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Sinn / Sin der Seinsfrage / Bedeutung / Bedeutsamkeit …
Sinn / sens / senso / sentido / sense / meaning / Sin der Seinsfrage / sens de la question de l’être / sentido da questão-do-ser / sinnhaft / signifiant / Sinnlichkeit / sensibilité / sensibilidade / sensibilidad / sensibility / sinnvoll / sensé / sinnlos / in-sensé / unsinnig / non sensé / Versinnlichung / sensorialización / besinnen / meditar / Besinnung / meditation / meditação / meditación / besinnliches Denken / pensamento que medita / Seinssinn des sum / sens d’être du « sum » / sentido-do-ser do sum / meaning of being of the sum / widersinnig / à contresens / Bedeutsamkeit / significativité / significatividade / significância / significance / meaningfulness / significatividad / bedeuten / significar / signify / mean / Bedeutung / signification / significado / significación / Grundbedeutung / signification fondamentale / significado-fundamental / significación fundamental / base meaning
O uso de Sinn e Bedeutung por Heidegger evolui ao longo do tempo e nem sempre é consistente, mas em qualquer caso, ele não usa esses termos da maneira que Frege ou Husserl fazem. Sinn não se refere a uma unidade ideal de sentido, a uma idealidade pura e inalterada que não é afetada pelos atos psicológicos que a apreendem, nem é o noema de uma noesis husserliana. Da mesma forma, Bedeutung não significa "referência" (ou "referente"), como em Frege, e não se refere meramente a uma expressão linguística, como nas Investigações Lógicas de Husserl . Em Ser e Tempo , Sinn e Bedeutung estão intimamente relacionados, embora Sinn seja mais amplo do que Bedeutung, e eles geralmente são traduzidos alternadamente como "senso" e "sentido". Bedeutung sempre se refere ao senso ou sentido de uma coisa particular. Mas quando se trata de Sinn, devemos fazer algumas distinções:
1. Quando Sinn é usado em conjunto com coisas (como de fato raramente é), ele se refere ao seu senso, sentido ou inteligibilidade. [1]
2. Quando é usado em conjunto com Sein (der Sinn vom Sein), Sinn é uma indicação formal da clareira que explica a inteligibilidade. [2] Outras indicações formais incluem a “essência” ou “lugar” ou “verdade” (Wesen, Ort / Ortschaft / τόπος, Wahrheit) do ser das coisas.
3. Ser e Tempo , Divisão 2, de fato argumenta contra o conteúdo da palavra formalmente indicativa Sinn, que acaba sendo o horizonte aberto dentro do qual o ser aparece como ele mesmo inteligível.
4. Em sua obra intermediária e posterior, Heidegger abandona a abordagem transcendental-horizontal de Ser e Tempo , e a palavra Sinn é substituída por uma série de termos co-iguais, alguns dos quais indiquei acima: o "aberto" (Offene) ou o “domínio lançado-aberto” (Entwurfbereich) [3] ou especialmente “a clareira” (Lichtung) para presença plena de sentido em tudo. [SHEEHAN , Thomas. Making Sense of Heidegger: A Paradigm Shift. Lanham: Rowman & Littlefield, 2015, p. xvii-xviii]
SINN E CORRELATOS
Matérias
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Fédier (2012:34-36) – as três questões de Kant
24 de novembro de 2024, por Cardoso de Castro
Kant reúne a filosofia em torno de três questões: Was kann ich wissen? O que é que me é possível conhecer ?
Traduzida desta forma, esta questão não é outra senão a do limite do conhecimento, onde começa aquilo que me é impossível conhecer. Ora, o que me é impossível conhecer é tudo o que não tem o estatuto de objeto cognoscível. Esta primeira questão abre o campo para a primeira Crítica (Crítica da Razão Pura), na qual se estabelece que só pode haver conhecimento daquilo que se apresenta (…)
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Gadamer (VM): compreensão de sentido
24 de janeiro de 2024, por Cardoso de Castro
Chamar o aprender a falar de processo de aprendizagem é apenas uma façon de parier. Na verdade, trata-se apenas de um jogo, um jogo de imitação e de intercâmbio. A formação do som e o prazer na formação do som, no impulso de imitação da criança receptiva coadunam-se com o aparecimento do sentido. Ninguém pode responder de um modo racional à pergunta pela primeira compreensão de sentido. Esta sempre já vem precedida por experiências de sentido anteriores à linguagem e principalmente o (…)
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Nancy (1996:19-21) – sentido e "nós"
15 de maio de 2020, por Cardoso de Castro
tradução do inglês
Hoje em dia se costuma dizer que perdemos o sentido, que ele nos falta e, como resultado, precisamos e esperamos por ele. Aquele que fala desta maneira esquece que a própria propagação deste discurso é ela mesma cheia de sentido. Lamentar a ausência de sentido em si mesmo tem sentido. Mas tal lamento não tem sentido apenas neste modo negativo; negar a presença de sentido afirma que se sabe qual seria o sentido, aí estivesse, e mantém o domínio e a verdade do sentido em (…)
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Gadamer (VM): sentido hermenêutico
24 de janeiro de 2024, por Cardoso de Castro
É interessante ver que esta frase se encontra num contexto hermenêutico, como aliás, nesse escrito erudito, a sapientia Salomonis representa o último objeto e a mais elevada instância do conhecimento. Trata-se do capítulo sobre a utilização (usus) do sensus communis. Aqui Oetinger volta-se contra a teoria hermenêutica dos wolffianos. Mais importante do que todas as regras hermenêuticas, é que seja um sensu plenus. Uma tal tese é, naturalmente, um extremo espiritualista, possui, no entanto, (…)
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Richir (1990:9-13) – a instituição simbólica
1º de junho de 2023, por Cardoso de Castro
[RICHIR, Marc. La crise du sens et la phénoménologie. Grenoble: Jérôme Millon, 1990, p. 9-13]
tradução parcial
Tal como foi fixada, pelo menos desde Platão e Aristóteles, a questão tradicional da metafísica clássica é a da entidade do ser, do que faz com que o que é seja o que é, ou do que constitui e define a realidade do real. Retomada magistralmente, no nosso século, por Heidegger, esta questão é a do sentido do ser do que é, do sentido do ser do ser. Uma retomada magistral na medida (…)
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Greisch (1994:Intro) – Confronto Heidegger-Rickert
24 de setembro de 2024, por Cardoso de Castro
Como um bom epistemólogo, Rickert fez uma distinção entre as "leis da natureza" como um princípio de explicação científica e a norma como um princípio de julgamento. Foi essa distinção que formou o núcleo do chamado método teleológico-crítico. Embora seja fácil reconhecer o progresso que tal método representa em relação a um método puramente genético (o de uma simples história da ciência), não é certo que ele seja capaz de fornecer um critério suficiente para fundar filosoficamente uma (…)
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Patocka (2015:C3) – mundo não dado como reunião de coisas
12 de junho de 2023, por Cardoso de Castro
1) El mundo no está dado primariamente como una reunión de cosas. No está dado, pues, en el modo de la conciencia que intiende y a la cual se dan los seres individuales y las totalidades que forman. Existe, antes bien, una conciencia más originaria de los todos y del todo más abarcador, omniabarcador: una conciencia del mundo. Es preciso analizar este modo especial de conciencia, así como el origen del correlato de significado que lleva aparejado: sólo así se dilucidará el significado (…)
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Fink (1966b:74-78) – a seriedade da vida e o jogo
29 de novembro de 2023, por Cardoso de Castro
destaque traduzido
[…] Na maioria das vezes sabemos que a vida humana tem sentido. O indivíduo não sabe claramente para onde tende sua vontade de viver mais íntima, mas sabe que ela tende para alguma coisa, que uma aspiração atua dentro dele. Cada homem é um projeto vital; cada homem dá um tom único à antiga e eterna melodia da existência. O projeto vital do indivíduo não lhe é revelado com clareza, sua meta interior não se apresenta aos seus olhos sem máscara; a maioria busca seu caminho (…)
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Ricoeur (1977) – O discurso como obra
22 de junho de 2023, por Cardoso de Castro
Proponho três traços distintivos da noção de obra. Em primeiro lugar, uma obra é uma sequência mais longa que a frase, e que suscita um problema novo de compreensão, relativo à totalidade finita e fechada constituída pela obra enquanto tal. Em seguida, a obra é submetida a uma forma de codificação que se aplica à própria composição e faz com que o discurso seja um relato, um poema, um ensaio etc. É essa codificação que é conhecida pelo nome de gênero literário. Em outros termos, compete a (…)
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Gadamer (VM): sentido do ser
24 de janeiro de 2024, por Cardoso de Castro
Dessa ponderação há algo a fixar: O sentido do conhecimento da mimesis é reconhecimento. Mas o que vem a ser reconhecimento? Apenas uma análise mais exata do fenômeno é o que nos tornará bem evidente o SENTIDO DO SER da representação, que é o que nos importa. É conhecido o fato de que já Aristóteles destaca que a representação artística faz parecer agradável até mesmo o que é desagradável, e por essa razão, Kant define a arte como a bela representação (Vorstellung) de uma coisa, porque a (…)
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Dreyfus (1991:2-3) – fenomenologia das habilidades
3 de novembro de 2024, por Cardoso de Castro
Heidegger desenvolveu sua fenomenologia hermenêutica em oposição à fenomenologia transcendental de Husserl. Husserl reagiu a uma crise anterior nos fundamentos das ciências humanas argumentando que as ciências humanas fracassaram porque não levaram em conta a intencionalidade — a maneira como a mente individual é direcionada aos objetos em virtude de algum conteúdo mental que os representa. Ele desenvolveu uma descrição do homem como sendo essencialmente uma consciência com significados (…)
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Sheehan (2015:11-12) – a questão não é o ser, mas a inteligibilidade
24 de janeiro de 2024, por Cardoso de Castro
destaque
É conosco, seres humanos, que ser entra em ação. [GA73.1:90]
Ser: aquilo que aparece apenas e especificamente no homem. [GA73.1:337]
Não pode haver ser dos entes sem o homem. [GA89:221]
Ou ainda: Quando Heidegger afirma que, no mundo moderno, "as coisas, é certo, ainda são dadas… mas o ser as desertou", esta "deserção" não significa o desaparecimento da "exterioridade" das coisas (a sua existentia ou Vorhandensein), mas refere-se, antes, à perda da compreensão de como as (…)
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Raffoul (2010:247-249) – Dasein como chamado e resposta ao ser
28 de outubro de 2024, por Cardoso de Castro
Do “interrogado” na questão do ser em Ser e Tempo, o Dasein passa a ser cada vez mais descrito nas obras posteriores de Heidegger como o “chamado” que, como tal, tem de responder pela própria abertura e dação do ser. A resposta ao chamado passa a ser repensada como pertencimento ao chamado e, por fim, como correspondência ao ser. Na palestra “O que é Filosofia?” [GA11], por exemplo, Heidegger se refere a (“responder”) e (“corresponder”), de modo a indicar que a resposta ao chamado (…)
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Braver (2007:xix-xxi) – Matrizes de pensamento
31 de maio de 2023, por Cardoso de Castro
BRAVER, Lee. A thing of this world : a history of continental anti-realism. Evanston: Northwestern University Press, 2007
Realism Matrix
R1 Independence: “The world consists of some fixed totality of mind-independent objects” (Putnam 1981, 49).
R2 Correspondence: “Truth involves some sort of correspondence relation between words or thought-signs and external things and sets of things” (Putnam 1981, 49).
R3 Uniqueness: “There is exactly one true and complete description of ‘the way (…)
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Sheehan (2015:16-20) – Ser em si e por si mesmo
29 de outubro de 2024, por Cardoso de Castro
A investigação meta-metafísica de Heidegger, por outro lado, retoma o ponto em que a metafísica parou. Ela transforma o resultado da no objeto material da , pegando a própria realidade das coisas (qualquer que seja sua forma histórica: εἶδος, ἐνέργεια, etc.) e colocando-a sob o microscópio como objeto de uma questão radicalmente nova. E quanto a essa realidade em si, esse οὐσία que as coisas “têm”? Essa é a questão não sobre ὄν ᾗ ὄν, mas sobre οὐσία ᾗ οὐσία, Sein als Sein, e especificamente (…)
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Carneiro Leão (2015:551-553) – o que é o sentido de ser?
18 de novembro de 2024, por Cardoso de Castro
Mas o que é o sentido de ser?
Sempre procuramos responder a esta pergunta dando uma definição direta e cabal do ser; sempre nos esforçamos por apreender-lhe o sentido, dentro de uma determinação imediata e exaustiva de seu uso e de sua significação. Mas todas estas tentativas e esforços terminam num fracasso. Por isso, tentamos sempre de novo, buscando caminhos indiretos através da filosofia, da ciência, da arte e da religião, ou mediante as ordens do conhecimento com seus modelos, da ação (…)
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Raffoul (2010:244-246) – Dasein significa ser uma responsabilidade
28 de outubro de 2024, por Cardoso de Castro
Pode-se chegar até o ponto de dizer que o próprio conceito de Dasein significa ser uma responsabilidade. No curso do semestre de verão de 1930, A Essência da Liberdade Humana [GA31], lemos que a auto-responsabilidade (Selbstverantwortlichkeit) representa a própria essência da pessoa: “A auto-responsabilidade é o tipo fundamental de se determinar distintamente a ação humana, isto é, a prática ética. "(GA31, 263; EHF, 183). Como enfatizamos, o Dasein é aquele sendo para o qual e em que sendo (…)
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Greisch: « Savoir voir » : les «yeux de Husserl » ou l’entrée en phénoménologie
29 de maio de 2017, por Cardoso de Castro
Excertos das páginas 23-28, da edição PUF de 1994.
Deux auteurs dominent la nouvelle conception de la philosophie que Heidegger élabore pendant son temps de Privatdozent à Freiburg : Edmund Husserl et Wilhelm Dilthey. Nous examinerons ultérieurement de façon plus détaillée le rapport entre Heidegger et Husserl et les divergences croissantes entre ces deux génies antithétiques, précisément concernant leur conception différente de la phénoménologie. Cette divergence correspond au deuxième (…)
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Patocka (1999:86-90) – a questão do sentido em distintas épocas
11 de junho de 2023, por Cardoso de Castro
[…] Y es que quizá la esencia propia de esa cesura que tratamos de establecer como demarcación entre la época prehistórica y la historia en sentido propio se encuentre en esa conmoción de la certeza ingenua acerca del sentido, la cual domina la vida de la humanidad hasta esa transformación específica significada por el origen casi simultáneo —y en un sentido profundo, verdaderamente unitario— de la política y la filosofía.
Iván Ortega Rodríguez
No es el caso que la humanidad (…)
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Schérer (1971:49-64) – Généralités sur la communication
12 de junho de 2009, por Cardoso de Castro
Entre l’opposition philosophique à une vision historique du monde, l’affirmation d’un domaine universel de la vérité objective d’une part, et celle d’une co-subjectivité ou intersubjectivité actuelle d’autre part, il y a donc un lien commun, qui peut servir de fil directeur à une compréhension d’ensemble de la conception husserlienne.
En abordant la phénoménologie, nous ne quittons pas tout d’abord le terrain d’une théorie de la connaissance; le problème posé à la réflexion reste toujours (…)
[1] Por exemplo, em GA 19: 205,13–14 = 141,33–34; SZ 151,22–4 = 192,35–37; e ibid., 12,14-15 = 32,23-24.
[2] A inteligibilidade de Sein é o que explica o fato de que qualquer coisa particular pode ter uma Bedeutung, um sentido. Por exemplo, SZ 151,29-31 = 193,6-8: Tomamos uma coisa em termos de sua inteligibilidade [Sinn = Woraufhin des Entwurfs], de modo que a coisa é capaz de ter um sentido, isto é, pode ser entendida como isto ou -que (“etwas als etwas verständlich wird”).
[3] Ver, por exemplo, GA 9: 201,31 = 154,13; GA 14: 35,23–24 = 27,31–33; e Heidegger, Schellings Abhandlung, 229,4 = 188,38.