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Santos Analise Tensional
domingo 20 de março de 2022
ANALISE TENSIONAL
A tensão (no cronotópico, no complexo tempo-espacial) devém, funciona, e o devir é o seu processo estrutural. Todo processo implica procissões ativas e passivas. Em face de outras tensões, as modificações, de que sofre o seu aspecto funcional, são o seu "devir", enquanto mantiver a estrutura, que tende a estatizar-se. Suas modificações decorrem da inter-atuação das suas partes e de outras tensões. Uma estrutura, entregue a si mesma, é impossível.
Podemos considerá-la, assim, apenas formalmente. A tensão que gera a estrutura posicional no tempo e no espaço é um modo do ser do Ser, uma possibilidade atualizada.
O constituir-se em tensão é um insistir do ser (sistere), que insiste, con-siste, re-siste, ex-siste. Todo in-sistir é um in-sistir para outrem in-sistir, por isso re-siste e, por isso, ex-siste para outrem e para si. A tensão é a coerência do in-sistir, já determinado. O ser corpóreo é tensão que se in e ex-tende (tempo e espaço).
Há coerência onde há harmonia, e há harmonia onde há contradição.
A tensão in-siste e ex-siste quando se polariza. Há polarização, quando há estrutura e função (essência e existência). O ser como tensão pura é indeterminado, e toda determinação exige contradição, re-sistência.
A tensão pura é ausência de in e ex, é tensio. Como tensio (tensão) não é estrutura nem funcionamento (não processa).
O existir (tempo-espacial) é um modo do ser. E porque é, é uma de suas possibilidades que se atualizaram.
Sua razão é dada a posteriori, pois são os fatos que apontam simbolicamente a razão de si mesmos.
Queremos uma razão suficiente antecedente e não conseqüente, porque estamos imersos na temporalidade.
A razão, aqui, deve vencer o cronológico, mas o que é, comprova a asserção da sua possibilidade. Logo, a tensão pode ser in e ex porque é in e ex. Para ser in e ex, é preciso insistir e resistir, porque estar é resistir.
Portanto, na tensão pura do ser, coincidem todos os opostos, porque o que é, comprova que o ser é tudo quanto pode ser, como já o compreendia, com positividade, Nicolau de Cusa.