[tabby title="nossa tradução"]
O século XVIII consagrou o advento da medicina científica baseada na reaproximação entre os médicos, em demanda de padrões positivos de inteligibilidade, e os filósofos preocupados, segundo o novo espírito de alcançar um conhecimento positivo da natureza humana. Com relação ao homem, escreve Lamettrie novamente, "somente a experiência e a observação devem nos guiar aqui. Elas são encontradas inumeráveis na pompa dos médicos que foram filósofos, e não nos (…)
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Hermenêutica
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Gusdorf: medicina e filosofia no século XVIII
12 de maio de 2020, por Cardoso de Castro -
Flusser (2017:34-39) – fazer - verbo auxiliar (to do)
4 de abril de 2020, por Cardoso de CastroAo descrever a passagem do barroco para o romantismo, aventurei a seguinte hipótese ousada: a mudança da estrutura do pensamento e da vida que marca essa passagem é articulada pela tradução do verbo auxiliar francês “être” pelo verbo auxiliar alemão “werden”. O historicismo, antropologismo, e biologismo do romantismo é uma elaboração da estrutura de um discurso informado pelo verbo “werden”. Renovarei agora minha hipótese, ao estendê-la para a época em pauta. Direi que o verbo auxiliar (…)
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Gusdorf: "certidão de nascimento" da Biologia
26 de dezembro de 2019, por Cardoso de Castro[tabby title="nossa tradução"]
Essa é a ambição da Biologia de Lamarck [termo cunhado por ele]. Ela propõe "o conhecimento da origem dos relacionamentos e do modo de existência de todas as produções naturais com as quais estamos cercados em todos os lugares". Durante toda a sua vida, o solitário do Museu trabalhará para desenvolver esse conhecimento primordial, sem muito sucesso, ao que parece, aos seus próprios olhos, pois ele abordará esse tema na velhice: "Como não reconhecer como (…) -
Dreyfus & Taylor (2015:1-4) – sujeito-objeto
16 de dezembro de 2019, por Cardoso de CastroNossa tradução
“UMA IMAGEM NOS MANTÉM CATIVOS” (Ein Bild hielt uns gefangen). É o que Wittgenstein fala no parágrafo 115 das Investigações Filosóficas. O que ele se refere é a poderosa imagem da mente-no-mundo que habita e subjaz ao que poderíamos chamar de moderna tradição epistemológica, que começa com Descartes. O ponto que ele quer transmitir com o uso da palavra “imagem” (Bild) é que há algo aqui diferente e mais profundo do que uma teoria. É um entendimento de fundo amplamente não (…) -
Raffoul (2010:233-234) – sentido do ser e verdade do seer
1º de agosto de 2019, por Cardoso de CastroComo Heidegger explica a mudança de “sentido do ser” para “verdade do seer” em seu pensamento? Em termos de uma virada na questão do ser, uma virada que teria de se separar de um certo subjetivismo e antropocentrismo que ainda ameaçam afetar as análises de Ser e Tempo. Como ele diz: “Em Ser e Tempo, Da-sein ainda se encontra à sombra do ’antropológico’, do ’subjetivista’ e do ’individualista’, etc.” (GA65EM, 208). A posição inicial da questão do ser em Ser e Tempo em termos de “sentido do (…)
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Carneiro Leão (2015:549-551) – O que significa pensar?
14 de novembro de 2018, por Cardoso de CastroMas o que significa aqui pensar? Quando dizemos ou escutamos o verbo pensar e seus derivados, pensador, pensamento, pensativo, pensável ou pensado, evocamos logo toda uma cadeia de significantes: o sujeito que pensa, o objeto pensado, o ato de pensar, o processo de pensamento, conteúdo em que o sujeito pensa o objeto, a forma de que se reveste o objeto e se veste o processo de pensar, o contexto ideológico que tudo sobredetermina. É uma avalanche que se atropela em seu próprio tropel. [549] (…)
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Salanskis (1997b:48-50) – O enunciado "a ciência não pensa" e a ontologia
29 de maio de 2017, por Cardoso de CastroO primeiro modo como a afirmação de Heidegger faz sentido no interior da palavra heideggeriana é o que poderíamos chamar o modo ontológico. É primordial em três sentidos sobrepostos: na medida em que corresponde à primeira época do pensamento de Heidegger, quer ao nível da cronologia estrita, na medida em que faz parte de uma espécie de camada fundadora de todo este pensamento, quer ao nível da ordem interna do desenvolvimento do enunciado heideggeriano, na medida em que é, finalmente, a (…)
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Greisch: Une herméneutique de la facticité
29 de maio de 2017, por Cardoso de CastroExtraits des pages 34-38, de l’édition PUF, 1994.
Nous venons de jeter un premier regard sur l’allure générale d’une approche phénoménologique, hérissée d’obstacles terminologiques, de la vie, qui se fixe pour but de « voir la chose principale de la philosophie, la facticité » (GA61, 99). L’analyse de la vie factuelle nous place devant l’alternative suivante : allons-nous créditer la vie d’une transparence parfaite, de cette pureté cristalline, dont la logique nous offre la meilleure (…) -
Kockelmans (1985:1-3) – SCIENCE AND THE MODERN ERA
16 de abril de 2017, por Cardoso de CastroThe empirical sciences constitute an essential dimension of our modern world. This is the reason why the meaning and function of the empirical sciences cannot be fully understood except within the general framework of an effort to come to a better understanding of our modern world, taken as a whole. Thus here, too, we encounter already at the very beginning the hermeneutical circle, a circle which makes it necessary to constantly move from part to whole and from whole to part.
The modern (…) -
Safranski: Heidegger e Bultmann
17 de fevereiro de 2017, por Cardoso de CastroExcertos de Rüdiger Safranski, HEIDEGGER
Logo depois da sua chegada em Marburg, Heidegger assistiu a uma conferência de Eduard Thurneysen, que era um dos teólogos dialéticos reunidos em torno de Karl Barth. Para Gadamer a intervenção de Heidegger ficou inesquecível, pois o que ele dizia não contrariava o espírito do lugar mas aquilo que os boatos diziam sobre Heidegger em Marburg: que ele se afastara da fé e da igreja. Heidegger disse: "é a verdadeira tarefa da teologia, para a qual esta (…)