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Entborgenheit / Verborgenheit / Unverborgenheit
Unverborgenheit / hors-retrait / desencobrimento / unconcealment / Entborgenheit
Assim, seguiu-se o critério de manter o princípio global de verter o núcleo de sentido de bergen — raiz que perdura na nossa língua no verbo “albergar” e nos substantivos “albergue” e “albergaria” — por “pôr a coberto”, que significa “pôr a salvo”, “dar cobertura”, abrigar, e portanto, indirecta e secundariamente, ocultar, esconder. Estas duas últimas acepções vêm, em alemão, a expressar-se na forma verbal derivada verbergen, que traduzimos, por coerência etimológica e precisão conceptual, por “encobrir”, cujas conotações são notáveis, sobretudo no uso, em português, do particípio. “Encoberto”, verborgen, designa o que dissimula a sua presença mediante disfarce, o que, não estando ausente, guarda oculta, enevoada, a verdade do seu ser, salvaguardando a sua identidade. A verdade ontológica enquanto Unverborgenheit — termo com que Heidegger traduz a aletheia grega — designa, pois, o “não-estar-encoberto” do ser, o seu aparecer à luz enquanto “desencobrimento”, Entbergung, do que está-a-coberto no ente: o ser no seu estar-a-ser essenciante. [Borges-Duarte , GA5 ]
Matérias
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Trawny (2015) – errância
2 de fevereiro de 2024, por Cardoso de Castro
destaque
Aqui temos de estar atentos, bem como de exercer o nosso discernimento. Porque quando um filósofo começa a misturar o que aparentemente se opõe à verdade, isto é, a mentira, com a verdade, a perverter uma na outra, então o sofista não está longe. Será possível que Heidegger seja o sofista da modernidade? Quem poderia negar que esta questão é sugerida precisamente pela publicação das Schwarze Hefte? Heidegger liberta nelas a sua ira. Surge um pensador que lança os seus raios sobre (…)
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Grassi (1999:107-109) – A "clareira" do bosque primordial
13 de outubro de 2024, por Cardoso de Castro
Aquí tenemos que interrumpir nuestra discusión de la tradición humanista y volver a nuestra cuestión originaria: el significado teórico y la importancia actual del humanismo, en particular en conexión con la tesis de Heidegger sobre el final de la filosofía.
Para resumir esta tesis una vez más, la metafísica tradicional ha de llegar hoy a un final porque comenzó con la cuestión del fundamento racional de lo que es. El lugar de la cuestión de la verdad lógica ha de ocuparlo, según explica (…)
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Ernildo Stein (2001:396-399) – "Fim da Filosofia…" [GA14]
17 de novembro de 2024, por Cardoso de Castro
A reflexão de Heidegger, realizada nesse texto , pode ser desdobrada nos seguintes passos fundamentais:
1. liga suas afirmações ao elemento inspirador de Ser e Tempo, o problema do ser;
2. visa, entretanto, a uma superação do primeiro passo que representa essa obra básica (GA9:WiM 13);
3. verifica que a filosofia chegou a seu fim, auxiliado pelas análises de toda a história da filosofia;
4. experimenta a necessidade de estabelecer a tarefa do pensamento futuro;
5. uma tal tarefa (…)
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Ernildo Stein (1973:283-297) – Introdução ao Método Fenomenológico Heideggeriano (4-6)
2 de dezembro de 2023, por Cardoso de Castro
4. Uma vez situado o método fenomenológico no contexto das discussões atuais, passo à análise de certas particularidades e elementos distintivos seus. Não é fácil atingir um ponto de vista a partir do qual se possa refletir, fora da imanência da obra, sobre o problema do método, em Heidegger. O filósofo lhe dá uma importância muito grande, mas uma verdadeira exposição nunca apresentou. Há apenas a apresentação provisória do § 7 de Ser e Tempo. Por isso, resta como único recurso a prometer um (…)
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Grassi (1999:95-97) – A dupla tese de Heidegger: fim da filosofia e primazia da linguagem poética
13 de outubro de 2024, por Cardoso de Castro
Tal vez parezca extraño que antes de hablar de los problemas de la tradición humanista me refiera a una de las doctrinas de Heidegger. En su conferencia El final de la filosofía y la tarea del pensar, Heidegger hace una afirmación sobre el «final de la filosofía». Su tesis es que «la filosofía finaliza en la época actual». Sin embargo, no se trata de un juicio negativo, pues Heidegger subraya que una época del pensamiento ha llegado a su conclusión final: «El final de la filosofía es el (…)
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Zimmerman (1982:231-233) – A liberdade não é um poder humano arbitrário
10 de dezembro de 2023, por Cardoso de Castro
destaque
Embora Heidegger tenha desenvolvido o conceito de Ereignis entre 1936 e 1938, as sementes desta ideia foram plantadas em Ser e Tempo e começaram a germinar no seu ensaio de 1930, "Sobre a Essência da Verdade". Aqui é-nos dito que a liberdade constitui a essência da verdade ou da revelação. A liberdade não é um poder humano arbitrário. Na sua obra posterior, Heidegger continuou a desenvolver a ideia de que a existência humana não é apenas para si própria, mas tem uma função (…)
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Davis (2007:40-42) – decisão [Entschlossenheit] é vontade?
5 de outubro de 2024, por Cardoso de Castro
Não é difícil ouvir certos tons intencionais — se não de fato a melodia de um voluntarismo existencial puro e simples — na noção de “decisão” [Entschlossenheit] em passagens como a seguinte:
A presença [Dasein] decidida se liberta para seu mundo a partir daquilo em virtude de que o poder-ser se escolhe a si mesmo… De acordo com sua essência ontológica, a decisão é sempre decisão de uma determinada presença [Dasein] fática. A essência desse ente é sua existência. Decisão só “existe” (…)
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Ernildo Stein (1983:30-52) – As intuições heideggerianas e o movimento fenomenológico (7-8)
2 de dezembro de 2023, por Cardoso de Castro
7 A fenomenologia heideggeriana se tornaria uma meditação da finitude. A ideia de verdade e não-verdade, de velamento e desvelamento aponta para a incompletude de toda a compreensão do ser e da verdade na medida em que se dão na facticidade do ser-aí. Mas esta finitude da compreensão não é simplesmente uma limitação nas possibilidades de objetivação. Heidegger se move num terreno anterior à relação sujeito-objeto; aí nem é possível a ideia de frustração diante do todo inobjetivável. Ele (…)