Isso virá a ser bastante palpável num segundo testemunho, em que Dilthey se refere à independência dos métodos das ciências do espírito e fundamenta-os levando em consideração o seu objeto. Uma tal referência soa, de início, bem aristotélica e poderia gerar uma genuína substituição do modelo das ciências da natureza. No entanto, no que diz respeito a essa independência dos métodos das ciências do espírito, Dilthey continua vinculando-a ao antigo "Natura parendo vincitur" de Bacon — um (…)
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Kant
Emmanuel Kant (Immanuel en allemand), 1724-1804, é um dos autores de predileção de H., um daqueles do qual mais falou.
Matérias
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Gadamer (VM): neokantianismo
24 de janeiro de 2024, por Cardoso de Castro -
Gadamer (VM): pensamento kantiano
24 de janeiro de 2024, por Cardoso de CastroPara o conteúdo da palavra "formação", que nos é familiar, a primeira importante constatação é a de que o antigo conceito de uma "formação natural", que se refere à aparência externa (a formação dos membros, uma figura bem formada), e sobretudo à configuração produzida pela natureza (p. ex., "formação de montanha"), foi naquela época quase inteiramente desvinculado do novo conceito. Formação integra agora, estreitamente, o conceito de cultura, e designa, antes de tudo, especificamente, a (…)
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Schürmann (1996/2003:454-456) – o si mesmo
15 de novembro de 2024, por Cardoso de CastroO si responde à pergunta kantiana “Quem?” e o faz em voz média. Conhecemos o objeto sensível por meio da efetivação da unidade sintética das intuições e restringimos nossas inclinações por meio da efetivação de uma síntese imperativa dos instintos. Quem é assim eficaz? Não é o “si” conhecido por meio da experiência interna que se anuncia na voz direta. Esse “si” permanece um objeto, categorizado como substância e determinado empiricamente de acordo com seus estados transitórios. A cultura do (…)
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Raffoul (2010:4-7) – Responsabilidade
20 de junho de 2023, por Cardoso de CastroIronicamente, essa “ideologia de responsabilidade” predominante é muitas vezes acompanhada por uma negligência singular da reflexão genuína sobre os sentidos da responsabilidade, sobre o que significa ser responsável. A responsabilidade é simplesmente assumida como significando a responsabilização [accountability] do agente livre.
Nietzsche’s critique of morality opens the way for a new engagement with the concept of responsibility, henceforth freed from its association with a metaphysics (…) -
Gadamer (VM): neokantiana
24 de janeiro de 2024, por Cardoso de CastroO aspecto crítico dessa ideia não era, certamente, totalmente novo. Sob a forma de uma crítica ao idealismo, esse aspecto já havia sido pensado pelos neo-hegelianos, e, nesse sentido, não é por acaso que tanto os demais críticos do idealismo neokantiano como o próprio Heidegger acolham nesse momento um Kierkegaard procedente da crise espiritual do hegelianismo. Porém, de outra parte, essa crítica ao idealismo, tanto naquele tempo como agora, vê-se confrontada com a ampla pretensão do (…)
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Malabou (2016) – Epigenesis e Racionalidade
10 de outubro de 2024, por Cardoso de CastroTrês perguntas estão na origem deste livro, três endereçamentos à filosofia continental contemporânea que buscam revelar nela, como seu eco negativo ou paradoxal, os contornos de três áreas de silêncio incompreensível.
A primeira questão diz respeito ao tempo. Por que a questão do tempo perdeu seu status como a principal questão da filosofia? Por que ela simplesmente desapareceu depois de Ser e Tempo, e por que o próprio Heidegger chegou ao ponto de confirmar, em sua última obra, a (…) -
Gadamer: Reflection and Self-consciousness
30 de abril de 2017, por Cardoso de CastroExtract p. 277-279, translated by Peter Adamson and David Vessey, from Continental Philosophy Review 33: 275-287, 2000
Thus the structure of reflexivity returned to center stage in philosophy. “Reflection” and “reflexivity” are etymologically derived from the Latin expression reflexio, a familiar term in optics and mirroring. It could not have developed to its newer meaning, its natural meaning for us, before the emergence of the scholastic sciences. Originally it referred merely to the (…) -
Gadamer (VM): neokantiano
24 de janeiro de 2024, por Cardoso de CastroMas o que não pôde satisfazer a Dilthey foi a mera remodelação dessa construção e sua transposição ao terreno do conhecimento histórico , empreendida pelo neokantismo por exemplo, sob a forma da filosofia dos valores. O próprio criticismo neokantiano lhe parecia dogmático, e nisso ele tinha razão, como quando chamou o empirismo inglês de dogmático. Pois o que sustenta a construção do mundo histórico não são fatos extraídos da experiência e em seguida incluídos numa referência valorativa, mas (…)
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Fédier (2012:34-36) – as três questões de Kant
24 de novembro de 2024, por Cardoso de CastroKant reúne a filosofia em torno de três questões: Was kann ich wissen? O que é que me é possível conhecer ?
Traduzida desta forma, esta questão não é outra senão a do limite do conhecimento, onde começa aquilo que me é impossível conhecer. Ora, o que me é impossível conhecer é tudo o que não tem o estatuto de objeto cognoscível. Esta primeira questão abre o campo para a primeira Crítica (Crítica da Razão Pura), na qual se estabelece que só pode haver conhecimento daquilo que se apresenta (…) -
Arendt (LFPK:16-17) – as "críticas" de Kant
14 de outubro de 2021, por Cardoso de CastroAndré Duarte de Macedo
[…] não estou querendo dizer que Kant, pelo breve tempo de vida que lhe restava, falhou em escrever a “quarta Crítica”, mas, antes, que a terceira Crítica, a Crítica do juízo — que, diferentemente da Crítica da razão prática, foi escrita espontaneamente e não, como a Crítica da razão prática, em resposta a observações críticas, questões e provocações — é na realidade o livro que, de um outro modo, viria a fazer falta no grande trabalho de Kant.
Concluído o ofício (…) -
Caputo (MEHT:47-49) – Princípio da Razão Suficiente
13 de março de 2017, por Cardoso de CastroExcertos do capítulo II de THE MYSTICAL ELEMENT IN HEIDEGGER’S THOUGHT, p. 47-49.
The point of departure for our study of the mystical element in Heidegger’s thought is the course of lectures which Heidegger gave at Freiburg in 1955-56 and which he published under the title The Principle of Ground (Der Satz vom Grund). The text consists of a series of thirteen course lectures and a concluding address on the subject of this famous principle of Leibniz. "nothing is without reason" (nihil (…) -
Laffoucrière (1968:245-248) – perda do sentido do ser
28 de setembro de 2024, por Cardoso de CastroO esquecimento do ser é refletido na metafísica pelo fato de que, ao entender o ser como o conceito mais geral, infinito e autoevidente [SZ:3-4], não tem nem pátria nem sentido [GA6T2]. O sentido que temos de redescobrir é o sentido necessário do que acontece, ou seja, do ser do ente. Por tê-lo considerado como aparecido e não em sua aparição, a metafísica não faz a pergunta. A fim de se interrogar sobre a maneira pela qual o ser significa, não devemos começar nos apegando a um sentido (…)
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Gadamer (VM): neokantismo
24 de janeiro de 2024, por Cardoso de CastroNisto há algo que perfaz seu status e que o distingue face ao neokantismo, que, por seu turno, procurava incluir as ciências do espírito na renovação da filosofia crítica. Ele não esquece que a experiência é, nesse terreno, algo fundamentalmente diferente que no âmbito do conhecimento da natureza. No âmbito do conhecimento da natureza trata-se somente de comprovações verificáveis, que têm lugar através da experiência; isto significa, porém, tratar-se do que se desvincula da experiência do (…)
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Schürmann (1996/2003:453-454) – sujeito transcendental de Kant
15 de novembro de 2024, por Cardoso de CastroNo século XX, imaginamos que alcançamos uma ciência da mente ao demonstrar que a mente funciona como um computador; o século XIX investiu sua esperança de uma ciência da mente impecável na analogia com a máquina a vapor (como se sonha com um modelo termodinâmico e hidráulico do inconsciente); o século XVIII investiu essa esperança na analogia com um edifício. A ciência instrui, porque abriga; ela o faz de acordo com uma ordem. Mas qual? A única ordem edificante será aquela que a razão (…)
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Henry (2003b:10-13) – ontologia kantiana
26 de junho de 2023, por Cardoso de CastroSe queremos falar de alma devemos rejeitar a crítica kantiana.
Si donc nous voulons parler de l’âme, nous devons au préalable rejeter la critique kantienne. Cette tâche peut paraître présomptueuse, mais nous n’avons pas le loisir de nous y soustraire. Elle peut paraître infinie, hors de proportion en tout cas avec les limites de notre entretien, mais peut-être sommes-nous déjà en possession du fil conducteur qui va nous guider, peut-être comprenons-nous déjà quelle forme doit revêtir la (…)
Notas
- Arendt (RJ:162-164) – conhecer e pensar
- Auxenfants: Verständnis
- Derrida (2005:120) – A honra da razão — será isso razão?
- Gadamer (1995/2000:276-277) – Sujeito
- LDMH: Möglichkeit - Possibilidade
- Mattéi (2001:72-74) – quatro modalidades do ente - Aristóteles e Kant
- Patocka (1995:81) – a teoria reflexiva do eu
- Richardson (2003:30-31) – A "revolução copernicana" de Kant
- Richardson (2003:31) – finitude humana
- Richardson (2003:32-33) – finitude humana
- Richardson (2003:640-641) – finitude do ser