ARENDT, Hannah. Liberdade para ser livre. Tr. Pedro Duarte. Rio de Janeiro: Bazar do Tempo, 2018
[…] A grandeza do gênio de Dostoiévski resumiu em uma única situação esses diferentes aspectos do embaraço: quando o príncipe, na famosa cena da festa em O idiota, quebra o precioso vaso ele é exposto em sua falta de jeito, em sua inabilidade em caber no mundo das coisas fabricadas pelo homem; ao mesmo tempo, essa exposição mostra da maneira mais conclusiva sua “bondade”, que ele é “bom demais” (…)
João Cardoso de Castro (doutor Bioética - UFRJ) e Murilo Cardoso de Castro (doutor Filosofia - UFRJ)
Matérias mais recentes
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Embaraço
30 de março, por Cardoso de Castro -
Dostoiévski - liberdade
30 de março, por Cardoso de Castro(Aho2019)
[…] But for Dostoevsky, a life based on the relentless pursuit of freedom, pleasure, and self-affirmation is a sucker’s game. It is not an expression of self-actualization but of bondage and self-destruction. To this end, he writes: The world has proclaimed the reign of freedom, especially of late, but what do we see in this freedom? Nothing but slavery and self-destruction! … Interpreting freedom as the multiplication and rapid satisfaction of desires, men distort their own (…) -
Dostoiévski e os niilistas russos
30 de março, por Cardoso de Castro(Aho2019)
Amongst the intelligentsia in Russia, this fin de siècle nihilism was largely viewed as a sign of progress, where secular reason, empirical science, and the laws of physics freed the Russian people from superstition and the authority of religious dogma. But for Dostoevsky, these newly imported values created an atmosphere of alienation and confusion. Indeed, all of Dostoevsky’s mature (post-Siberian) works can be viewed as attacks on the younger generation of social reformers who (…) -
Dostoiévski
30 de março, por Cardoso de Castro(Aho2019)
Heidegger’s connection to Dostoevsky is well known (cf. Gerigk 2017). Dostoevsky is one of the few non-German figures that he consistently cites as an influence on Being and Time, and he kept a portrait of the Russian prominently displayed in his office. Indeed, after taking over Husserl’s chair at the University of Freiburg, Heidegger personally oversaw the university library purchasing the complete works of Dostoevsky (Schmid 2011). But his most revealing references come in (…) -
A natureza do mal, segundo a literatura (Arendt)
30 de março, por Cardoso de CastroARENDT, Questões de Filosofia Moral
Estaríamos numa situação um pouco melhor se nos permitíssemos voltar os olhos para a literatura, para Shakespeare, Melville ou Dostoiévski, nos quais encontramos os grandes vilões. Eles também podem ser incapazes de nos dizer alguma coisa específica sobre a natureza do mal, mas pelo menos não se furtam ao problema. Sabemos, e podemos quase ver, como o mal assombrava a mente deles constantemente, e como estavam bastante cientes das possibilidades da (…) -
Mentir para si (Arendt)
30 de março, por Cardoso de CastroARENDT, Questões de Filosofia Moral
Ninguém deseja ser mau, e aqueles que ainda assim cometem malvadezas caem num absurdum morale – num absurdo moral. Quem assim age está realmente em contradição consigo mesmo, com a sua própria razão e, por isso, nas palavras de Kant, deve desprezar-se. Que esse medo do desprezo por si próprio não bastaria para garantir a legalidade, é óbvio; mas, desde que se transpusesse para uma sociedade de cidadãos respeitadores da lei, supunha-se de certo modo que o (…) -
Romantismo, sua delimitação
29 de março, por Cardoso de Castro -
Razão Vivente e Razão Histórica
25 de março, por Cardoso de Castro(Zambrano2002)
Continuei movendo-me dentro da Razão Vital, que seu autor ou descobridor deixou meio fundada para utilizá-la como Razão Histórica, o que tornou impossível abri-la sequer como Razão Vivente. A R.H. é a forma como Ortega compreendeu e quis usar a R.V., mesmo quando ainda não havia explorado indispensavelmente a vida e, menos ainda, o sujeito vivente. -
Método
25 de março, por Cardoso de Castro(Zambrano1989)
[…] o «Método» se transforma em uma Forma mentis sustentada por uma atitude de desconfiança […] remetendo-se, antes de tudo e acima de tudo, aos resultados, cifrando a condição humana nos modos de dominação sobre a natureza, sobre a sociedade em diferentes níveis; também sobre o tempo e sobre a chamada interioridade, que surge como antagonista, destinada a ser superada pela objetividade ideal ou pela necessidade empírica. -
Ter uma missão
25 de março, por Cardoso de Castro(Zambrano1930)
Não se pode criar história sentindo-se acima dela, a partir do mirante da razão; somente quem está por baixo da história pode, um dia, ser seu agente criador. E nisso acredito que nós, desta geração, nos diferenciamos da sua [Ortega y Gasset], se é que vamos ser algo, o que às vezes eu duvido. Nossa alegria está em nos sentirmos instrumentos e apenas aspiramos a ter uma missão dentro de algo que nos envolve: o momento histórico.