HENRY, Michel. Eu Sou a Verdade. Por uma filosofia do cristianismo. Tr. Carlos Nougué. São Paulo: É Realizações, 2015
A autoexteriorização da exterioridade do “lá fora”, a que chamamos mundo, não é uma afirmação metafísica ou especulativa de natureza que deixe o leitor incerto ou duvidoso a seu respeito. Dizer que o mundo é verdade é dizer que ele torna manifesto. Como torna ele manifesto, como se cumpre esta pura manifestação, é o que sabemos agora. Ora, acontece que esta (…)
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Michel Henry / MHEM
MICHEL HENRY (1922-2002)
Obra na Internet: Internet Archive; Library Genesis
BIBLIOGRAFIA CITADA:
- L’Essence de la manifestation, Paris, PUF, coll. « Épiméthée », 1963 [MHEM]
- Philosophie et phénoménologie du corps, Paris, PUF, coll. « Épiméthée », 1965 [FFC]
- Marx , Paris, Gallimard, coll. « Bibliothèque des idées », 1976 [Marx ]
- Généalogie de la psychanalyse. Le commencement perdu, Paris, PUF, coll. « Épiméthée », 1985 / Genealogia da psicanálise. O começo perdido. Tr. Rodrigo Vieira Marques. Curitiba: Editora UFPR, 2009 [GP ]
- La Barbarie, Paris, Grasset, 1987 [B]
- Voir l’invisible, sur Kandinsky, Paris, Éditions Françoise Bourin, 1988 [VI]
- Phénoménologie matérielle, Paris, PUF, coll. « Épiméthée », 1990 [PM]
- Du communisme au capitalisme. Théorie d’une catastrophe, Paris, Odile Jacob, 1990 [CC]
- C’est moi la Vérité. Pour une philosophie du christianisme, Paris, Seuil, 1996 / Eu Sou a Verdade. Por uma filosofia do cristianismo. Tr. Carlos Nougué. São Paulo: É Realizações, 2015 [ESV]
- Vie et révélation, Beyrouth, Publications de la Faculté des Lettres et des Sciences humaines de l’Université Saint-Joseph, 1996
- Incarnation. Une philosophie de la chair, Paris, Seuil, 2000/ Encarnação: uma filosofia da carne. Tr. Carlos Nougué. São Paulo: É Realizações, 2014 [E]
- Paroles du Christ, Paris, Seuil, 2002a [PC]
- Auto-donation. Entretiens et conférences, Éditions Prétentaine, 2002b, réédition Beauchesne, 2004a [AD]
- Le bonheur de Spinoza , PUF, collection "Epiméthée", 2003a [BS]
- Phénoménologie de la vie :
- Tome I. De la phénoménologie, PUF, collection "Epiméthée", 2003b [P1]
- Tome II. De la subjectivité, PUF, collection "Epiméthée", 2003c [P2]
- Tome III. De l’art et du politique, PUF, collection "Epiméthée", 2003d [P3]
- Tome IV. Sur l’éthique et la religion, PUF, collection "Epiméthée", 2004b [P4]
- Tome V, PUF, collection "Epiméthée", 2015 [P5]
DUFOUR-KOWALSKA , Gabrielle. Michel Henry. Un philosophe de la vie et de la praxis. Paris: Vrin, 1980
Matérias
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Henry (1996:27-29) – Tempo
13 de setembro de 2021, por Cardoso de Castro -
Henry (1985:77-78) – entendimento e vontade
10 de fevereiro de 2022, por Cardoso de CastroEm todo caso, o próprio ver foi posto entre parênteses pela redução e não é enquanto fundados por ele, enquanto encontram nele o que faria deles modos do pensamento, que o sentido e a imaginação podem ser assimilados na segunda definição como modos absolutamente certos e que escapam da dita redução – muito menos, aliás, poderia o próprio intellectus se não estivesse sustentado, em seu fundo, pelo poder de um modo mais originário de aparecer, irredutível a esse poder e, além disso, (…)
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Henry (1996) – Fenomenologia de Cristo
12 de setembro de 2021, por Cardoso de CastroHENRY, Michel. Eu Sou a Verdade. Por uma filosofia do cristianismo. Tr. Carlos Nougué. São Paulo: É Realizações, 2015
Não são declarações ocasionais, nem sequer erros de copistas. E uma razão de ordem apodíctica que prescreve a priori que o caminho que conduz a Cristo só pode ser a repetição de seu Arquinascimento transcendental no seio do Pai, a saber, o processo de autogeração da Vida que o gerou em sua condição de Primeiro Vivente. Pois, se a vida não se tivesse lançado em si para se (…) -
Dufour-Kowalska (1996:34-37) – imaginação, Kant-Heidegger
2 de dezembro de 2024, por Cardoso de Castro[…] Qual é, então, a faculdade originária que desdobra o horizonte ontológico que torna possível toda a manifestação ôntica, que forma, como diz Heidegger, o campo da nossa “abertura” ao ente enquanto tal?
Para descobrir este fundamento primário, temos de nos elevar a partir das condições a priori de todo o conhecimento, entrando na interação das faculdades que o põem em jogo. Kant distingue três faculdades do conhecimento: 1. a , que recebe o ente através dos sentidos como matéria (…) -
Henry (2002a) – Verbo de Deus
19 de agosto de 2022, por Cardoso de CastroSegundo a teologia cristã (nos interrogaremos mais adiante, de um ponto de vista filosófico, sobre sua verossimilhança ou sua legitimidade), a natureza do Cristo é dupla, humana e divina ao mesmo tempo. Na medida que o Cristo é a Encarnação do Verbo de Deus, é este Verbo, e assim Deus ele mesmo, que habita nele. Mas parece que a carne na qual o Verbo se encarnou é semelhante à nossa, enquanto o Cristo é um homem como nós. Revestindo nossa condição assumiu ao mesmo tempo a finitude. Esta (…)
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Henry (1985:343-345) – o inconsciente não tem existência teórica
19 de dezembro de 2023, por Cardoso de CastroRodrigo Vieira Marques
A elaboração sistemática das estruturas fundamentais do aparecer tal como se prosseguiu através das problemáticas inaugurais de Descartes, de Schopenhauer e de Nietzsche, torna agora possível uma crítica radical da psicanálise, quer dizer, uma determinação filosófica do conceito de inconsciente. Sem dúvida que Freud tinha consciência de que uma tal determinação – escapava por completo à psicanálise, ao intentar desembaraçar-se de modo agressivo de uma questão sobre a (…) -
Henry (2002b): Le corps vivant (I)
10 de agosto de 2011, por Cardoso de CastroC’est avec un grand plaisir que je retrouve les facultés universitaires Saint-Louis dont je garde un très beau souvenir. Aujourd’hui, en accord avec vos professeurs, je vais parler d’un sujet qui s’inscrit dans le thème de l’année, qui est celui du corps. Le problème que j’ai retenu, c’est plus précisément celui du corps vivant. Si on réfléchit sur ce problème, on voit qu’on peut l’aborder en suivant deux voies différentes. On peut partir du corps de la perception ordinaire, qu’il s’agisse (…)
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Henry (1990) – a vida e o trabalho vivente
12 de setembro de 2021, por Cardoso de CastroExcerto traduzido de HENRY, Michel. Du communisme au capitalisme. Théorie d’une catastrophe. Paris: Odile Jacob, 1990, p. 28-34 (versão em inglês).
Tradução
Marx está tão atento ao que faz que a vida é a vida, ao fato que ela se sente e se experiencia, que tudo o que se encontra desprovido desta propriedade extraordinária lhe parece, pelo contrário, privado de sentido, até mesmo como impossibilidade. E tanto amou Marx tudo o que é vivente, quanto rejeitou em um plano inferior tudo o (…) -
Henry (1985:55-57) – “É a alma que vê e não o olho”
13 de setembro de 2021, por Cardoso de CastroExcerto de HENRY, Michel. Genealogia da psicanálise. O começo perdido. Tr. Rodrigo Vieira Marques. Curitiba: Editora UFPR, 2009, p. 55-57.
Contudo, o cartesianismo do começo exaure-se na instituição de uma diferença essencial entre o que cumpre a obra do aparecer e o que se mostra, pelo contrário, incapaz disso. Semelhante diferença é a que se encontra entre a alma e o corpo: a alma retira a sua essência do aparecer e [56] designa-o, precisamente, enquanto pertencente, pelo contrário, ao (…) -
Henry (1985:6-7) – o conceito de consciência em Descartes
19 de dezembro de 2023, por Cardoso de CastroRodrigo Vieira Marques
Quando, pois, o conceito de inconsciente apareceu no pensamento moderno? Ao mesmo tempo em que o de consciência e como sua exata consequência. Descartes foi o responsável por ter introduzido o conceito de consciência com o sentido que tem para nós – não mais o de consciência moral, o qual se referia ao modo de julgar do homem e à sua dignidade, ao modo de avaliar o seu lugar na escala dos seres e no cosmos. O homem era, então, apenas uma realidade da qual importava (…) -
Henry (1987:175-176) – universidade
13 de setembro de 2021, por Cardoso de CastroExcerto de HENRY, Michel. A Barbárie. Tr. Luiz Paulo Rouanet. São Paulo: É Realizações, 2012, 175-176
Tradução
Quando uma coisa se inclina para seu fim, a causa de sua morte próxima reside nela ou fora dela. No caso da Universidade - a Universidade francesa será tomada aqui como caso exemplar o princípio de sua destruição pode ser lido tanto em sua realidade específica quanto na do meio que a cerca; é o mesmo princípio que age duas vezes ou, antes, que age em toda parte, em uma só (…) -
Henry (1996) – EU - EUs
6 de setembro de 2023, por Cardoso de CastroHENRY, Michel. Eu Sou a Verdade. Por uma filosofia do cristianismo. Tr. Carlos Nougué. São Paulo: É Realizações, 2015
A tese do homem “Filho de Deus” recebe então uma dupla significação, negativa e positiva. Negativamente, ela impede que se compreenda o homem como um ser natural, como fazem dele o senso comum e as ciências. Mas ela impede também que se compreenda, do ponto de vista transcendental, como um ser cujo mundo constituiria o horizonte de todas as suas experiências, o modo de (…) -
Dufour-Kowalska (1980:38-40) – autonomia da essência
1º de dezembro de 2024, por Cardoso de CastroO que é que significa a autonomia da ? Significa a realização da essência em si e por si mesma. Implica, portanto, o postulado da da essência. “A essência da manifestação (deve) ser capaz de se manifestar”, diz M. Henry [MHEM, 164]. Porque a essência se realiza em si e por si mesma, o fundamento da sua manifestação está nela própria e na estrutura que a define. O problema que agora se coloca é o seguinte, segundo a ordem das questões que levanta: como é possível a manifestação da essência (…)
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Dufour-Kowalska (1980:38-40) – problemática da receptividade
1º de dezembro de 2024, por Cardoso de CastroO pensamento de M. Henry é orientado por uma problemática definida, que de fato se sobrepõe à questão da manifestação da essência: a problemática da receptividade. De fato, qualquer manifestação de algo implica a recepção desse algo, e esta recepção pressupõe o poder de receber precisamente o que é dado em cada fenómeno. Se, então, a essência de qualquer manifestação deve ela própria manifestar-se, deve envolver um poder de receptividade, deve constituir uma receptividade original que funda, (…)
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Dufour-Kowalska (1996:21-24) – sensibilidade em Merleau-Ponty
2 de dezembro de 2024, por Cardoso de CastroEncontramos no autor da Fenomenologia da Percepção (à qual nos limitaremos aqui) , as três teses, ligeiramente modificadas, embora consideravelmente mais complexas, que expusemos no início deste capítulo, e que conduzem de novo à desvalorização da sensibilidade e, em última análise, à negação da sua essência.
A estrutura relacional da sensibilidade, que é identicamente a sua redução à sensação — a que M. Henry, nos textos em que denuncia o conceito tradicional do sensível dado, chama (…) -
Henry (2002b) : Le corps vivant (II)
10 de agosto de 2011, por Cardoso de CastroHENRY, Michel. Auto-donation. Entretiens et conférences. Paris: Prétentaine, 2002.
Ce matin, dans un premier entretien avec les étudiants, j’avais observé que si on considère le thème du corps vivant, deux voies se proposent pour accéder à celui-ci. On peut partir du corps, envisagé comme une sorte de substance, de donné que tout le monde connaît, et s’interroger sur ce qui fait de ce corps, à la différence des corps inertes de la nature matérielle, un corps vivant. Nous avons suivi cette (…) -
Henry (2002b:131-139) – Galileu - ato arque-fundador da ciência
12 de setembro de 2021, por Cardoso de CastroTradução
Galileu realizou o que chamo enquanto fenomenólogo, o ato arque-fundador da ciência moderna e ao mesmo tempo o ato arque-fundador do mundo moderno.
Este ato nasceu de uma decisão intelectual. Galileu estimou que é preciso conhecer o universo no qual vivemos, pois deste conhecimento procede a ética, nosso dever-ser e nosso dever-fazer. Mas este conhecimento do universo tem por condição essencial a rejeição de todas as outras formas de conhecimento, em particular aquelas (…) -
Henry (2003b:10-13) – ontologia kantiana
26 de junho de 2023, por Cardoso de CastroSe queremos falar de alma devemos rejeitar a crítica kantiana.
Si donc nous voulons parler de l’âme, nous devons au préalable rejeter la critique kantienne. Cette tâche peut paraître présomptueuse, mais nous n’avons pas le loisir de nous y soustraire. Elle peut paraître infinie, hors de proportion en tout cas avec les limites de notre entretien, mais peut-être sommes-nous déjà en possession du fil conducteur qui va nous guider, peut-être comprenons-nous déjà quelle forme doit revêtir la (…) -
Henry (1963:27-31) – ser = acontecimento impessoal
15 de junho de 2023, por Cardoso de CastroLa trascendencia no puede insertarse en una existencia singular, siendo como es el estallido, la pura sacudida que rompe y destruye, al fundarla, toda existencia y toda singularidad ; la nada (néant), la obra interna del ser, el movimiento que disuelve toda efectividad y que la hace ser en esta misma disolución. La nada que excava la brecha (eso que hemos llamado horizonte) en la que algo y todo puede emerger al ser, no cabe que esté absurdamente encerrada en los límites de ese algo.
Ésta (…) -
Henry (2000) – A questão da encarnação
12 de setembro de 2021, por Cardoso de CastroHENRY, Michel. Encarnação: uma filosofia da carne. Tr. Carlos Nougué. São Paulo: É Realizações, 2014.
Tradução
O problema da existência de Cristo não significa nada além disso. Não é o de sua existência histórica. Esta ainda não concerne senão a Jesus. Trata-se então de saber se Jesus de fato existiu, se ele de fato disse o que disse, que ele era o Cristo, o Messias, o Salvador esperado — e não um simples profeta. Ninguém hoje em dia — excetuados os ignorantes ou os sectários — duvida (…)
Notas
- Dufour-Kowalska (1980:35-36) – a redução à exterioridade
- Dufour-Kowalska (1980:36-38) – essência
- Dufour-Kowalska (1980:57-58) – imanência
- Dufour-Kowalska (1996:17-18) – sensibilidade
- Henry (1963:§5) – consciência, região de ser?
- Henry (1963:§6) – compreensão do ser
- Henry (1965:13) – o corpo é "histórico"
- Henry (1985) – cogitatum
- Henry (1985:45-46) – afetos
- Henry (1985:46) – psicanálise e vida
- Henry (1985:88) – videre e videor
- Henry (1996:153-154) – indivíduo
- Henry (1996:17) – Verdade Absoluta
- Henry (1996:340-341) – essência da práxis, o agir; essência do agir, a vida
- Henry (2000:7-9) – seres encarnados
- Henry (2000:9-10) – a carne e o corpo
- Henry (2000:92-94) – Afetividade
- Henry (2000:§5) – fenomenalidade
- Henry (2002b) – a vida, autodoação sem mundo
- Henry (2002b) – ato arque-fundador da ciência