Página inicial > Fenomenologia > Scheler (FENFEV:6-7) – ética não-formal kantiana
Scheler (FENFEV:6-7) – ética não-formal kantiana
domingo 21 de fevereiro de 2021
Tradução
Mencionemos aquelas pressuposições, quer declaradas por Kant ou não, que fundamentam suas teorias e que examinaremos em seções separadas. Estas podem ser reduzidas às seguintes proposições:
1. Toda ética não formal [materiale Wertethik = ética material] deve necessariamente ser uma ética de bens e propósitos.
2. Toda ética não formal tem necessariamente validade apenas empírico-indutiva e a posteriori.
3. Toda ética não formal é necessariamente uma ética de sucesso. Apenas a ética formal pode tratar o teor moral básico [Gesinnung] ou o desejo baseado nele como o portador original dos valores do bem e do mal.
4. Toda ética não formal é necessariamente um hedonismo e, portanto, recai na existência de estados sensíveis de prazer, isto é, prazer obtido em objetos. Somente a ética formal está em posição de evitar qualquer referência a estados de prazer sensíveis por meio da exibição de valores morais e da prova de normas morais baseadas em tais valores.
5. Toda ética não formal é necessariamente heterônoma. Só a ética formal pode fundar e estabelecer a autonomia da pessoa.
6. Toda ética não formal leva a um mero legalismo com respeito às ações. Apenas a ética formal pode fundar a moralidade da vontade.
7. Toda ética não formal torna a pessoa um servo de seus próprios estados ou de bens estranhos. Somente a ética formal está em posição de demonstrar e encontrar a dignidade da pessoa.
8. Toda ética não formal deve necessariamente colocar a base de todas as estimativas de valor ético no egoísmo instintivo da organização natural do homem. Somente a ética formal pode lançar as bases de uma lei moral, válida em geral para todos os seres racionais, que é independente de todo egoísmo e de toda organização natural especial do homem.
Original
Let us mention those presuppositions, whether stated by Kant or not, which underlie his theories and which we shall examine in separate sections. These can be reduced to the following propositions:
1. Every non-formal ethics must of necessity be an ethics of goods and purposes.
2. Every non-formal ethics is necessarily of only empirical-inductive and a posteriori validity.
3. Every non-formal ethics is of necessity an ethics of success. Only formal ethics can treat the basic moral tenor [Gesinnung] or willing based upon it as the original bearer of the values of good and evil.
4. Every non-formal ethics is of necessity a hedonism and so falls back on the existence of sensible states of pleasure, that is, pleasure taken in objects. Only formal ethics is in a position to avoid all reference to sensible pleasure-states through the exhibition of moral values and the proof of moral norms resting on such values.
5. Every non-formal ethics is of necessity heteronomous. Only formal ethics can found and establish the autonomy of the person.
6. Every non-formal ethics leads to a mere legalism with respect to actions. Only formal ethics can found the morality of willing.
7. Every non-formal ethics makes the person a servant to his own states or to alien goods. Only formal ethics is in a position to demonstrate and found die dignity of the person.
8. Every non-formal ethics must of necessity place the ground of all ethical value-estimations in the instinctive egoism of man’s natural organization. Only formal ethics can lay the foundation for a moral law, valid in general for all rational beings, which is independent of all egoism and every special natural organization of man.
[SCHELER , Max. Formalism in Ethics and Non-Formal Ethics of Values: A New Attempt toward the Foundation of an Ethical Personalism. Tr. Manfred S. Frings & Roger L. Funk. Evanstron: Northwestern University Press, 1973, p. 6-7]
Ver online : Formalism in Ethics and Non-Formal Ethics of Values