Chamamos "sentido" o correlato da intencionalidade ou do sujeito-como-cogito, existente. Denominemos agora "percepção" o ato do sujeito-como-cogito. Se concebermos a percepção como intencionalidade e analisarmos com exatidão essa forma de intencionalidade, surpreender-nos-emos com coisas que na psicologia tradicional da percepção levaram às mais estranhas hipóteses. Contudo, não é tão fácil descrever bem essas coisas. Por isso, desculpamo-nos se, a princípio, empregamos uma terminologia que (…)
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Welt / Weltanschauung / Weltbild / Weltlichkeit / Umwelt …
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WELT E DERIVADOS
Matérias
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Luijpen (1973:103-106) – O mundo como sistema de significados "próximos" e "longínquos"
19 de novembro de 2024, por Cardoso de Castro -
Flusser (2018:45-50) – mundo das coisas reais = teia das nossas frases
14 de outubro de 2024, por Cardoso de CastroTomemos como exemplo a frase: “O homem lava o carro”. Nessa frase “o homem” é sujeito, “o carro” é objeto e “lava” é predicado. O sujeito “o homem” irradia o predicado “lava” em direção ao objeto “o carro”. A frase tem, portanto, a forma (Gestalt) de um tiro ao alvo. O sujeito (“o homem”) é o fuzil, o predicado (“lava”) é a bala, o objeto (“o carro”) é o alvo. Podemos ainda visualizar a situação comparando-a com uma projeção cinematográfica. O sujeito (“o homem”) é o projetor, o predicado (…)
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Markus Gabriel (2015:49-51) – propriedades
11 de janeiro de 2024, por Cardoso de Castrodestaque
As propriedades são introduzidas para explicar a diferença entre indivíduos. As propriedades que cumprem esta função sem gerar paradoxos podem ser designadas por "propriedades adequadas". Uma propriedade própria é, portanto, uma referência a uma propriedade que nos coloca na posição de distinguir um objeto de outro num domínio. Em particular, os indivíduos diferem uns dos outros por terem propriedades próprias diferentes. Podemos agora mudar a nossa compreensão dos indivíduos e (…) -
Carman (2003:106-108) – os conceitos de subjetivo, objetivo, interno e externo
24 de outubro de 2024, por Cardoso de CastroConsidere, por exemplo, o contexto da prática social cotidiana que Heidegger toma como ponto de partida em seu relato da “mundanidade” (Weltlichkeit) cotidiana do Dasein em Ser e Tempo.. Nosso mundo prático cotidiano e sua inteligibilidade mundana são algo subjetivo ou objetivo? Ele é interno ou externo a nós e ao nosso ponto de vista? Tomemos como exemplo o valor econômico. Claramente, ele não é uma propriedade física objetiva de nada nem meramente uma função das atitudes subjetivas (…)
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Krell (2013:37-41) – solitude [Einsamkeit]
13 de outubro de 2024, por Cardoso de Castro1. Fontes: Martin Heidegger, Die Grundbegriffe der Metaphysik: Welt-Endlichkeit-Einsamkeit (“Os Conceitos Básicos da Metafísica: Mundo-Finitude-Solitude”), ensinado em 1929-1930, publicado em 1983 [GA29-30]; Daniel Defoe, Robinson Crusoé (1719); Paul Celan, Atemwende (1967); James Joyce, “Realism and Idealism in English Literature”; Rousseau, Émile, The Social Contract, Projected Constitution for Corsica, Discourse on the Origins and Foundations of Inequality among Human Beings; Karl Marx, (…)
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Husserl – Intersubjetividade e mundo da experiência pura
18 de novembro de 2024, por Cardoso de CastroPartamos do fato que para nós, ou para falar mais claramente, para mim enquanto ego, o mundo é constituído como mundo «objetivo», no sentido de mundo que existe para todo o ser, que se revela, tal como é, na comunidade intersubjetiva do conhecimento. Deve, portanto, já estar constituído um sentido de «todo o ser» para que, em relação com esse sentido, possa haver um mundo objetivo. Isto implica que deve haver à base um primeiro sentido de «todo o ser», logo também um primeiro sentido de (…)
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Fink (1966b:237-239) – Mas será que há alguém que joga?
11 de dezembro de 2023, por Cardoso de Castrodestaque
Mas será que há alguém que joga? A metáfora do jogo recusa-se a servir-nos como metáfora cósmica, a menos que abandonemos a nossa crença na personalidade de um jogador e no caráter de aparência da cena do mundo lúdico. Só podemos falar de um jogo do mundo numa "equação" que foi decisivamente alterada e que, por isso, está quebrada. O jogo do mundo não é o jogo de ninguém, porque é só nele que há pessoas, homens e deuses; e o mundo lúdico do jogo do mundo não é uma "aparência", mas (…) -
Fink (1966b:44-47) – homem em dois mundos
11 de dezembro de 2023, por Cardoso de Castrodestaque
Conhecemos em inúmeras versões essa interpretação da natureza humana que determina a face do homem na metafísica ocidental: ela não faz uso da diferença fundamental entre o mundo sensível e o mundo do espírito? , entre o mundus sensibilis e o mundus intelligibilis e não localiza o homem na fronteira que separa os dois “mundos”? A interpretação metafísica do homem o torna uma natureza dilacerada, perpetuamente inquieta por causa de sua própria dilaceração; uma natureza que é ao (…) -
Husserl – Contingência da "tese" do mundo
18 de novembro de 2024, por Cardoso de CastroToda a percepção imanente garante necessariamente a existência do seu objeto. Quando a reflexão se aplica ao meu vivido para o captar, captei um absoluto em si mesmo, cuja existência não pode por princípio ser negada; por outras palavras, a ideia de que a sua existência não seja é por princípio impossível; seria um absurdo julgar possível que um vivido dado desta maneira não exista verdadeiramente. O fluxo do vivido, que é o meu fluxo, o do sujeito pensante, pode ser, tanto quanto quisermos, (…)
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Depraz (1994:17-20) – Eugen Fink
11 de dezembro de 2023, por Cardoso de Castrodestaque
Fink refletiu principalmente sobre a questão da origem do mundo, que lhe parecia ser a questão fenomenológica fundamental. Embora a sua interrogação ontológica estivesse inicialmente na linha da de Heidegger, Fink desenvolveu uma abordagem original: o seu objetivo mais radical era redescobrir o mundo na sua imediatez original, relativizando assim a questão do ser em relação à do mundo. A abordagem de Heidegger, pelo contrário, que tematiza o esquecimento do ser na metafísica, (…) -
Luiz Bicca (1999:13-19) – mundo
24 de outubro de 2024, por Cardoso de CastroEssas totalidades que enquadram e arranjam previamente as coisas para as compreensões primárias impelem o pensamento em direção à totalidade das totalidades, vêm a ser, ao mundo. Heidegger fornece-nos definições concisas de mundo, concebidas do ponto de vista da existência humana: “Mundo é… aquilo que é anterior, no sentido rigoroso da palavra — anterior: aquilo que anteriormente, antes já da concepção (Erfassen) deste ou daquele ente em cada Dasein existente, está desvelado e [13] (…)
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Patocka (2015:C3) – mundo não dado como reunião de coisas
12 de junho de 2023, por Cardoso de Castro1) El mundo no está dado primariamente como una reunión de cosas. No está dado, pues, en el modo de la conciencia que intiende y a la cual se dan los seres individuales y las totalidades que forman. Existe, antes bien, una conciencia más originaria de los todos y del todo más abarcador, omniabarcador: una conciencia del mundo. Es preciso analizar este modo especial de conciencia, así como el origen del correlato de significado que lleva aparejado: sólo así se dilucidará el significado (…)
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Krell (2013:39-41) – mundo
13 de outubro de 2024, por Cardoso de Castro[…] Quanto à besta, a passagem a seguir revela o paradoxo central das questões (ou antinomias) de Derrida com relação à problemática comunidade do mundo para a besta e o soberano, ou, de forma mais ampla, para o animal, o deus e o ser humano juntos:
1. Incontestavelmente, animais e humanos habitam o mesmo mundo, o mesmo mundo objetivo, mesmo que não tenham a mesma experiência da objetividade do objeto. 2. Incontestavelmente, animais e humanos não habitam o mesmo mundo, pois o mundo humano (…) -
Stakland (2024) – jogo "no" mundo
18 de novembro de 2024, por Cardoso de CastroOs assuntos sérios da vida são uma chatice. Somos arrastados para a frente, impelidos para o futuro em um esforço incansável em busca da felicidade. Vale a pena considerar aqui a metáfora que Fink usa em seu ensaio programático “Oasis of Happiness” (Oásis da Felicidade) para enquadrar nossa compreensão do jogo no mundo. A seriedade da vida e nosso movimento incansável de uma tarefa para outra, tentando garantir uma existência próspera para nós mesmos, é comparada à jornada por um deserto e (…)
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Zarader (2001:13-16) – horizonte e mundo
17 de janeiro de 2024, por Cardoso de Castrodestaque
[…] Viver é viver num mundo, numa linguagem, num sentido. Quer este sentido seja ou não tematizado, quer este mundo seja ou não objeto de uma apreensão explícita, ambos estão sempre pressupostos em cada objetivo de conhecimento, implícitos em cada palavra — em suma, estão sempre presentes ao mesmo tempo que o ato de existir. O filósofo pode interrogar-se sobre a origem do sentido ou sobre as condições de constituição do mundo, mas tudo o que está a fazer é olhar reflexivamente (…) -
Patocka (1988:257-261) – le monde
11 de junho de 2023, por Cardoso de CastroPATOCKA, Jan. Qu’est-ce que la phénoménologie?. Traduit de l’allemand et du tchèque par Erika Abrams. Grenoble: Jérôme Millon, 1988
Teresa Padilla et alii
Nosotros querríamos además plantear esta pregunta: ¿qué sucedería si la epojé no tuviera que detenerse ante la tesis del sí mismo propio, sino que fuese comprendida de modo por completo universal? En una epojé que procede así yo no dudo, ciertamente, de lo indudable, el cogito que se pone a sí mismo. Yo sólo dejo de servirme de esta (…) -
Ernildo Stein (2015:83-85) – a fenomenologia hermenêutica
8 de junho de 2023, por Cardoso de CastroA fenomenologia hermenêutica não cai nem no impasse de quem quer recuperar a totalidade do mundo vivido, porque aceita a faticidade, nem cai também num impasse de pretender um sistema absoluto, como Husserl o ambicionava.
[…] No momento em que se quer pensar a totalidade não reduzida do mundo, quer se pensar o mundo na medida em que ele é; nós nos confrontamos [84] com o problema da compreensão do ser. Essa compreensão do ser, por sua vez, dá-se no Dasein, e, por isso, ela não é uma (…) -
Vattimo (Realidade) – encenação (Vollzugssinn)
1º de março de 2024, por Cardoso de Castrodestaque
[…] Não se pode possuir o sentido da existência, diz Heidegger, de uma "forma teórica [nota do autor: contemplativa, objetivante], mas sim através da encenação [Vollzug] do ’sou’, que é um modo de ser que pertence ao ser do ’eu’." [GA60] Tudo isto mostra "que esta experiência não experimenta o ’eu’ como algo localizado numa região, como uma individuação de um ’universal’." E ainda aqui: "O ’eu’ deve ser entendido aqui como o eu pleno, concreto e historicamente factual que é (…) -
Krell (2006:13-15) – A Psicologia das Visões de Mundo de Jaspers
13 de outubro de 2024, por Cardoso de CastroA Psicologia das visões de mundo de Jaspers espera estabelecer o horizonte da totalidade da vida psíquica humana localizando suas “situações-limite”. O homem se destaca, de acordo com Jaspers, “em certas situações decisivas e essenciais que estão ligadas ao ser humano como tal e são inevitavelmente dadas com a existência finita [Da-sein]” (J, 229). Para Jaspers, o “fenômeno primordial” da vida humana é a cisão sujeito-objeto e o consequente caráter antinômico da existência (J, 42; 232). De (…)
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Nancy (2007:40-42) – "mundo"
21 de janeiro de 2024, por Cardoso de Castrodestaque
Um mundo "visto", um mundo representado, é um mundo dependente do olhar de um sujeito do mundo [sujet du monde]. Um sujeito do mundo (ou seja, também um sujeito da história) não pode, ele próprio, ser/estar no mundo [être dans le monde]. Mesmo sem uma representação religiosa, um tal sujeito, implícito ou explícito, perpetua a posição do Deus criador, organizador e destinatário (se não o endereçado) do mundo.
E, no entanto, notavelmente, não há necessidade de um estudo prolongado (…)
Notas
- Arendt (CH:§13) – vida - mundo
- Arendt (CH:§18) – identidade e objetividade
- Arendt (LM:19-20) – ser e aparecer coincidem no mundo
- Barbaras (1991:25-26) – corpo próprio
- Biemel (1987:161-163) – Dasein informa seu mundo
- Boutot (1993:35-36) – Verstehen - Compreender
- Brague (1988:44-46) – somos mundo, jamais aí entramos
- Brague (1988:48) – Pensamento grego: o mundo e o humano
- Carman (2003:123) – intencionalidade e contexto
- Casanova (MH2:223-225) – ambiguidade (Zweideutigkeit)
- Dreyfus & Taylor (2015:18-19) – teoria do contato
- Dufour-Kowalska (1980:35-36) – a redução à exterioridade
- Ernildo Stein (2012:33-35) – Lebenswelt enquanto antepredicativo
- Ferreira da Silva (2009:33-35) – mundo - amor - corpo - morte
- Fink (1966b:227-228) – essência do jogo
- Fink (1966b:230-231) – relação entre o homem e o mundo
- Fink (1966b:231-232) – a atividade lúdica
- Fink (1966b:235) – O mundo é sem razão
- Fink (1966b:236) – o homem joga porque é "mundano"
- Fink (1966b:40-41) – a linguagem tem o ente humano?