destaque
Visada como a verdade espantosa do que é agora uma coisa do passado, a realidade do fotografado, o acontecimento atestado do passado garantiria a ausência precisamente daquilo que estamos a ver. A fotografia faria duas afirmações violentas ao mesmo tempo: isto é o real, e o que se vê aqui "não é de modo algum uma presença", mas um mundo engolido pelo tempo. É por isso que, segundo Barthes, qualquer outra imagem bem feita estimularia mais ativamente a ficção ao não fazer uma (…)
Página inicial > Palavras-chave > Autores - Obras > Merleau-Ponty / Maurice Merleau-Ponty
Merleau-Ponty / Maurice Merleau-Ponty
MAURICE MERLEAU-PONTY (1908-1961)
Extratos por termos relevantes
OBRAS NA INTERNET:
MERLEAU-PONTY, Maurice. O Visível e o Invisível. Tr. José Artur Gianotti e Armando Mora d’Oliveira. São Paulo: Perspectiva, 2003
Matérias
-
Pontremoli (1996:68-75) – a fotografia
10 de janeiro de 2024, por Cardoso de Castro -
Merleau-Ponty (1945/2006:489-492) – sujeito e mundo
2 de novembro de 2021, por Cardoso de CastroRibeiro de Moura
Tratava-se para nós de compreender as relações entre a consciência e a natureza, entre o interior e o exterior. Ou, ainda, tratava-se de unir a perspectiva idealista, segundo a qual nada é senão como objeto para a consciência, e a perspectiva realista, segundo a qual as consciências estão inseridas no tecido do mundo objetivo e dos acontecimentos em si. Ou então, enfim, tratava-se de saber como o mundo e o homem são acessíveis a duas espécies de investigações, umas (…) -
Merleau-Ponty (2003:146-150) – ideia
17 de maio de 2020, por Cardoso de CastroAs ideias musicais ou sensíveis, exatamente porque são negatividade ou ausência circunscrita, não são possuídas por nós, possuem-nos. Já não é o executante que produz ou reproduz a sonata; ele se sente e os outros sentem-se a serviço da sonata, é ela que através dele canta ou grita tão bruscamente que ele precisa “precipitar-se sobre seu arco” para poder segui-la.
Gianotti & Oliveira
Com a primeira visão, o primeiro contato, o primeiro prazer, há iniciação, isto é, não posição de (…) -
Barbaras (2012) – Do ser do fenômeno
31 de outubro, por Cardoso de Castro* O destino ambíguo da filosofia de Merleau-Ponty, que, apesar de sua presença canônica no legado contemporâneo e de sua frequente citação, permanece uma ausência, pois muitos a ignoram enquanto leitura, reduzindo-a a uma mera intuição ou estilo a ser apropriado. * A primeira razão para essa negligência reside na mediação hegemônica da filosofia alemã de Husserl e Heidegger, através da qual seu pensamento é predominantemente abordado, ainda que tal mediação seja justificada pelo seu (…)
-
Sallis (2019:164-167) – discussão de Merleau-Ponty sobre a liberdade
15 de fevereiro de 2024, por Cardoso de Castrodestaque
Um dos principais objetivos da discussão de Merleau-Ponty sobre a liberdade é colocar esta questão da praxis e da relação da filosofia com a praxis. Vamos esboçar o seu argumento sobre a liberdade:
(1) Em primeiro lugar, pode argumentar-se que o sujeito não é uma coisa; logo, não é determinado por uma causalidade objetiva: "Para alguém ser determinado por algo do exterior, teria de ser ele próprio uma coisa" (Phénoménologie da la Perception, p. 496). Mas se não pode haver (…) -
Livret Merleau-Ponty
23 de março de 2022, por Cardoso de CastroMinistère des affaire étrangères
Cet ouvrage, traçant les "ruptures" et les "continuités" d’une pensée fondatrice et féconde, invite à découvrir et à lire l’oeuvre de Merleau-Ponty. Années de formation, enseignement, rencontres, voyages Lire Merleau-Ponty Ruptures 1945: la guerre a eu lieu
Psychologies
Littérature
Écrits politiques
La philosophie, son histoire et son dehors Continuités
L’œil et l’esprit
Les énoncés existentiels de Merleau-Ponty La leçon de Stendhal: colère, (…) -
Giuseppe Lumia: Merleau-Ponty
5 de outubro de 2021, por Cardoso de CastroLUMIA. (Giuseppe) O EXISTENCIALISMO PERANTE O DIREITO, A SOCIEDADE E O ESTADO. Tradução de Adriano Jardim e Miguel Caeiro. Colecção « Doutrina ». N.º 3. Livraria Morais Editora. Lisboa. 1964.
O pensamento de Maurice Merleau-Ponty (1908-1961) é de inspiração declaradamente husserliana. Mas está mais próximo do Husserl da última fase, o dos escritos inéditos, em que é mais claro o apelo às coisas e o recurso ao mundo da vida, o Lebenswelt. Em Merleau-Ponty motivos fenomenológicos (…) -
Merleau-Ponty (1964:9-13) – ciência manipula as coisas
2 de novembro de 2021, por Cardoso de Castroportuguês
A ciência manipula as coisas e renuncia habitá-las. Estabelece modelos internos delas e, operando sobre esses índices ou variáveis as transformações permitidas por sua definição, só de longe em longe se confronta com o mundo real. Ela é, sempre foi, esse pensamento admiravelmente ativo, engenhoso, desenvolto, esse parti pris de tratar todo ser como “objeto em geral”, isto é, ao mesmo tempo como se ele nada fosse para nós e estivesse no entanto predestinado aos nossos artifícios. (…) -
Merleau-Ponty (S:166-169) – subjetividade
2 de novembro de 2021, por Cardoso de CastroExcerto de MERLEAU-PONTY, Maurice. Signos. São Paulo: Martins Fontes, 1991, p. 166-169
português
Que há em comum nessas filosofias esparsas por três séculos que agrupamos sob a insígnia da subjetividade? Há o Eu que Montaigne amava acima de tudo, e que Pascal odiava, aquele de que [167] mantemos registro diário, de que anotamos as audácias, as fugas, as intermitências, as voltas, que experimentamos ou testamos como um desconhecido. Há o Eu que pensa de Descartes e de Pascal ainda, (…) -
Merleau-Ponty (1960:191-194) – subjetividade
17 de junho de 2023, por Cardoso de CastroMERLEAU-PONTY, Maurice. Signos. Tr. Maria Ermantina Galvão Gomes Pereira. São Paulo: Martins Fontes, 1991, p. 166-169
Gomes Pereira
Que há em comum nessas filosofias esparsas por três séculos que agrupamos sob a insígnia da subjetividade? Há o Eu que Montaigne amava acima de tudo, e que Pascal odiava, aquele de que [167] mantemos registro diário, de que anotamos as audácias, as fugas, as intermitências, as voltas, que experimentamos ou testamos como um desconhecido. Há o Eu que pensa de (…) -
Dufour-Kowalska (1996:34-37) – imaginação, Kant-Heidegger
2 de dezembro de 2024, por Cardoso de Castro[…] Qual é, então, a faculdade originária que desdobra o horizonte ontológico que torna possível toda a manifestação ôntica, que forma, como diz Heidegger, o campo da nossa “abertura” ao ente enquanto tal?
Para descobrir este fundamento primário, temos de nos elevar a partir das condições a priori de todo o conhecimento, entrando na interação das faculdades que o põem em jogo. Kant distingue três faculdades do conhecimento: 1. a , que recebe o ente através dos sentidos como matéria (…) -
Barbaras (1991) – O idealismo de Merleau-Ponty
31 de outubro, por Cardoso de Castro* Muitos comentadores criticaram Merleau-Ponty por ter ido longe demais na crítica ao intelectualismo, dissolvendo a reflexão na vida irrefletida, impedindo-se de dar conta da reflexão e da objetivação e, consequentemente, de fundamentar a possibilidade do seu próprio discurso, o que faria tal filosofia só ser coerente se coincidisse com o silêncio do mundo vivido e se abolisse como filosofia. * Julga-se, pelo contrário, que, conduzida sob o pressuposto da consciência, *Fenomenologia da (…)
-
Merleau-Ponty (1960:111-115) – a sedimentação
17 de junho de 2023, por Cardoso de CastroA significação anima a palavra como o mundo anima meu corpo: por uma surda presença que desperta minhas intenções sem se mostrar abertamente diante delas.
Gomes Pereira
Se a palavra é comparável a um gesto, o que ela está encarregada de expressar terá com ela a mesma relação que o alvo tem com o gesto que o visa, e nossas observações sobre o funcionamento do aparelho significante já envolverão uma certa teoria da significação que a palavra expressa. Meu enfoque corporal dos objetos que (…) -
Merleau-Ponty (VI) – homenzinho dentro do homem
3 de novembro de 2021, por Cardoso de CastroAutant il est vrai que je ne peux, pour sortir des embarras où me jette la foi perceptive, m’adresser qu’à mon expérience du monde, à ce mélange avec le monde qui recommence pour moi chaque matin dès que j’ouvre les yeux, à ce flux de vie perceptive entre lui et moi qui ne cesse de battre du matin au soir, et qui fait que mes pensées les plus secrètes changent pour moi l’aspect des visages et des paysages comme inversement les visages et les paysages m’apportent tantôt le secours et tantôt (…)
-
Gaboriau (1962:298-299) – o verdadeiro cogito inicial
17 de outubro de 2024, por Cardoso de CastroConcluamos com uma longa e luminosa citação, do que M. Merleau-Ponty considera “o verdadeiro Cogito inicial”, e também a “situação inicial, constante e final” da exploração filosófica:
O Cogito até agora desvalorizava a percepção dos outros, ensinava-me que o eu é acessível apenas a si mesmo, já que me definia pelo pensamento que tenho de mim mesmo e que sou obviamente o único a ter, pelo menos nesse sentido último. Para que o outro não seja uma palavra vazia, minha existência nunca deve (…) -
Barbaras (1991) – A crítica simétrica do intelectualismo e do realismo
31 de outubro, por Cardoso de Castro* O propósito fundamental de Merleau-Ponty, explicitado na Introdução de *A estrutura do comportamento*, é o de compreender a relação intrínseca entre a Consciência e a natureza. * A psicologia, ao tentar conceber esta relação, encontra-se numa situação marcada pela justaposição de uma filosofia criticista que estabelece a natureza como uma unidade objetiva constituída diante da consciência, e de uma ciência que insere a consciência na natureza, concebendo a sua relação num modo causal. * (…)
-
Barbaras (1991:273-276) – o invisível
19 de dezembro de 2023, por Cardoso de Castrodestaque
O propósito de Merleau-Ponty é pôr em evidência uma articulação original e, em última análise, uma quase-identidade do visível e do invisível. O invisível não é o outro de um visível concebido como inerentemente positivo, mas aquilo que, para preservar a sua distância, o seu poder significante, se torna visível; o visível, por sua vez, não é a negação do invisível, mas o elemento da sua manifestação e, neste sentido, um modo primitivo de idealidade. O visível é, de fato, a (…) -
Barbaras (1991:176-179) – o visível
19 de dezembro de 2023, por Cardoso de Castrodestaque
[…] Que significação conceder a este primado da visão? É certo que "o nosso mundo é principalmente e essencialmente visual; não se faria um mundo com perfumes ou sons"; no entanto, esta preeminência não se limita a esta constatação factual. Refere-se sobretudo ao fato de ser apenas através da visão que temos acesso ao mundo enquanto mundo. Como diz Merleau-Ponty em L’œil et l’esprit: "Le ’quale visuel’ me donne et me donne seul la présence de ce qui n’est pas moi, de ce qui est (…) -
Barbaras (1991) – O problema do "outro"
31 de outubro, por Cardoso de Castro* A importância da questão de outrem na obra de Merleau-Ponty não pode ser exagerada, podendo sua totalidade ser interpretada como uma meditação sobre o que está implicado pela experiência incontestável dos outros. * Longe de outrem ser abordado apenas como um momento do mundo, ele informa desde logo a descrição do mundo percebido: este é primariamente o que responde à possibilidade de outrem, o lugar onde outros são suscetíveis de aparecer. * É necessário distinguir a ordem da exposição da (…)
-
Dufour-Kowalska (1996:21-24) – sensibilidade em Merleau-Ponty
2 de dezembro de 2024, por Cardoso de CastroEncontramos no autor da Fenomenologia da Percepção (à qual nos limitaremos aqui) , as três teses, ligeiramente modificadas, embora consideravelmente mais complexas, que expusemos no início deste capítulo, e que conduzem de novo à desvalorização da sensibilidade e, em última análise, à negação da sua essência.
A estrutura relacional da sensibilidade, que é identicamente a sua redução à sensação — a que M. Henry, nos textos em que denuncia o conceito tradicional do sensível dado, chama (…)
Notas
- Barbaras (1991:25-26) – corpo próprio
- Barbaras (1991:31-33) – cogito e ser-no-mundo
- Barbaras (1998:194-195) – o fenômeno da expressão
- Deleuze (2005:109-110) – Tudo passava por Sartre…
- Deleuze (2010:231) – ontologia da carne?
- Levinas (Carnets) – linguagem
- Marion (1998:§1nota) – privilégio da dação
- Merleau-Ponty (1945/2006:ii-iii) – sou a fonte absoluta
- Merleau-Ponty (1948:165-166) – metafísica
- Merleau-Ponty (1948:185) – as ciências humanas são metafísicas ou transnaturais
- Merleau-Ponty (1948:191-192) – ciências do homem e metafísica
- Merleau-Ponty (1955/2015:Cours du lundi) – o problema da memória
- Merleau-Ponty (1960:254-255) – A morte é o ato com uma única personagem
- Merleau-Ponty (1964:231) – existenciais pelos quais compreendemos as "pessoas"
- Merleau-Ponty (2003:105-107) – a questão comum do an sit