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Michel Henry / MHEM
MICHEL HENRY (1922-2002)
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Obra na Internet: Internet Archive; Library Genesis
BIBLIOGRAFIA CITADA:
- L’Essence de la manifestation, Paris, PUF, coll. « Épiméthée », 1963 [MHEM]
- Philosophie et phénoménologie du corps, Paris, PUF, coll. « Épiméthée », 1965 [FFC]
- Marx , Paris, Gallimard, coll. « Bibliothèque des idées », 1976 [Marx ]
- Généalogie de la psychanalyse. Le commencement perdu, Paris, PUF, coll. « Épiméthée », 1985 / Genealogia da psicanálise. O começo perdido. Tr. Rodrigo Vieira Marques. Curitiba: Editora UFPR, 2009 [GP ]
- La Barbarie, Paris, Grasset, 1987 [B]
- Voir l’invisible, sur Kandinsky, Paris, Éditions Françoise Bourin, 1988 [VI]
- Phénoménologie matérielle, Paris, PUF, coll. « Épiméthée », 1990 [PM]
- Du communisme au capitalisme. Théorie d’une catastrophe, Paris, Odile Jacob, 1990 [CC]
- C’est moi la Vérité. Pour une philosophie du christianisme, Paris, Seuil, 1996 / Eu Sou a Verdade. Por uma filosofia do cristianismo. Tr. Carlos Nougué. São Paulo: É Realizações, 2015 [ESV]
- Vie et révélation, Beyrouth, Publications de la Faculté des Lettres et des Sciences humaines de l’Université Saint-Joseph, 1996
- Incarnation. Une philosophie de la chair, Paris, Seuil, 2000/ Encarnação: uma filosofia da carne. Tr. Carlos Nougué. São Paulo: É Realizações, 2014 [E]
- Paroles du Christ, Paris, Seuil, 2002a [PC]
- Auto-donation. Entretiens et conférences, Éditions Prétentaine, 2002b, réédition Beauchesne, 2004a [AD]
- Le bonheur de Spinoza , PUF, collection "Epiméthée", 2003a [BS]
- Phénoménologie de la vie :
- Tome I. De la phénoménologie, PUF, collection "Epiméthée", 2003b [P1]
- Tome II. De la subjectivité, PUF, collection "Epiméthée", 2003c [P2]
- Tome III. De l’art et du politique, PUF, collection "Epiméthée", 2003d [P3]
- Tome IV. Sur l’éthique et la religion, PUF, collection "Epiméthée", 2004b [P4]
- Tome V, PUF, collection "Epiméthée", 2015 [P5]
DUFOUR-KOWALSKA , Gabrielle. Michel Henry. Un philosophe de la vie et de la praxis. Paris: Vrin, 1980
Matérias
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Henry (2002a) – Verbo de Deus
19 de agosto de 2022, por Cardoso de Castro
Segundo a teologia cristã (nos interrogaremos mais adiante, de um ponto de vista filosófico, sobre sua verossimilhança ou sua legitimidade), a natureza do Cristo é dupla, humana e divina ao mesmo tempo. Na medida que o Cristo é a Encarnação do Verbo de Deus, é este Verbo, e assim Deus ele mesmo, que habita nele. Mas parece que a carne na qual o Verbo se encarnou é semelhante à nossa, enquanto o Cristo é um homem como nós. Revestindo nossa condição assumiu ao mesmo tempo a finitude. Esta (…)
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Henry (2000) – A questão tornada crucial da impressão
12 de setembro de 2021, por Cardoso de Castro
HENRY, Michel. Encarnação: uma filosofia da carne. Tr. Carlos Nougué. São Paulo: É Realizações, 2014.
Tradução
É essa destruição de toda impressão concebível no “fora de si” da exterioridade pura — onde tudo é sempre exterior a si, de onde toda autoimpressão é banida no princípio que ressaltam as extraordinárias Lições sobre o tempo que Husserl pronuncia em Göttingen no semestre de inverno dos anos 1904-1905. O pôr para fora de si da impressão já não é aqui sua projeção intencional na (…)
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Henry (1996:27-29) – Tempo
13 de setembro de 2021, por Cardoso de Castro
HENRY, Michel. Eu Sou a Verdade. Por uma filosofia do cristianismo. Tr. Carlos Nougué. São Paulo: É Realizações, 2015
A autoexteriorização da exterioridade do “lá fora”, a que chamamos mundo, não é uma afirmação metafísica ou especulativa de natureza que deixe o leitor incerto ou duvidoso a seu respeito. Dizer que o mundo é verdade é dizer que ele torna manifesto. Como torna ele manifesto, como se cumpre esta pura manifestação, é o que sabemos agora. Ora, acontece que esta (…)
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Henry (1996) – Verdade
12 de setembro de 2021, por Cardoso de Castro
HENRY, Michel. Eu Sou a Verdade. Por uma filosofia do cristianismo. Tr. Carlos Nougué. São Paulo: É Realizações
A VERDADE do cristianismo deve ser entendida segundo o senso fenomenológico puro que reconhecemos a esse conceito. Não se trata, portanto, de uma verdade do seguinte tipo: “Os franceses tomaram a Bastilha em 14 de julho de 1789”. Tampouco se trata, consequentemente, desta outra verdade, formalmente semelhante à precedente: “Cristo veio ao mundo para salvar os homens”. Nesses (…)
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Henry (1985:77-78) – entendimento e vontade
10 de fevereiro de 2022, por Cardoso de Castro
Em todo caso, o próprio ver foi posto entre parênteses pela redução e não é enquanto fundados por ele, enquanto encontram nele o que faria deles modos do pensamento, que o sentido e a imaginação podem ser assimilados na segunda definição como modos absolutamente certos e que escapam da dita redução – muito menos, aliás, poderia o próprio intellectus se não estivesse sustentado, em seu fundo, pelo poder de um modo mais originário de aparecer, irredutível a esse poder e, além disso, (…)
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Henry (1985:343-345) – o inconsciente não tem existência teórica
19 de dezembro de 2023, por Cardoso de Castro
Rodrigo Vieira Marques
A elaboração sistemática das estruturas fundamentais do aparecer tal como se prosseguiu através das problemáticas inaugurais de Descartes, de Schopenhauer e de Nietzsche, torna agora possível uma crítica radical da psicanálise, quer dizer, uma determinação filosófica do conceito de inconsciente. Sem dúvida que Freud tinha consciência de que uma tal determinação – escapava por completo à psicanálise, ao intentar desembaraçar-se de modo agressivo de uma questão sobre a (…)
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Henry (2002b): Le corps vivant (I)
10 de agosto de 2011, por Cardoso de Castro
C’est avec un grand plaisir que je retrouve les facultés universitaires Saint-Louis dont je garde un très beau souvenir. Aujourd’hui, en accord avec vos professeurs, je vais parler d’un sujet qui s’inscrit dans le thème de l’année, qui est celui du corps. Le problème que j’ai retenu, c’est plus précisément celui du corps vivant. Si on réfléchit sur ce problème, on voit qu’on peut l’aborder en suivant deux voies différentes. On peut partir du corps de la perception ordinaire, qu’il s’agisse (…)
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Henry (1996) – Filho no Filho
12 de setembro de 2021, por Cardoso de Castro
HENRY, Michel. Eu Sou a Verdade. Por uma filosofia do cristianismo. Tr. Carlos Nougué. São Paulo: É Realizações, 2015
Essa dissimetria marca a distância infinita que separa Cristo dos outros homens. É esta distância, aliás, o que Cristo não cessa de lembrar-lhes, no fundo, em cada uma de suas palavras e, assim, ao longo de todos os Evangelhos. A dissimetria, todavia, não deixa reconhecer de início sua verdadeira significação. Cristo parece opor-se aos homens compreendidos como seres (…)
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Henry (1990) – sociedade
14 de setembro de 2021, por Cardoso de Castro
Excerto de HENRY, Michel. From Communism to Capitalism. Theory of a Catastrophe. Tr. Scott Davidson. London: BLOOMSBURY, 2014, p. 26-29
Tradução
[…] O que caracteriza o marxismo do ponto de vista teórico é a substituição do indivíduo vivo por um número de entidades abstratas, através das quais ele afirma explicar a totalidade dos fenômenos econômicos, históricos e sociais e, finalmente, esses próprios indivíduos. Isso leva a uma reversão extraordinária da ordem das coisas no final das (…)
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Dufour-Kowalska (1996:34-37) – imaginação, Kant-Heidegger
2 de dezembro de 2024, por Cardoso de Castro
[…] Qual é, então, a faculdade originária que desdobra o horizonte ontológico que torna possível toda a manifestação ôntica, que forma, como diz Heidegger, o campo da nossa “abertura” ao ente enquanto tal?
Para descobrir este fundamento primário, temos de nos elevar a partir das condições a priori de todo o conhecimento, entrando na interação das faculdades que o põem em jogo. Kant distingue três faculdades do conhecimento: 1. a , que recebe o ente através dos sentidos como matéria (…)
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Henry (1996) – Fenomenologia de Cristo
12 de setembro de 2021, por Cardoso de Castro
HENRY, Michel. Eu Sou a Verdade. Por uma filosofia do cristianismo. Tr. Carlos Nougué. São Paulo: É Realizações, 2015
Não são declarações ocasionais, nem sequer erros de copistas. E uma razão de ordem apodíctica que prescreve a priori que o caminho que conduz a Cristo só pode ser a repetição de seu Arquinascimento transcendental no seio do Pai, a saber, o processo de autogeração da Vida que o gerou em sua condição de Primeiro Vivente. Pois, se a vida não se tivesse lançado em si para se (…)
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Henry (1990) – a vida e o trabalho vivente
12 de setembro de 2021, por Cardoso de Castro
Excerto traduzido de HENRY, Michel. Du communisme au capitalisme. Théorie d’une catastrophe. Paris: Odile Jacob, 1990, p. 28-34 (versão em inglês).
Tradução
Marx está tão atento ao que faz que a vida é a vida, ao fato que ela se sente e se experiencia, que tudo o que se encontra desprovido desta propriedade extraordinária lhe parece, pelo contrário, privado de sentido, até mesmo como impossibilidade. E tanto amou Marx tudo o que é vivente, quanto rejeitou em um plano inferior tudo o (…)
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Dufour-Kowalska (1980:34-35) – manifestação do ser e representação
15 de março de 2022, por Cardoso de Castro
Quando Fichte identifica a existência do ser com a representação, esta identificação tem um significado preciso: significa a identidade do processo que realiza a manifestação do ser com o processo de redobramento próprio da representação. Representar é tornar presente num representado. A representação é a própria essência da consciência, isto é, da manifestação do ser, da sua presença absoluta, porque o seu processo é o próprio processo pelo qual o ser, separando-se de si mesmo, opondo-se a (…)
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Henry (1987:175-176) – universidade
13 de setembro de 2021, por Cardoso de Castro
Excerto de HENRY, Michel. A Barbárie. Tr. Luiz Paulo Rouanet. São Paulo: É Realizações, 2012, 175-176
Tradução
Quando uma coisa se inclina para seu fim, a causa de sua morte próxima reside nela ou fora dela. No caso da Universidade - a Universidade francesa será tomada aqui como caso exemplar o princípio de sua destruição pode ser lido tanto em sua realidade específica quanto na do meio que a cerca; é o mesmo princípio que age duas vezes ou, antes, que age em toda parte, em uma só (…)
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Dufour-Kowalska (1980:38-40) – autonomia da essência
1º de dezembro de 2024, por Cardoso de Castro
O que é que significa a autonomia da ? Significa a realização da essência em si e por si mesma. Implica, portanto, o postulado da da essência. “A essência da manifestação (deve) ser capaz de se manifestar”, diz M. Henry [MHEM, 164]. Porque a essência se realiza em si e por si mesma, o fundamento da sua manifestação está nela própria e na estrutura que a define. O problema que agora se coloca é o seguinte, segundo a ordem das questões que levanta: como é possível a manifestação da essência (…)
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Dufour-Kowalska (1980:55) – afetividade como ato do Si
1º de dezembro de 2024, por Cardoso de Castro
Entremos agora nesta pura realização do “sentir-se a si mesmo” e tentemos apreender o que nele se dá, o que ele constitui em si mesmo, a essência que nele se afirma. O que se sente a si mesmo, como esse mesmo sentir e nesse sentir, o que originalmente se dá a si mesmo como sua própria realidade, é o Si enquanto tal. “A afetividade é a essência da ipseidade” [MHEM:581]. Esta afirmação implica uma dupla determinação: a do Si como afetividade e a da afetividade como ato do Si. Se o Si é [56] (…)
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Henry (1996) – EU - EUs
6 de setembro de 2023, por Cardoso de Castro
HENRY, Michel. Eu Sou a Verdade. Por uma filosofia do cristianismo. Tr. Carlos Nougué. São Paulo: É Realizações, 2015
A tese do homem “Filho de Deus” recebe então uma dupla significação, negativa e positiva. Negativamente, ela impede que se compreenda o homem como um ser natural, como fazem dele o senso comum e as ciências. Mas ela impede também que se compreenda, do ponto de vista transcendental, como um ser cujo mundo constituiria o horizonte de todas as suas experiências, o modo de (…)
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Dufour-Kowalska (1980:38-40) – problemática da receptividade
1º de dezembro de 2024, por Cardoso de Castro
O pensamento de M. Henry é orientado por uma problemática definida, que de fato se sobrepõe à questão da manifestação da essência: a problemática da receptividade. De fato, qualquer manifestação de algo implica a recepção desse algo, e esta recepção pressupõe o poder de receber precisamente o que é dado em cada fenómeno. Se, então, a essência de qualquer manifestação deve ela própria manifestar-se, deve envolver um poder de receptividade, deve constituir uma receptividade original que funda, (…)
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Dufour-Kowalska (1996:21-24) – sensibilidade em Merleau-Ponty
2 de dezembro de 2024, por Cardoso de Castro
Encontramos no autor da Fenomenologia da Percepção (à qual nos limitaremos aqui) , as três teses, ligeiramente modificadas, embora consideravelmente mais complexas, que expusemos no início deste capítulo, e que conduzem de novo à desvalorização da sensibilidade e, em última análise, à negação da sua essência.
A estrutura relacional da sensibilidade, que é identicamente a sua redução à sensação — a que M. Henry, nos textos em que denuncia o conceito tradicional do sensível dado, chama (…)
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Henry (1965/2012:13-16) – corpo biológico e outros
14 de setembro de 2021, por Cardoso de Castro
Na verdade, o corpo da biologia é de certo modo um objeto cultural. Ele é, a esse título, essencialmente histórico, tanto em sua aparição quanto em suas modificações, que são as mesmas trazidas pelo desenvolvimento da ciência. Com semelhante corpo biológico, nós, os homens do presente, temos, é verdade, uma relação original, e somos todos, em algum grau, seres históricos, uma vez que professamos todos a ciência de nossos cientistas, sendo que as representações dessa ciência sempre encontram, (…)