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"Toda a evidência no juízo, e em particular a das verdades que possuem uma generalidade incondicionada, está sob o conceito de intuição dadora" [Idées… I, § 21, p. 71]. A intuição dadora, ou a dação das próprias coisas, é a característica mais geral de toda a prova, antes da sua diferenciação em adequada ou inadequada, assertiva ou apodítica, pura ou impura, predicativa ou ante-predicativa. A auto-evidência judicial — a intuição do estado de coisas — remete sempre para a (…)
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Husserl / Edmund Husserl
EDMUND HUSSERL (1859-1938)
OBRA NA INTERNET: LIBRARY GENESIS
HUSSERL, Edmund. Ideen zu einer reinen Phänomenologie und phänomenologischen Philosophie. Erstes Buch: Allgemeine Einführung in die reine Phänomenologie. (1976) / Ideias para uma fenomenologia pura e para uma filosofia fenomenológica: introdução geral à fenomenologia pura. Tr. Márcio Suzuki. Aparecida: Ideias & Letras, 2006
Matérias
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Didier Franck (1981:18-21) – evidência
5 de dezembro de 2023, por Cardoso de Castro -
Marion (1989:72-78) – fenomenologia e ontologia
21 de dezembro de 2023, por Cardoso de Castrodestaque
Enquanto que, para Husserl, a fenomenologia torna obsoleta a ontologia porque se ocupa, em seu lugar e melhor do que esta, do ente, para Heidegger, a fenomenologia eleva-se ao título de ontologia porque se desloca dos entes até o ser. A Hinsicht mudou radicalmente; ou melhor, a simples visão (Sicht) que só se pode fixar na evidência permanente e disponível — portanto no ente — é substituída pela Hinsicht, que só vê o ente em relação ao seu ser e por desígnio deste ser. O debate (…) -
Husserl (CCEFT:98-99) – O problema do mundo da vida e as ciências objetivas
13 de outubro de 2021, por Cardoso de Castro[HUSSERL, Edmund. A crise das ciências europeias e a fenomenologia transcendental: uma introdução à filosofia fenomenológica. Tr. Diogo Falcão Ferrer. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2012, p. 98-99]
Tendo presente as elaborações anteriores, lembremo-nos do fato admitido de que ciência é uma realização espiritual humana que, historicamente e também para todo aquele que a estuda, pressupõe a saída do mundo da vida circundante intuível, dado de modo universal-comum como existente, mas (…) -
Husserl (MC:31-33) – O idealismo transcendental
23 de fevereiro de 2018, por Cardoso de CastroHUSSERL, Edmund. Meditações cartesianas e Conferências de Paris. Ed. Stephan Strasser. Tr. Pedro M. S. Alves. Rio de Janeiro: Forense, 2013, p. 31-33
A transcendência é um caráter de ser imanente, que se constitui no interior do ego. Todo sentido que se possa conceber, todo ser concebível, chama-se ele imanente ou transcendente, cai no domínio da subjetividade transcendental. Um seu exterior é um contrassenso, ela é a universal, a absoluta concreção. Não tem sentido querer captar o (…) -
Anne Fagot-Largeault – A intersubjetividade transcendental em Edmund Husserl
18 de novembro de 2024, por Cardoso de CastroDois textos de Edmundo Husserl serão aqui examinados. A Krisis é posterior às Meditações cartesianas (MCH). Autorizamo-nos com um argumento de Jan Patocka (1988, p. 169) a considerá-los no sentido contrário de sua cronologia. Segundo Patocka, Husserl tinha o projeto de fazer uma exposição sistemática do programa de uma filosofia fenomenológica tomando por base um conceito aprofundado da "redução" fenomenológica; mas uma vez que a Krisis permaneceu inacabada, a "visão de conjunto mais (…)
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Jacques English (2002) – ego, segundo Husserl
18 de março, por Cardoso de Castro(JEVH)
Evidentemente, não é o pronome latino ego (eu) que, por si só, pode apresentar uma dificuldade de compreensão, nem seu correspondente alemão ich, que Husserl também emprega, mas com menos frequência: é o adjetivo rein (puro), com o qual ele o acompanhou a partir de 1913 em várias passagens características do Livro I de seu Ideias (§ 37, p. 118-121; § 57, p. 188-190; § 80, p. 269-272, etc.). Em 1901, no § 8 da primeira edição da Quinta Investigação, ele havia excluído a própria (…) -
Husserl (IFP:35-38) – § 3. Visão de essência e intuição individual
13 de outubro de 2021, por Cardoso de CastroHUSSERL, Edmund. Ideias para uma fenomenologia pura e para uma filosofia fenomenológica: introdução geral à fenomenologia pura. Tr. Márcio Suzuki. Aparecida: Ideias & Letras, 2006, p. 35-38
“Essência” designou, antes de mais nada, aquilo que se encontra no ser próprio de um indivíduo como o que ele é. Mas cada um desses “o quê” ele é, pode ser “posto em ideia”. A intuição empírica ou individual pode ser convertida em visão de essência (ideação) — possibilidade que também não deve ser (…) -
Schérer (1971:76-85) – La communication, problème transcendantal
14 de outubro de 2010, por Cardoso de CastroLa pleine concrétisation de l’intersubjectivité transcendantale naît donc sur la base de la subjectivité égologique.
Gardons-nous d’un contre-sens de principe qui consisterait à prendre pour fil conducteur des analyses phénoménologiques une « démonstration » ou une « déduction » de l’existence de l’autre. Et même de limiter ces analyses à la description des liens qui nous rattachent intentionnellement aux autres. Cette description, et la constitution de l’autre, interviennent dans le (…) -
Husserl (OG) – A história como gênese do sentido
13 de outubro de 2021, por Cardoso de CastroA Origem da Geometria, trad. J. Derrida, Presses Universitaires de France, pp. 201-203
Compreender a geometria e um fato de cultura dado em geral é já estar consciente da sua historicidade, ainda que de maneira «implícita». Mas isto não é uma locução vazia, pois é verdadeiro de maneira completamente universal, para todo o fato dado sob o título «cultura», trate-se da mais baixa cultura, relativa às necessidades vitais, ou da cultura mais elevada (ciência, Estado, Igreja, organização (…) -
Husserl – Valor supra-histórico da filosofia
18 de novembro de 2024, por Cardoso de CastroO matemático não se voltará, certamente, para a história para obter informações sobre a verdade das teorias matemáticas; não pensará estabelecer a relação entre o desenvolvimento histórico das representações e dos juízos matemáticos e a questão da sua verdade. Como é, então, que o historiador deveria ter que decidir da verdade dos sistemas filosóficos dados e, sobretudo, da possibilidade em geral de uma ciência filosófica válida em si? E que poderia ele juntar à ideia de uma verdadeira (…)
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Husserl (IL2) – Objeto intencional e conteúdo imanente
13 de outubro de 2021, por Cardoso de CastroInvestigações Lógicas, II, 2.a parte, trad. H. Élie, A. L. Kelkel e R. Schérer, Presses Universitaires de France, pp. 175-177
Quando me represento o deus Júpiter, este deus é um objeto representado, está «presente de uma maneira imanente» no meu ato, tem nele uma «existência mental». Quaisquer outras que sejam as expressões que possamos empregar, uma interpretação estrita revela-las-á errôneas. Represento-me o deus Júpiter quer dizer que tenho um certo vivido de representação, que na (…) -
Husserl (IFP1:60-63) – O empirismo assenta num preconceito
13 de outubro de 2021, por Cardoso de CastroHUSSERL, Edmund. Ideias para uma fenomenologia pura e para uma filosofia fenomenológica: introdução geral à fenomenologia pura. Tr. Márcio Suzuki. Aparecida: Ideias & Letras, 2006, p. 60-63
O naturalismo empirista surge, como temos de reconhecer, de motivos altamente dignos de apreço. Ele é um radicalismo cognitivo-prático, que [61] pretende fazer valer, contra todos os “ídolos”, todos os poderes da tradição e superstição, toda espécie grosseira ou refinada de preconceito, o direito (…) -
Giuseppe Lumia: a filosofia da existência - Husserl
5 de outubro de 2021, por Cardoso de CastroLUMIA. (Giuseppe) O EXISTENCIALISMO PERANTE O DIREITO, A SOCIEDADE E O ESTADO. Tradução de Adriano Jardim e Miguel Caeiro. Colecção « Doutrina ». N.º 3. Livraria Morais Editora. Lisboa. 1964. O existencialismo floresceu contemporaneamente, entre as duas guerras, na Alemanha e na França. São, de fato, do mesmo ano, 1927, o Sein und Zeit de Heidegger e o Journal métaphisique de Marcel. Todavia, os seus motivos mais profundos fermentavam havia já tempo, embora fosse necessário esperar a grave (…)
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Husserl (IFP:117-118) – A redução e o resíduo fenomenológico
13 de outubro de 2021, por Cardoso de CastroHUSSERL, Edmund. Ideias para uma fenomenologia pura e para uma filosofia fenomenológica: introdução geral à fenomenologia pura. Tr. Márcio Suzuki. Aparecida: Ideias & Letras, 2006, p. 117-118
Voltemos agora nossos pensamentos novamente ao primeiro capítulo, a nossas considerações sobre a redução fenomenológica. Está claro agora que de fato, em contraposição à orientação teórica natural, cujo correlato é o mundo, uma nova orientação tem de ser possível, a qual, a despeito de colocar (…) -
Ricoeur (1990:369-380) – o corpo próprio ou a carne
29 de outubro, por Cardoso de CastroA facilidade com que a fenomenologia remete para a ontologia é mais evidente quando consideramos a primeira figura da passividade-alteridade, nomeadamente o fenômeno enigmático do corpo próprio, que surgiu em três ocasiões anteriores nos nossos estudos. - A análise de Strawson da pessoa como um particular básico levantou a questão de como predicados psíquicos e físicos díspares podem ser atribuídos a uma única e mesma entidade, se o corpo humano não for, ao mesmo tempo, um dos corpos e (…)
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Edith Stein (1987:) – Les contrastes Husserl-Scheler et Husserl-Heidegger
14 de junho de 2023, por Cardoso de CastroSi nous voulons comprendre où les chemins se séparent nous devons suivre l’évolution ultérieure de Husserl.
c) Le contraste Husserl-Scheler
Je disais de Husserl que son travail sur les problèmes logiques particuliers lui permit de reconnaître la portée de la méthode mise en œuvre, bien au-delà du domaine d’application immédiat. Cela l’obligea d’élaborer cette méthode pour elle-même et de lui assurer des assises solides. La phénoménologie devait être une science fondamentale. Si elle (…) -
Didier Franck (1981:21-24) – encarnação
5 de dezembro de 2023, por Cardoso de Castrodestaque
1. Heidegger destaca muito claramente, no protótipo da percepção de uma coisa transcendente, uma diferença entre dois modos de dação, ou seja, uma diferença fenomenológica. Uma diferença hierárquica, um destes modos implicando necessariamente o outro. Mas, como em Husserl, a questão do sentido da carne não é colocada.
2. Afirmar que a característica relevante da percepção é a corporização — Heidegger não fala aqui de presença encarnada — vem a alinhar-se com o idealismo (…) -
Quintão – intencionalidade e ciência
18 de novembro de 2024, por Cardoso de CastroA intencionalidade, que reduz o real à uma objetivação teórico-fenomenológica, o entende como um sistema, um conjunto de unidades, articuladas por subordinação e coordenação. A fenomenologia da ciência produz uma atitude que se realiza num projeto de experimentação, verificação e certeza do real, sistematicamente, objetivado. O aspecto noemático dessa generalização varia de acordo com a face visada da multiplicidade de modos de apresentação do fenômeno para a consciência. Segundo a (…)
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Jacques English (2002) – espaço, segundo Husserl
18 de março, por Cardoso de Castro(JEVH)
A problemática da constituição do espaço é, após a do tempo, a segunda com a qual a estética transcendental deve lidar, pois corresponde aos níveis mais básicos em que a intencionalidade se desenvolve, mas onde, além de seus vividos que se sucedem no fluxo que lhe é puramente imanente, ela vê se delinearem, diante dela, no exterior, "aparecentes" que ela ainda não sabe reconverter, em sua origem, em tantos "entes". No entanto, se os textos em que Husserl tratou dessa problemática (…) -
Husserl (CHEF:50-51) – A tarefa espiritual da Europa
13 de outubro de 2021, por Cardoso de CastroHUSSERL, Edmund. A Crise da Humanidade Europeia e a Filosofia. Tradução e Introdução: Pedro M. S. Alves. www.lusosofia.net
Condensemos as ideias fundamentais das nossas explanações: a hoje em dia tão falada “crise da existência europeia”, documentando- se em inumeráveis sintomas de desagregação da vida, não é nenhum destino obscuro, nenhuma fatalidade impenetrável, mas torna- se compreensível a partir do piano de fundo da teleologia da história europeia [51], que pode ser filosoficamente (…)
Notas
- Beaufret (1998:24-25) – Husserl e Heidegger
- Carman (2003:121-123) – O que é um mundo?
- Carman (2003:129-130) – regiões ontológicas
- Carman (2003:130n) – objetos matemáticos
- Caron (2005:135-136) – desacordo sobre o solo da fenomenologia (Husserl e Heidegger)
- Caron (2005:190) – Crítica heideggeriana da estrutura do ego transcendental
- Caron (2005:190-191 nota) – fenomenologia inacabada
- Caron (2005:712-713) – constituição do si mesmo
- Drummond (Husserl) – fundador da fenomenologia moderna
- Edith Stein (1987:Nota) – sur les Méditations cartésiennes
- Ernildo Stein (2012:33-35) – Lebenswelt enquanto antepredicativo
- Ernildo Stein (2012:35) – Lebenswelt e Urverdrängung (recalque)
- Ernildo Stein (2012:35-38) – Lebenswelt e significância (Bedeutsamkeit)
- Ernildo Stein (2015:86) – absoluto
- Franck (2014:11-13) – Descartes - o deslocamento que falsifica tudo
- GA14: questionar a "coisa ela mesma"
- GA17:200 – intencionalidade (Intentionalität)
- GA27:13-15 – filosofia é uma ciência absoluta?
- Hebeche (2005:317) – solipsismo metodológico
- Henry (2002b) – Direto às coisas elas mesmas
- Henry (2002b) – Tanto aparência, tanto ser
- Husserl (1954:369-370) – horizonte e linguagem
- Husserl (Crise) – a racionalidade das ciências exactas
- Husserl (Ideias:§24) – princípio de todos os princípios
- Husserl – A constituição operada pela consciência
- Husserl – A filosofia, ciência rigorosa
- Husserl – A história como gênese do sentido
- Husserl – A intencionalidade da consciência
- Husserl – A redução e o resíduo fenomenológico
- Husserl – Evidência e verdade
- Husserl – existência intencional de um objeto
- Husserl – fenomenologia é idealismo transcendental
- Husserl – Irredutibilidade das leis lógicas
- Husserl – O empirismo assenta num preconceito
- Husserl – O ideal do radicalismo
- Husserl – O problema do mundo da vida e as ciências objetivas
- Husserl – O sentido da história e a filosofia moderna
- Husserl – Objeto intencional e conteúdo imanente
- Husserl – Objeto intencional e objeto real
- Husserl – Os limites da redução cartesiana
- Husserl – Reflexão natural e reflexão transcendental
- Husserl – Relatividade das verdades
- Krell (1982) – síntese de "Consciência íntima do Tempo"
- LDMH: Sorge - Cura - Souci
- Marion (1998:§1) – intuição dadora originária
- Marion (1998:§1) – Tão aparecer, quão ser/estar
- Marion (1998:§1nota) – privilégio da dação
- Monticelli (1997:167) – Binswanger, recorre a Husserl e Heidegger
- Monticelli (1997:170-172) – “Da” de “Dasein”
- Sallis (1993:xi-xii) – Terra em Husserl
- Schürmann (1982:78) – Husserl privilegia a visão
- Schürmann (1982:78-79) – conceito husserliano de consciência aponta para a Vorhandenheit
- Schürmann (1982:79-80) – subjetividade = substrato e mônada
- Schürmann (1982:80-81) – status intuitivo do ser em Husserl
- SZ:47-48 – atos são executados, pessoa é executor-de-atos