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Seele / seelisch
Seele / l’âme / alma / soul / psychisch / seelisch / psychique / psíquico / psychical
Se traduzirmos a palavra grega ψυχή por “alma”, então não poderemos pensar com esse termo nem o anímico no sentido de vivências, nem tampouco aquilo que sabemos estar na “consciência” do ego cogito, nem ainda o “inconsciente”. ψυχή visa em Aristóteles ao princípio das criaturas viventes como tais, aquilo que faz com que um vivente seja um vivente e que o transpassa de maneira dominante em sua essência. O tratado citado [περὶ ψυχῆς, Sobre a alma] discute a essência da vida e os estágios do vivente. O tratado não contém nenhuma psicologia, nem tampouco uma biologia. Ele é uma metafísica do vivente, à qual o homem também pertence. [GA6 -1MAC:51-52]
Aristóteles diz: "a alma (do homem) é, de certo modo, todo ente". (
SZ 14)
LÉXICO DE FILOSOFIA
Matérias
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Patocka (2002:4) – quando há o princípio vital pode o ente mostrar-se
11 de junho de 2023, por Cardoso de Castro
O problema da aparição do ente foi formulado tentativamente por Aristóteles, em Peri psyches, 431b 20 e sgs. Para que as coisas apareçam, quer [13] dizer, para que a sua forma surja e se mostre, é necessário um ente de natureza particular, a saber, a psique, o princípio vital [Lebendigkeit]. Apenas quando há o princípio vital pode o ente mostrar-se. O princípio vital é, porém, a disposição activa para a obra de um corpo orgânico [Leib] não produzido, o qual está dotado de todas as coisas com (…)
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Henry (2003b:10-13) – ontologia kantiana
26 de junho de 2023, por Cardoso de Castro
Se queremos falar de alma devemos rejeitar a crítica kantiana.
Si donc nous voulons parler de l’âme, nous devons au préalable rejeter la critique kantienne. Cette tâche peut paraître présomptueuse, mais nous n’avons pas le loisir de nous y soustraire. Elle peut paraître infinie, hors de proportion en tout cas avec les limites de notre entretien, mais peut-être sommes-nous déjà en possession du fil conducteur qui va nous guider, peut-être comprenons-nous déjà quelle forme doit revêtir la (…)
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Levinas (1991:i-iv) – Além da ontologia
20 de junho de 2023, por Cardoso de Castro
Além do em-si e do para-si do desvelado, eis a nudez humana, mais exterior que o fora do mundo das paisagens, das coisas e das instituições, a nudez que clama sua estranheza ao mundo, sua solidão, a morte dissimulada em seu ser ela clama, no aparecer, na vergonha de sua miséria oculta, ela clama a morte na alma; a nudez humana me interpela ela interpela o eu que sou ela me interpela de sua fraqueza, sem proteção e sem defesa, de nudez; mas ela me interpela também de estranha autoridade, (…)
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Gadamer: Reflection and Self-consciousness
30 de abril de 2017, por Cardoso de Castro
Extract p. 277-279, translated by Peter Adamson and David Vessey, from Continental Philosophy Review 33: 275-287, 2000
Thus the structure of reflexivity returned to center stage in philosophy. “Reflection” and “reflexivity” are etymologically derived from the Latin expression reflexio, a familiar term in optics and mirroring. It could not have developed to its newer meaning, its natural meaning for us, before the emergence of the scholastic sciences. Originally it referred merely to the (…)
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Ernildo Stein (2008:169-174) – "a alma é de algum modo todas as coisas"
9 de junho de 2023, por Cardoso de Castro
Foi necessário que se processasse toda a história da Filosofia para que, no fim da metafísica, alguém perguntasse: qual é a compreensão que a alma (o Dasein) deve ter para poder ser de certo modo todas as coisas?
A originalidade da intuição heideggeriana, quando introduz a compreensão do ser, consiste no fato de introduzir na Filosofia um terceiro nível de problematização nas questões da ontologia, por meio do ser-aí que tem um modo privilegiado de ser. Já em Aristóteles temos o nível do (…)
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Marion (2008:98-101) — o anonimato do ego
27 de junho de 2023, por Cardoso de Castro
O cogito, suposto me apropriar de mim mesmo como um mim mesmo, me expulsa de mim mesmo e me define por este mesmo exílio. Por conseguinte, sou paradoxalmente aquele que em pensando sabe que não é (pertence a) ele mesmo, não conhece sua essência e nunca pode dizer (ele mesmo), rigorosamente, mim mesmo.
tradução do inglês
Um ponto parece assim estabelecido: em nenhum momento Santo Agostinho consegue (nem tenta, como Descartes fará) assegurar o ego de sua existência ou atribuí-lo (…)