De acordo com Husserl, o que era “óbvio” para Galileu era uma longa tradição de relação e aplicação da geometria antiga em uma aparência platônica, de modo que o mundo empírico pudesse ser matematizado com certa intuitividade — mas apenas até certo ponto. As medidas e correspondências parciais eram conhecidas desde a antiguidade (e revividas no Renascimento [20]). Assim, sem especificar mais as origens, as proporções entre comprimentos de cordas e sons (harmônicos) e entre formas (…)
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Hermenêutica
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Don Ihde (1991) – Qualidades, matematização e mundo da vida
18 de novembro de 2024, por Cardoso de Castro -
Don Ihde (1991) – Praxis-percepção, um modelo fenomenológico de interpretação
18 de novembro de 2024, por Cardoso de CastroO principal progenitor do movimento fenomenológico foi Edmund Husserl, cujas obras publicadas foram publicadas desde o início do século XX até 1936. Um leitor francês dele, especialmente com [17] relação às obras posteriores, foi Maurice Merleau-Ponty, que faleceu em 1961. Ambos voltaram sua atenção para o papel da percepção na ciência e ambos utilizaram uma versão do mundo da vida como uma ideia interpretativa.
A Crise de Husserl foi publicada em 1936, e nela é possível encontrar um (…) -
Don Ihde (1991) – Filosofia da Ciência
18 de novembro de 2024, por Cardoso de CastroNão quero retomar o mesmo terreno já bem trilhado desde a publicação de The Structure of Scientific Revolution (1962). Os argumentos e contra-ataques, as extensões e revisões foram muitos. Mas vou adotar uma abordagem diferente. Não abordarei a reação da linha principal, que acusou Kuhn tanto de reduzir a ciência a uma sociologia da ciência quanto de exibir um suposto irracionalismo, que surgiu de sua mudança de ênfase na descoberta de sua base anteriormente “puramente” racional em formas de (…)
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Janicaud (1985) – Cibernética
18 de novembro de 2024, por Cardoso de CastroDa universalização da técnica ao mito da transparência difundido mundialmente, o círculo ainda não foi completado: o que está faltando é uma consideração sobre a natureza especificamente linguística da técnica.
Ellul, embora reconheça a “fraternidade informal” que está sendo estabelecida entre os técnicos, diagnostica uma progressão de mal-entendidos, uma dissociação das formas sociais e das estruturas morais, a redução do corpo social a um conjunto de indivíduos; e o próprio McLuhan fica (…) -
Ceticismo e epistemologia (Dreyfus & Taylor, 2015:5-7)
18 de novembro de 2024, por Cardoso de CastroA conexão entre o ceticismo e a epistemologia moderna é clara desde o início, no trabalho de Descartes. Ele usa o ceticismo, poderíamos dizer, não para promover a agenda cética, mas para estabelecer sua própria topologia do eu, da mente e do mundo. Na primeira Meditação, o leitor é bombardeado com toda a barragem de argumentos céticos. O objetivo não é, como no caso dos antigos ou, mais recentemente, de Montaigne, fazer com que percebamos o quão pouco sabemos. Pelo contrário, o argumento (…)
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Bernard Stiegler – Técnica e Tempo (aceleração)
18 de novembro de 2024, por Cardoso de CastroEmbora nossa compreensão atual da técnica ainda seja amplamente determinada pelas categorias de fim e meio, desde a Revolução Industrial e as profundas mudanças sociais que a acompanharam, a técnica, com as mudanças repentinas que sofreu, assumiu uma nova opacidade, que as grandes divisões do conhecimento terão cada vez mais dificuldade em explicar. Nos últimos anos, que foram marcados pela “modernização” e pela desregulamentação política e econômica em relação direta com o desenvolvimento (…)
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Bernard Stiegler – Técnica e Tempo (Habermas)
18 de novembro de 2024, por Cardoso de CastroA alternativa de Habermas à tese de Marcuse baseia-se na ideia de que deve ser feita uma distinção entre dois conceitos de racionalização: o processo de desenvolvimento das forças produtivas só pode ser um potencial de liberação se não substituir a racionalização que deve ocorrer
o processo de desenvolvimento das forças produtivas só pode ser um potencial de liberação se não substituir a racionalização que deve ocorrer […] no nível da estrutura institucional [que] só pode ser alcançada no (…) -
Bernard Stiegler – Técnica e Tempo (Marcuse)
18 de novembro de 2024, por Cardoso de CastroÉ por isso que Jacques Taminiaux pode escrever que
é o próprio Ser que, sob sua aparência técnica, ou seja, sob uma tecnicização generalizada que se tornou a própria face de nosso mundo, e cuja essência metafísica Nietzsche e Marx, cada um à sua maneira, expressaram com precisão, […] é o próprio Ser que se oferece a nós ao se retirar. Mas dizer isso, e meditar sobre o que está sendo dito aqui, é o que a metafísica não é capaz de fazer[20].
Há uma linhagem marxista nesse pensamento: é uma (…) -
Bernard Stiegler – Técnica e Tempo (Introdução 2)
18 de novembro de 2024, por Cardoso de CastroA refundação de uma filosofia racional não é mais o objetivo da análise existencial: embora a tecnicização do conhecimento permaneça no centro da meditação de Heidegger sobre a história do ser, a razão parece ser essencialmente dedicada ao cálculo, um devir técnico que é o ar-razoamento de todo ser. Mas, muito mais profundamente, o destino e a historicidade são pensados a partir de uma tecnicidade original, tecendo seu caminho através das análises da mundanidade do final da década de 1920 e (…)
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Bernard Stiegler – Técnica e Tempo (Introdução 1)
18 de novembro de 2024, por Cardoso de CastroNo início de sua história, a filosofia isolou a techne e a episteme, que os tempos homéricos ainda não haviam distinguido. Essa mudança foi determinada por um contexto político no qual o filósofo acusava o sofista de usar o logos como retórica e logografia, um meio de poder e um não-lugar de conhecimento. É sobre o legado desse conflito, no qual a episteme filosófica luta contra a techne sofística, desvalorizando assim todo o conhecimento técnico, que a essência dos entes técnicos em geral é (…)