Pelo fato de o jogo cósmico de revelação/velação ter se tornado cada vez mais oculto para a humanidade, houve diferenças importantes nos mundos antigo, medieval e moderno. Heidegger está dizendo em sua linguagem ontológica o que outras pessoas vêm dizendo há muito tempo: o homem moderno tornou-se arrogante e egocêntrico; portanto, se esqueceu de que tem certas obrigações para com o universo que lhe deu origem. Para Platão, “Ser” significava presença permanente: ideia, eidos, o reino imutável (…)
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Hermenêutica
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Zimmerman (1982:203-204) – o jogo cósmico de revelação/velação
30 de setembro de 2024, por Cardoso de Castro -
Zimmerman (1982:200-202) – niilismo
30 de setembro de 2024, por Cardoso de CastroEmbora geralmente insista que a humanidade foi destinada a se tornar o Sujeito auto-assertivo, Heidegger ocasionalmente fala como se a vontade humana tivesse desempenhado um papel na criação da era atual. No entanto, critica o humanismo que acredita que a razão capacita o homem a determinar seu próprio destino e permite que tome o lugar de Deus, não apenas como objeto de adoração (Feuerbach), mas também como fonte de valor (Marx, Nietzsche). Do ponto de vista do homem ocidental, a luta para (…)
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Zimmerman (1982:238-240) – jogo cósmico
30 de setembro de 2024, por Cardoso de CastroMais uma vez, Heidegger recorre a Heráclito para dizer que o jogo cósmico (logos, Ereignis) inclui o tempo-mundo que torna possível a temporalidade humana. Ele explica:
Heráclito nomeia aquilo que se dirige a ele como logos, como a mesmidade do Ser e do fundamento: aeon. A palavra é difícil de traduzir. Diz-se: tempo-mundo. É o mundo que mundifica e temporaliza. Pois, como cosmos, ele traz a estruturação do Ser a um brilho clarificador. De acordo com o que é dito nas palavras logos, (…) -
Birault (1978:134-137) – o ser em termos da ideia platônica
29 de setembro de 2024, por Cardoso de CastroO ser de todo ente, o que pode ser chamado de sua entidade — die Seiendheit, os gregos o chamavam de οὐσία. Sabemos que Platão determina οὐσία em termos de εἶδος ou ἰδέα. Também sabemos que a palavra ideia designa, antes de tudo, a face, a forma ou o tipo de todas as coisas. Por fim, sabemos que essa determinação do ser em termos de uma ideia faz parte do conhecido privilégio do olho, do ver ou da visão na existência, no pensamento e na arte dos helenos. E quando se trata do privilégio da (…)
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Birault (1978:132-134) – valor
29 de setembro de 2024, por Cardoso de CastroValor (latim valere) refere-se, em primeiro lugar, à valentia e ao poder, à saúde e à integridade de uma coisa ou de um ser. O valor ainda está livre de qualquer avaliação ou estimativa: ele é pensado em termos de ser ou perfeição.
Valor sem avaliação, estima sem estimativa, é o que a palavra grega ἀξίωμα também diz, e melhor ainda. “A “destruição” heideggeriana da moderna concepção “axiomática” ou “axiológica” da noção de valor. “O grego ἀξίωμα”, lembra Heidegger, ‘é derivado de ἀξιόω, eu (…) -
Mattéi (1989:153-157) – Geviert (Céu-Terra-Divinos-Mortais)
28 de setembro de 2024, por Cardoso de CastroEstamos, então, em posição de pensar em tal “pátria”, retornando à “proximidade do Ser” enraizada no Da do Dasein? Podemos restabelecer a situação inicial do homem habitando o local apropriado do pensamento? Sem entrar nos detalhes do argumento aqui, vou relembrar certos pontos essenciais sobre “ser” e “mundo” que tentei estabelecer em um trabalho anterior sobre a figura heideggeriana do “Quadripartite” (Geviert). De fato, os textos mais incomuns do que normalmente chamamos de “o segundo (…)
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Mattéi (1989:202-205) – ritmo da escrita de Heidegger
27 de setembro de 2024, por Cardoso de CastroCom uma regularidade impecável, o ritmo da escrita de Heidegger seguirá, a partir de então, as pulsações do ser. Às cinco épocas da história da metafísica, dedicadas ao vaguear do ser, correspondem, em O Tempo da Imagem do Mundo [GA5], os "cinco fenômenos essenciais dos Tempos Modernos" (ciência, tecnologia, estética, civilização, o despojamento dos deuses), e em A Origem da Obra de Arte [GA5], os cinco modos de advento da verdade (a obra, a cidade, o deus, o sagrado, o ser). Encontramos (…)
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Georges Gusdorf
19 de julho de 2024, por Cardoso de CastroNa Internet: Obra Original (em francês)
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Gusdorf: Romantismo Platônico
19 de julho de 2024, por Cardoso de CastroLES SCIENCES HUMAINES ET LA PENSÉE OCCIDENTALE
Tome XI — L’HOMME ROMANTIQUE
Algumas citações de Georges Gusdorf de pensadores românticos fortemente influenciados pela filosofia platônica. -
Ricoeur (Jarczyk) – Sobre "Eu mesmo como um outro"
12 de maio de 2024, por Cardoso de Castrodestaque
Gwendoline JARCZYK. — Seu último livro, com o sugestivo título Soi-même comme un autre (Eu mesmo como um outro), é uma importante contribuição para sua pesquisa ao longo da vida. Como você encontra o "sujeito"?
Paul RICŒUR. — Eu o encontro sob um título que foi deliberadamente escolhido: distinto do "eu". Nas discussões filosóficas, a filosofia do sujeito é geralmente elogiada ou atacada. Como se ela fosse necessariamente uma "egologia", uma teoria do "eu". Portanto, escolhi um (…)