Há uma parábola nas Escrituras que é raramente considerada apesar de instrutiva e inspiradora: Dois filhos enviados à vinha (Mt 21,28-31). Poderíamos também perguntar de outra maneira: quais destes dois era o filho pródigo? Imagino se não era aquele que disse «Sim», aquele que não somente disse «Sim», as disse, «Irei, senhor», como se para demonstrar sua submissão submissão obediente, sem ressalvas, à vontade de seu pai.
Agora, qual é o ponto desta parábola? Não é visa nos mostrar o perigo (…)
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Existencialismo
Citações das obras de Kierkegaard , Dostoiévski , Sartre e outros
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Kierkegaard (P) – Sob o feitiço das boas intenções
16 de setembro de 2021, por Cardoso de Castro -
Kierkegaard (P) – Ou/Ou
16 de setembro de 2021, por Cardoso de CastroUma escolha! Sabes, meu ouvinte, como expressar em uma única palavra nada mais magnificente? Dás conta, mesmo se fosses discutir ano sim ano não como poderia mencionar nada mais surpreendente que uma escolha, o que é ter uma escolha! Pois embora seja certamente verdade que a benção suprema é escolher certo, ainda assim a faculdade de escolher ela mesma é ainda o pré-requisito glorioso. De que importa ao jovem amante arrolar todas as qualidades que se sobressaem de sua noiva se ela mesma não (…)
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Kierkegaard (P) – ousar decidir
16 de setembro de 2021, por Cardoso de Castro[tabby title="nossa tradução"]
Pode haver algo na vida que tenha poder sobre nós que pouco a pouco nos cause esquecer tudo que era bom? E pode isto jamais acontecer para alguém que ouviu a chamada da eternidade bem clara e fortemente?
Se isto jamais pode ser, então deve-se buscar uma cura contra isto. Louvado seja Deus que tal cura exista — ’’calmamente tomar uma decisão’’. Uma decisão nos junta ao eterno. Traz o que é eterno para dentro do tempo. Uma decisão nos eleva, com um choque, do (…) -
Buzzi (IP) – a questão do ser
11 de setembro de 2021, por Cardoso de CastroIntrodução ao pensar é o título do livro que o leitor tem em mãos. Pensar é achegar-se à realidade no seu constitutivo mais profundo. Isso não significa que o pensamento esteja em algum momento fora, adejando na periferia do real. A realidade é cheia de pensamento. Tudo quanto existe proclama o pensamento.
Estamos envolvidos numa multiplicidade de entes que desvelam o pensamento. Pensar é permitir à realidade que está aí, na qual somos agasalhados, diga ela mesma quem é. Pensar é acolher o (…) -
GA6T1:1-49 – Nietzsche citado por Heidegger
28 de julho de 2021, por Cardoso de Castro“Não quero persuadir ninguém a fazer filosofia: é necessário, talvez mesmo desejável, que o filósofo permaneça uma planta rara. Nada me é mais repulsivo do que o elogio pedagógico da filosofia, tal como o encontramos em Sêneca ou, pior, em Cícero. Filosofia tem pouco a ver com virtude. Seja-me permitido dizer que mesmo o homem de ciência é algo fundamentalmente diverso do filósofo. – O que desejo é: que o autêntico conceito de filosofia não pereça totalmente na Alemanha” (A vontade de poder, (…)
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Kierkegaard (TD:60-62) – imaginação
16 de junho de 2021, por Cardoso de CastroÉ verdade que o imaginário concerne em primeiro lugar à imaginação; mas esta por sua vez afeta o sentimento, o conhecimento, a vontade, de modo que se pode ter um sentimento, um conhecimento, um [60] querer imaginários. A imaginação é geralmente o agente da infinitização, não é uma faculdade como as outras… mas, por assim dizer, é o seu Proteu. O que há de sentimento, de conhecimento e de vontade no homem depende em última instância do que ele tem de imaginação, isto é, da maneira pela qual (…)
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Camus (MH) – Tudo se esquece…
27 de abril de 2021, por Cardoso de Castronossa tradução
Creia-me, não há grande dor, nem grandes arrependimentos, nem grandes lembranças. Tudo se esquece, mesmo os grandes amores. Isto é o que há de triste e de exaltante ao mesmo tempo na vida. Há somente certa maneira de ver as coisas e ela surge de tempos em tempos. É por isto que ainda é bom ter tido um grande amor, uma paixão infeliz em sua vida. Isto faz pelo menos um álibi para os desesperos sem razão dos quais somos sobrecarregados. Original
« Crois-moi, il n’y a pas de (…) -
Nietzsche (VP:579): sofrimento
5 de julho de 2020, por Cardoso de CastroPara a psicologia da metafísica. — Este mundo é aparente — consequentemente, há um mundo verdadeiro. Este mundo é condicionado — consequentemente, há um mundo incondicionado. Este mundo é contraditório — consequentemente, há um mundo sem contradição. Este mundo está em devir — consequentemente, há um mundo que é. Meras conclusões falsas (confiança cega na razão: se A é, então também o seu conceito-oposição B há de ser). O sofrimento inspira essas conclusões: no fundo, são desejos de que (…)
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Kierkegaard (CA:Caput V) – angústia e possibilidade
10 de junho de 2020, por Cardoso de Castro[tabby title="Montenegro Valls"]
Acha-se num dos contos de Grimm uma narrativa sobre um moço que saiu a aventurar-se pelo mundo para aprender a angustiar-se. Deixemos esse aventureiro seguir o seu caminho, sem nos preocuparmos [em saber] se encontrou ou não o terrível [det Forfœrdelige]. Ao invés disso, quero afirmar que essa é uma aventura pela qual todos têm de passar: a de aprender a angustiar-se, para que não se venham a perder, nem por jamais terem estado angustiados nem por afundarem (…) -
Nietzsche (VP:288-291) – Moral como tentativa de produzir o orgulho humano
5 de junho de 2020, por Cardoso de Castro288
Moral como tentativa de produzir o orgulho humano. — A teoria do “livre-arbítrio” é antirreligiosa. Ela quer criar para o homem um direito de poder pensar-se como causa de seus mais altos estados e ações: ela é uma forma do crescente sentimento de orgulho.
O homem sente o seu poder, sua “felicidade”, então diz a si mesmo: deve haver “vontade” antes desse estado, — do contrário tal estado não pertence a ele. A virtude é a tentativa de colocar um fato do querer e ter-querido como um (…)