Original e diferentes versões
Castilho
O ser do Dasein é preocupação. Esta abrange em si factualidade (dejecção), existência (projecto) e decair. Sendo, o Dasein é uma existência dejectada, não foi por si mesmo que veio até o seu “aí”. Sendo, ele é determinado como um poder-ser que pertence a si mesmo e, no entanto, não se deu ele mesmo a posse de si. Existindo, ele nunca retrocede para aquém de sua dejecção, de maneira que só pode pôr-em-liberdade cada vez propriamente a partir de seu (…)
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Gesamtausgabe
Extratos dos escritos de Martin Heidegger utilizando as traduções em inglês, francês, espanhol, português, com a ajuda de um glossário das palavras em alemão em suas versões nestas traduções.
Para um autor que, ao conceber o rumo da sua Edição integral (Gesamtausgabe), a caracterizou com o lema Wege, nicht Werke (caminhos, não obras), e que, ao longo da sua produção, dedicou amplas passagens a tematização do "caminho" e do "estar a caminho" — como sentido profundo daquilo a que a tradição, interpretando o "hodos" grego, chamou método — a escolha desta palavra composta não foi, decerto, inócua. (Irene Borges-Duarte Borges-Duarte Irene Borges-Duarte )
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SZ:284: Dasein – aí-se-é / aí-não-se-é
10 de janeiro de 2019, por Cardoso de Castro -
GA64 (111-114): Dasein
5 de janeiro de 2019, por Cardoso de CastroBorges-Duarte
A pergunta pelo que o tempo é, orientou a nossa consideração para o ser-aí, entendendo-se por ser-aí o ente que, no seu ser, conhecemos como vida humana; este ente respectivamente-em-cada-momento [Jeweiligkeit] do seu ser, o ente que cada um de nós é, que cada um de nós acerta a dizer no enunciado fundamental “eu sou”. O enunciado “eu sou” enuncia em propriedade o ser [que tem] o carácter do ser-aí do homem. Este ente é em-cada-momento enquanto meu.
Mas era precisa uma (…) -
GA39:174-176 — Ser e Destino
11 de novembro de 2018, por Cardoso de CastroRiofrio
[160] En cambio, Ser en el sentido de destino no confiere inmediatamente una correspondencia al ser de una roca, o de una rosa, o de un águila. Ciertamente experimentamos directamente una piedra, una planta o un animal, como siendo; pero ¿quién se atrevería a preguntar sucede con el Ser de esos entes? ¿“Tiene” la roca su Ser así como “tiene” extensión, peso, dureza y color, y dónde, entonces, se “asienta” este Ser? Lo mismo corresponde para la rosa y el águila. Podemos decir (…) -
GA80: o inútil
9 de novembro de 2018, por Cardoso de CastroHEIDEGGER, Martin. Língua de Tradição e Língua Técnica. Tr. Mário Botas. Lisboa: Vega, 1995, p. 8-12.
Assim, os termos «técnica», «língua», «tradição», tal como os escutamos, falam-nos, [9] não nos deixam indiferentes. Tanto como saber se neles nos fala aquilo que hoje é, isto é, aquilo que nos tocará amanhã e que já ontem nos atingia. Também tentaremos no presente por nossa conta e risco indicar a direcção de uma meditação. Em que é que existe aqui um risco? Na medida em que meditar (…) -
GA66:15 – Formas da relação com a Filosofia
9 de novembro de 2018, por Cardoso de CastroCasanova
Por isto, carece-se de um exame meditativo sobre as formas dominantes da relação com a filosofia. Nós temos:
1) A assunção historiológica de uma filosofia mais antiga (Kant, Hegel, Tomás de Aquino, Nietzsche) e a equiparação dessa filosofia com a situação do tempo vista de maneira a cada vez diversa. O “ponto de vista” e o “princípio” das filosofias assumidas são “defendidos” com forças intelectivas dotadas de graus diversos, na maioria das vezes modificados e mesmo enriquecidos (…) -
GA41: A Filosofia é inútil
8 de novembro de 2018, por Cardoso de CastroHEIDEGGER, Martin. O QUE É UMA COISA?. Tr. Carlos Morujão. Lisboa: Edições 70, p. 13-15.
Colocamos, neste curso, uma questão de entre as que pertencem ao domínio das questões fundamentais da metafísica. Ela tem o seguinte teor: «Que é uma coisa?». A questão é já antiga. O que nela é sempre novo é o fato de ter de ser continuamente posta.
Poderia iniciar-se, imediatamente, uma vasta discussão acerca desta questão, antes mesmo de ela ter sido, em geral, corretamente colocada. Num certo (…) -
GA9:80-82 – agir - vis activa
8 de outubro de 2018, por Cardoso de CastroGiachini & Stein
[…] Leibniz destaca o seu conceito de vis activa do conceito escolástico de potentia activa. Segundo o ponto de vista terminológico, vis activa e potentia [91] activa parecem significar o mesmo. No entanto: Differt enim vis activa a potentia nuda vulgo scholis cognita, quod potentia activa scholasticorum, seu facultas, nihil aliud est qual propinqua agendi possibilitas, quae tamen aliena excitatione et velut stimulo indiget, ut in actum transferatur (Gerh. IV, 469). (…) -
GA34: percepção, ideia, cérebro, alma
28 de setembro de 2018, por Cardoso de Castro§ 24. El alma como la relación con lo perceptible
Alberto Ciria
Antes hay que recordar brevemente el significado general de la palabra que ya hemos tratado: ιδέα es lo avistado, concretamente en su estar avistado. Donde hay ιδέα, ahí hay visión y visibilidad (videncialidad, algo que configura visión). «Visión» es ambiguo: lo vidente, visión como posibilidad de ver, y lo que se muestra, visión como perspectiva. Ambos son «visuales», es decir, ofrecen un aspecto, una comparecencia. Ver (…) -
GA55 (87-90): O que nunca declina (physis)
8 de março de 2018, por Cardoso de CastroSchuback
Se, ao invés da palavra negativa “o que a cada vez já não declina” e de sua decorrência, “o que nunca declina”, utilizarmos a versão afirmativa “o surgimento incessante”, fazemos uso de um modo de dizer também possível na língua de Heráclito. Em grego “o surgimento incessante” é το άει φύον. Em lugar de tò φύον também se podería dizer ή φυσις, o que literalmente significa: surgir no sentido de provir do que se acha escondido, velado e encapsulado. (φυσις é a palavra fundamental no (…) -
GA40:189-193 — ser - idea - physis
4 de agosto de 2017, por Cardoso de CastroCarneiro Leão
No fim surge, como nome normativo e predominante do Ser, a palavra idea, eidos, “ideia”. Desde então a interpretação do Ser, como ideia, domina todo o pensar ocidental, por através da história de suas transformações, até os dias de hoje. Nessa proveniência está também fundado o fato de que, na conclusão grandiosa e final da primeira etapa do pensamento ocidental — a saber no sistema de Hegel — a realidade do real, o ser em sentido absoluto, foi concebido como “ideia” e assim (…)