[tabby title="Paulo César de Souza"]
1. Criar um animal que pode fazer promessas — não é esta a tarefa paradoxal que a natureza se impôs, com relação ao homem? Não é este o verdadeiro problema do homem?… O fato de que este problema esteja em grande parte resolvido deve parecer ainda mais notável para quem sabe apreciar plenamente a força que atua de modo contrário, a do esquecimento. Esquecer não é uma simples vis inertiae (força inercial), como creem os superficiais, mas uma força (…)
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Nietzsche / Friedrich Nietzsche
FRIEDRICH WILHELM NIETZSCHE (1844-1900)
OBRAS NA INTERNET: LIBRARY GENESIS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
- NIETZSCHE, Friedrich. Assim falou Zaratustra. Tr. Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia das Letras, 2011 (ebook)
- NIETZSCHE, Friedrich. Assim falava Zaratustra. Um livro para todos e para ninguém. Tr. Mário Ferreira dos Santos. Petrópolis: Vozes, 2008.
- NIETZSCHE, Friedrich. A Vontade de Poder. Tr. Marcos Sinésio Pereira Fernandes e Francisco José Dias de Moraes. Rio de Janeiro: Contraponto, 2011.
- NIETZSCHE, Friedrich. Além do Bem e do Mal. Prelúdio a uma filosofia do futuro. Tr. Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia das Letras, 1992.
- NIETZSCHE, Friedrich. A Gaia Ciência. Tr. Alfredo Margarido. Lisboa: Guimarães Editores, 2000 (epub)
- NIETZSCHE, Friedrich. Crepúsculo dos Ídolos. Tr. Paulo César Lima de Souza. São Paulo: Companhia das Letras, 2006 (epub)
- NIETZSCHE, F.. A Genealogia da Moral. Tr. Paulo César Lima de Souza. Belo Horizonte: Companhia das Letras, 1998.
Matérias
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Nietzsche (GM:Capítulo 2) – responsabilidade
12 de dezembro de 2024, por Cardoso de Castro -
Didier Franck (1998:262-266) – o medo
9 de março de 2024, por Cardoso de Castrodestaque
Nietzsche nunca deixou de fazer do medo a disposição fundamental do homem. É, antes de mais, o sentimento original da humanidade, pois "desde há centenas de milênios que o homem é, e em grau supremo, um animal acessível ao medo" [Humano demasiado humano, I, § 169]. Se "a época do medo foi a mais longa de todas as épocas" [A Gaia Ciência, § 48]. Se "a época do medo foi a mais longa de todas as épocas" [ibidem], então o medo deve ser considerado como "aquilo que mais antigamente se (…) -
Nietzsche (ABM:19) – vontade, querer e livre-arbítrio
12 de dezembro de 2024, por Cardoso de CastroOs filósofos costumam falar da vontade como se ela fosse a coisa mais conhecida do mundo; Schopenhauer deu a entender que apenas a vontade é realmente conhecida por nós, conhecida por inteiro, sem acréscimo ou subtração. Mas sempre quer me parecer que também nesse caso Schopenhauer fez apenas o que os filósofos costumam fazer: (23) tomou um preconceito popular e o exagerou. Querer me parece, antes de tudo, algo complicado, algo que somente como palavra constitui uma unidade — e precisamente (…)
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Nietzsche (AFZ:III-5) – Da virtude amesquinhadora II
16 de maio de 2020, por Cardoso de Castro[tabby title="Ferreira dos Santos"]
“Passo por entre este povo de olhos bem abertos; eles não me perdoam de não lhes invejar as virtudes.
Querem morder-me, por eu lhes dizer que as pessoas pequenas necessitam de pequenas virtudes, e porque me é difícil conceber que sejam necessárias as pessoas pequenas.
Estou aqui como galo em terreiro estranho, que até as galinhas lhe querem bicar: mas eu nem por isso guardo rancor a tais galinhas.
Sou indulgente para com elas como se é para com (…) -
Nietzsche (VP:485) – sujeito -> substância
12 de dezembro de 2024, por Cardoso de Castro[tabby title="Fernandes & Moraes"]
O conceito-substância é uma consequência do conceito sujeito: não o inverso! Se abandonarmos a alma, “O sujeito”, então falta a pressuposição para uma “substância” em geral. Obtêm-se graus do que é, perde-se o que é.
Crítica da “realidade” [“Wirklichkeit”]: a que conduz o “mais ou menos realidade (Wirklichkeit) ”, a gradação do ser em que acreditamos?
Nosso grau de sentimento de vida e de poder (lógica e contexto do vivido) dá-nos a medida do (…) -
Nietzsche (HDH:58) – promessas
12 de dezembro de 2024, por Cardoso de Castro58. O que se pode prometer. — Pode-se prometer atos, mas não sentimentos; pois estes são involuntários. Quem promete a alguém amá-lo sempre, ou sempre odiá-lo ou ser-lhe sempre fiel, promete algo que não está em seu poder; mas ele pode prometer aqueles atos que normalmente são consequência do amor, do ódio, da fidelidade, mas também podem nascer de outros motivos: pois caminhos e motivos diversos conduzem a um ato. A promessa de sempre amar alguém significa, portanto: enquanto eu te amar, (…)
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Nietzsche (VP:281) – eticidade
12 de dezembro de 2024, por Cardoso de CastroQuando nos fazemos prescrições e nos interditamos certas ações a partir do instinto comunitário, então nós vedamos, se há nisso razão, não uma modalidade de “ser”, não uma “mentalidade”, mas antes apenas uma certa direção e aplicação útil desse “ser”, dessa “mentalidade”. Mas então vem, pelo seu lado, o ideólogo da virtude, o moralista, e diz: “Deus vê o coração! Que importa que vos abstenhais de determinadas ações: nem por isso sois melhores!” Resposta: meu nobre senhor virtuoso e de (…)
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Nietzsche (VP:675) – o agente e o esvaziamento do fazer
12 de dezembro de 2024, por Cardoso de Castro[tabby title="Fernandes & Moraes"]
[Valor de todo desvalorizar. — Minha exigência é] que se ponha o agente (Täter) de novo no interior do fazer (Tun), depois de tê-lo extraído dele, conceitualmente, e de se ter, com isso, esvaziado o fazer; que se retomem o fazer-algo, a “meta”, a “intenção”, o “fim” novamente no fazer, depois de tê-los artificialmente extraído dele e de se ter, com isso, esvaziado o fazer.
Que todos os “fins”, “metas”, “sentidos” são só modos de expressão e (…) -
Barbuy: senso comum (7) - Nietzsche
6 de outubro de 2021, por Cardoso de Castro7. Nietzsche, no fim do século XIX, levantou o desesperado clamor de que a vida não tinha mais sentido porque Deus tinha morrido. A negação da realidade do mundo tinha conduzido à negação da realidade de Deus: E que sentido poderia ter o mundo sem Deus? Tudo quanto sempre se concebeu como ordem vital, ou mundo, ou harmonia, ou kosmos supunha a realidade concreta de Deus; os seres reais só podiam ser interpretados no seu vir-a-ser pela composição da potência e do ato, supondo Deus como Ato (…)
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Arendt (LM2:13-19) – a vontade
21 de novembro de 2021, por Cardoso de CastroAbranches, Almeida & Martins
Estas considerações preliminares — e de modo algum satisfatórias — sobre o conceito de tempo parecem-me necessárias em nossa discussão sobre o ego volitivo, porque a Vontade, se é que ela existe — e uma quantidade desconfortável [197] de grandes filósofos que nunca duvidaram da razão ou do pensamento sustentaram que a Vontade não passa de uma ilusão —, é obviamente o nosso órgão espiritual para o futuro, do mesmo modo que a memória é o nosso órgão (…) -
Lima Vaz (1991:133-134) – Nietzsche
14 de outubro de 2024, por Cardoso de CastroA presença de Nietzsche, como a de Marx, é uma presença difusa, mas poderosamente determinante em vários campos da cultura contemporânea. No que diz respeito à filosofia, sua obra se apresenta sobretudo como crítica da cultura e como proposição de uma nova ideia do homem. Nietzsche retoma, dando-lhes novo sentido, as questões de Kant que convergem para a interrogação “o que é o homem?” Essa interrogação, para Nietzsche, formula-se não no plano clássico da essência (Wesen) e sim na (…)
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Didier Franck (1998:377-380) – orgânico e inorgânico
12 de janeiro de 2024, por Cardoso de Castrodestaque
[…] partamos da distinção entre o orgânico e o inorgânico. Qual é a diferença entre eles, uma vez que existe apenas um tipo de força? Há mais seres inorgânicos no mundo do que orgânicos, e a diferença entre o vivo e o não vivo é exclusivamente quantitativa? Em A Gaia Ciência, Nietzsche adverte: "Não se deve dizer que a morte se opõe à vida. O vivo é apenas um modo do que está morto, e um modo muito raro. Isto para sublinhar a raridade quantitativa do orgânico em relação ao (…) -
Nietzsche (VP:490) – sujeito como multiplicidade
12 de dezembro de 2024, por Cardoso de Castro[tabby title="Fernandes & Moraes"]
A suposição de um sujeito não é, talvez, necessária; do mesmo modo, seria talvez permitido supor uma multiplicidade de sujeitos, cujo jogo de conjunto e luta jaz como fundamento do nosso pensar e em geral de nossa consciência? Uma espécie de aristocracia de “células”, nas quais repousa o domínio? Certamente de pares que estão acostumados uns aos outros no governar e são entendidos em dar ordens?
Minha hipótese: o sujeito como multiplicidade.
A (…) -
Gadamer: Heidegger on subjectivity
30 de abril de 2017, por Cardoso de CastroExtrato das páginas 279-281, da tradução de Peter Adamson and David Vessey, em Continental Philosophy Review 33: 275-287, 2000.
Now, how does the problematic of subjectivity look in the light of Heldegger and his proficient critique of Husserl? As is well-known, already in Being and Time Heidegger transformed Husserl’s use of “phenomenon,” for he saw the basic task of phenomenology as laying bare the phenomenon, and found insufficiently careful Husserl’s mere phrase: “to the thing (…) -
Didier Franck (1998:380-383) – a memória
12 de janeiro de 2024, por Cardoso de CastroDo eterno retorno, e do princípio segundo o qual o orgânico é apenas um caso particular do inorgânico, Nietzsche tira a seguinte conclusão: “A matéria inorgânica, embora na maioria das vezes fosse orgânica, não aprende nada, está sempre sem passado! Se fosse de outra forma, nunca poderia haver repetição – porque, da matéria, sempre nasceria algo com novas qualidades, com novo passado.” A repetição que assegura a constância do mundo e dos corpos que nele vivem supõe, portanto, como condição (…)
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Nietzsche, Sonámbulo del día - Oscar Portela
12 de dezembro de 2024, por Cardoso de CastroNietzsche hoy
…"lo último que deseo es "fama" y "ruido" en los periódicos y "veneración de discípulos"; he visto demasiado de cerca lo que todo ello significa hoy. Me sentiría en medio de ello mas solitario que ahora, y quizás aumentaría espantosamente mi desprecio de los hombres". (A su hermana, Sils María, a finales de julio de 1885).
La relación de la época de Nietzsche es sin embargo equívoca. El no pidió oficinas de prensa y propaganda, sino apenas un pequeño grupo de personas que (…) -
Nietzsche (VP:531) – julgar e predicados
12 de dezembro de 2024, por Cardoso de CastroO julgar (Urtheilen) é a nossa crença (Glaube) mais antiga, nosso mais habitual considerar verdadeiro ou não verdadeiro, um afirmar ou negar, uma certeza de que algo é assim e não de outra maneira, uma crença de ter, aqui, realmente “conhecido” — o que em todo julgar é tido como verdadeiro?
O que são predicados? — Não tomamos as alterações em nós como tais, mas sim como um “em-si” (An-sich) que nos é estranho, que só “percebemos” (wahrnehmen): e não as estabelecemos como um acontecer (…) -
Carneiro Leão – Nietzsche
18 de março, por Cardoso de CastroExcertos de "Aprendendo a pensar", Tomo I.
"Na Froehliche Wissenschaft, gaia ciência, diz Nietzsche que a filosofia vive nas geleiras das altas montanhas, tendo por única companhia o monte vizinho, onde mora o poeta. No país da ciência, a filosofia aparece como uma montanha solitária, envolta numa luz marginal. Por isso toda vez que ela desce da montanha, tem que exibir o passaporte de suas credenciais. Tem que justificar o direito de sua aparência. E há mais de dois mil e seiscentos anos, (…) -
Fernando Pessoa - Pascal et Nietzsche
21 de novembro de 2022, por Cardoso de Castro« Quant au cas de Nietzsche, je pense que tu as raison - la raison qu’on peut avoir sur n’importe quoi.
« Le paganisme de Nietzsche est un paganisme étranger. Il y a des erreurs de prononciation constantes dans son interprétation de l’hellénisme. Il est encore admis qu’un Allemand européen (c’est-à-dire avant Bismark) pouvait comprendre la Grèce antique ; mais un Allemand, c’est-à-dire comme Nietzsche, un Polonais ou un Tchèque, ou quelque chose sans Europe ni voyelles, peut à peine se (…) -
Nietzsche (GC 345): problema da moral
12 de dezembro de 2024, por Cardoso de Castro[tabby title="Alfredo Margarido"]
345 — O problema da moral. — A falta de personalidade vinga-se por toda a parte; uma personalidade enfraquecida, frágil, apagada, que se nega e se renega a si própria deixa de valer seja o que for, sobretudo para a filosofia. O “desinteresse” não tem algum valor, nem no céu nem na terra; os grandes problemas exigem todos o grande amor, e só os espíritos vigorosos, nítidos e duros, de raiz sólida, são capazes desse grau de amor. Há uma diferença enorme (…)
Notas
- Arendt (RJ:162) – supra-sensual
- Carneiro Leão (2017:19) – O grande inimigo da Verdade é a convicção das verdades
- Deleuze (1976:III.15) – não pensamos ainda…
- Deleuze (1976:III.15) – Niilismo
- Deleuze (1976:V.2) – morte de Deus
- Deleuze (1976:V.8) – o devir-reativo do homem e no homem
- Deleuze (2005:105-106) – a metafísica está e deve ser ultrapassada
- Deleuze (2010:124) – Hegel e Heidegger, historicistas
- Fink (1988:77) – Nietzsche e a metáfora do jogo
- Fogel (2015:191-192) – primazia do sentido para haver fato
- Gadamer (VM2:384-385) – sentido do ser
- Gilvan Fogel (Nietzsche) – Vida em Nietzsche
- Haar (1990:96) – o elementar do homem
- Mattéi (2001:76-79) – tétrades em Introdução à Metafísica [GA40]
- Mattéi (2001:79) – Eterno Retorno do Mesmo em 4 pontos
- Mattéi (2001:80) – essencialidade de uma posição metafísica
- Nietzsche (ABM 186): a ciência da moral
- Nietzsche (ABM:§17) – sujeito "eu" não conjuga "pensar"
- Nietzsche (ABM:§19) – vontade, querer e livre-arbítrio
- Nietzsche (ABM:§199) — dever