1936. Um leitor francês dele, especialmente com [17] relação às obras posteriores, foi Maurice Merleau-Ponty, que faleceu em 1961. Ambos voltaram sua atenção para o papel da percepção na ciência e ambos utilizaram uma versão do mundo da vida como uma ideia interpretativa.
A Crise de Husserl foi publicada em 1936, e nela é possível encontrar um (…) -
Gadamer (VM): ciência da natureza
24 de janeiro de 2024, por Cardoso de CastroA auto-reflexão lógica das ciências do espírito, que acompanha o seu efetivo desenvolvimento no século XIX, é inteiramente dominada pelo modelo das ciências da natureza. Mostra-o um simples olhar lançado à expressão "ciências do espírito", desde que essa expressão receba o significado que nos é familiar, unicamente através de sua forma plural. As ciências do espírito se entendem tão clarividentes, graças à sua analogia com as ciência da natureza, tanto que o eco idealístico, que se situa no (…)
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Luijpen (1973:49-51) – cientismo
19 de novembro de 2024, por Cardoso de CastroNo parágrafo anterior mostramos que pode existir um modo de pensar materialista que não diga expressamente ser o homem uma coisa. O cientismo é uma forma camuflada de materialismo: no cientismo o sujeito nada significa, simplesmente. O materialismo, entretanto, evoca o espiritualismo; este vive do insucesso do materialismo, e parte da primazia do sujeito. Quem (com razão, aliás) afirma a prioridade do sujeito, corre, de resto, o risco de deixar degenerar seu parecer, fazendo as coisas (…)
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Jonas: Seventeenth Century and After… (VII)
19 de novembro de 2024, por Cardoso de CastroVII
After this analytical summary of the direct conceptual content of the theoretical revolution in dynamics, a brief metaphysical evaluation of it is in order. We said at one point that what the innovation was originally about was not the time-honored principle of causality per se, but the conception of change. We must now add that the altered conception of what constitutes a change, i.e., an effect, naturally reacted on the conception of what constitutes a cause. Now, "change" had been (…) -
Gadamer (VM): ciência natural
24 de janeiro de 2024, por Cardoso de CastroPartimos da base de que na acepção linguística da experiência humana do mundo não se calcula ou mede simplesmente o dado, mas vem à fala o ente, tal como se mostra aos homens, como ente e como significante. E aqui — e não no ideal metodológico da construção racional que domina a moderna ciência natural matemática — onde se poderá reconhecer a compreensão que se exerce nas ciências do espírito. Se antes tínhamos caracterizado o modo de realização da consciência da história efeitual por sua (…)
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Ernildo Stein (2008:110-111) – essência da técnica
9 de junho de 2023, por Cardoso de CastroA técnica como a figura fundamental do ser, isto é a técnica como o encobrimento do ser pelo modo como a técnica manifesta a vontade de vontade diante do mundo, das coisas e do homem.
Quando Heidegger afirma na carta “a essência da ciência moderna se fundamenta na essência da técnica”, exige um diagnóstico da essência da técnica e já mostra em que direção ele vai, “porque a essência da técnica é uma, a figura fundamental do ser que agora impera no sentido da vontade de vontade”, ele (…) -
Ferreira da Silva (2009:51-53) – Diagnosis
12 de fevereiro de 2024, por Cardoso de CastroA ciência sempre se revestiu de uma serena atmosfera de insenção e de imparcialidade relativamente ao objeto de seu estudo. Dizia ela não pretender mais do que auscultar a linguagem forte e sincera das coisas, captando a sua confissão mais íntima. Apesar dessas demonstrações de equilíbrio e de objetividade, há muito tempo que a reflexão filosófica sobre os fundamentos da ciência revelou quão falsa é essa sua pretensão e quanto de imposição, escolha e elaboração existe no método da ciência. A (…)
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Fogel (2005:191-194) – cibernética, a ciência-mestra
24 de outubro de 2024, por Cardoso de CastroPertence a esse passo, na Modernidade e Contemporaneidade, o fenômeno da multiplicação, da proliferação das ciências, que, a cada dia, definem um novo campo, um novo setor ou um novo objeto e fazem-se, ao mesmo tempo, as respectivas “tematizadoras” ou “objetivadoras”(= sujeito) desse novo objeto. Em cada uma dessas novas ciências, em cada novo “sujeito teórico”, porém, concretiza-se o ideal cartesiano da verdade como certeza, quer dizer, como objetivação (representação subjetiva) e segurança (…)
Notas
- Agamben (2001:II) – intelecto e psique
- Arendt (RJ:162-164) – conhecer e pensar
- Beaufret (1974:28) – O evento instaurador da ciência moderna
- Buzzi (1973) – A ciência é um diálogo com a realidade
- Buzzi (1973) – As ciências são histórias
- Buzzi (1973:95-97) – ciências formais
- Buzzi – A ciência é uma expressão de conhecimento do ser
- Buzzi – A ciência, modo de compreensão da totalidade da realidade
- Buzzi – Ciência e Representação
- Buzzi – Contemplar o real em modelos
- Buzzi – O que é o "conhecimento científico"?
- Carneiro Leão (1977:17-18) – não mais se vive fora da ciência
- Carneiro Leão (1977:19-20) – impossibilidade de investigação científica da ciência
- Carneiro Leão (1977:23-24) – Toda ciência apresenta um estado atual de progresso
- Carneiro Leão (1991:98) – a ciência vige na essencialização da técnica
- Depraz (2001:6) – caráter proteiforme da consciência
- Don Ihde (1991) – Realismo Instrumental
- Ernildo Stein (2003:267-268) – imortalidade dos filósofos
- Ernildo Stein (2012b:152-153) – Habermas e as Ciências Humanas
- Ferreira da Silva (2009:47-49) – O homem é liberdade