Muito mais que volta ao imediato, fala-se agora de volta aos fenômenos, às coisas, ao vivido. Mas estas expressões recebem muitas vezes um significado que as aproxima singularmente do imediato bergsoniano. É o que acontece com esta fenomenologia que habitualmente é qualificada de existencialismo. Merleau-Ponty reconhece-o expressamente: "A metafísica (para Bergson) seria, antes, a exploração deliberada deste mundo do que o objeto da ciência, a que a ciência se refere tacitamente. Sobre estes (…)
Página inicial > Palavras-chave > Temas > Phänomen / phänomenologisch / phänomenal / Phänomenologie / Urphänomen
Phänomen / phänomenologisch / phänomenal / Phänomenologie / Urphänomen
Phänomen / phénomène / fenómeno / phenomenon / phainomenon / phainomena / phénomènes / phenomena / phänomenologisch / phénoménologique / fenomenológico / phenomenological / phänomenal / phénoménal / fenomenal / phenomenal / fenoménico / Phänomenologie / phénoménologie / phenomenology / fenomenologia / fenomenología / phainesthai / Urphänomen / primal phenomenon
Exatamente este é o sentido fundamental da compreensão heideggeriana do conceito de “fenomenologia” em Ser e tempo . Para Heidegger, Ser e tempo repousa sobre uma perspectiva fenomenológica, porque ele trabalha destrutivamente a facticidade em nome de uma liberação das estruturas constitutivas dessa facticidade e de uma volta aos fenômenos originários. [CASANOVA , Marco Antonio. Mundo e historicidade. Leitura fenomenológica de Ser e tempo . Volume um: existência e mundaneidade. Rio de Janeiro: Via Verita, 2017, p. 18]
PHÄNOMENOLOGIE E DERIVADOS
Matérias
-
Vancourt – Imediato e Fenômeno
18 de novembro de 2024, por Cardoso de Castro -
Marion (1989:72-78) – fenomenologia e ontologia
21 de dezembro de 2023, por Cardoso de Castrodestaque
Enquanto que, para Husserl, a fenomenologia torna obsoleta a ontologia porque se ocupa, em seu lugar e melhor do que esta, do ente, para Heidegger, a fenomenologia eleva-se ao título de ontologia porque se desloca dos entes até o ser. A Hinsicht mudou radicalmente; ou melhor, a simples visão (Sicht) que só se pode fixar na evidência permanente e disponível — portanto no ente — é substituída pela Hinsicht, que só vê o ente em relação ao seu ser e por desígnio deste ser. O debate (…) -
Caron (2005:98-100) – fenomenologia é ou não é ontologia?
23 de março de 2022, por Cardoso de Castrodestaque
A tarefa infinita de determinar as vivências, e a resolução da questão da estrutura do ego dentro da exigência conferida pelo dogma científico da evidência (i.e. domínio do olhar e não da fonte desse olhar) : estes são os dois aspectos principais da fenomenologia tal como é apresentada por Husserl, que afirma que o problema da dação de um objeto ao ego "só pode ser resolvido na esfera da pura evidência, na esfera da presença absoluta, que, como tal, é a norma última", e "que, por (…) -
Husserl – A priori lógico e a priori do mundo da vida
18 de novembro de 2024, por Cardoso de CastroSe o nosso interesse exclusivo se dirige para o “mundo da vida”, temos de perguntar: está, então, o mundo da vida, como tema científico universal, exposto já pela epoché relativa à ciência objetiva? Já temos, com isso, temas [112] para asserções científicas universalmente válidas, asserções sobre fatos passíveis de serem estabelecidos cientificamente? Temos o mundo da vida como um campo universal, a definir de antemão, de tais fatos estabelecíveis? Ele é o mundo espaço-tempor
-
Ernildo Stein (1973:283-297) – Introdução ao Método Fenomenológico Heideggeriano (1-3)
6 de outubro de 2021, por Cardoso de CastroAo lado de Ser e Tempo e Que é Metafísica? temos, no ensaio Sobre a Essência do Fundamento e na preleção A Determinação do Ser do Ente segundo Leibniz, a melhor possibilidade de observar o método fenomenológico de Heidegger em sua aplicação concreta. Não apenas cronologicamente estão estas duas análises próximas dos momentos mais altos da criação heideggeriana; também tematicamente lhe são vizinhas. O texto sobre Leibniz tomou corpo na esteira de interpretações de filósofos que foram (…)
-
Husserl – Valor supra-histórico da filosofia
18 de novembro de 2024, por Cardoso de CastroO matemático não se voltará, certamente, para a história para obter informações sobre a verdade das teorias matemáticas; não pensará estabelecer a relação entre o desenvolvimento histórico das representações e dos juízos matemáticos e a questão da sua verdade. Como é, então, que o historiador deveria ter que decidir da verdade dos sistemas filosóficos dados e, sobretudo, da possibilidade em geral de uma ciência filosófica válida em si? E que poderia ele juntar à ideia de uma verdadeira (…)
-
Lyotard (1954:14-30) – O transcendental em Husserl
15 de junho de 2023, por Cardoso de CastroIV — A problemática do sujeito.
A fenomenologia tomava pois o sentido de uma propedêutica às "ciências do espírito". Mas, a partir do segundo tomo das Investigações Lógicas esboça-se um salto que nos vai fazer entrar na filosofia propriamente dita. A "problemática da correlação", isto é, o conjunto dos problemas demonstrados pela relação do pensamento com seu objeto, uma vez aprofundada, deixa emergir a questão que constitui o seu núcleo: a subjetividade. É aqui provavelmente que a (…) -
Raffoul (2020:73-75) – acontecimento e fenomenologia
29 de outubro de 2024, por Cardoso de CastroO desmantelamento — a desconstrução — do aparato conceitual metafísico da causalidade, da subjetividade e da razão, conforme estruturou a redução e a neutralização tradicionais do acontecimento, abre caminho para uma investigação fenomenológica sobre a eventualidade do acontecimento. Uma vez que o acontecimento não é mais referido às exigências do princípio da razão, não está mais ancorado em uma causa-sujeito e não está mais ordenado de acordo com uma ordem causal, torna-se possível (…)
-
Schutz – Fenomenologia em Foco
18 de novembro de 2024, por Cardoso de CastroAté agora os cientistas sociais não acharam uma abordagem apropriada para o movimento fenomenológico iniciado com os textos básicos de Edmund Husserl nas três primeiras décadas c!e nosso século. Em certos círculos, o fenomenologista é tido como uma espécie de mago de bola de cristal, um metafísico ou ontologista no sentido pejorativo dessas palavras, enfim, como uma pessoa que desdenha todos os fatos empíricos e os métodos científicos mais ou menos estabelecidos criados para coletá-los e (…)
-
Dreyfus (1991:2-3) – fenomenologia das habilidades
3 de novembro de 2024, por Cardoso de CastroHeidegger desenvolveu sua fenomenologia hermenêutica em oposição à fenomenologia transcendental de Husserl. Husserl reagiu a uma crise anterior nos fundamentos das ciências humanas argumentando que as ciências humanas fracassaram porque não levaram em conta a intencionalidade — a maneira como a mente individual é direcionada aos objetos em virtude de algum conteúdo mental que os representa. Ele desenvolveu uma descrição do homem como sendo essencialmente uma consciência com significados (…)
-
Učník (2016:35-37) – o aparecimento e isso que aparece
1º de fevereiro de 2024, por Cardoso de Castrodestaque
Assim, quando refletimos sobre o fenômeno puro, apercebemo-nos de que as cogitationes não são puro dado, como assumimos no início, mas já "escondem todo o tipo de transcendências" (IP, 67). Husserl apercebe-se de que "o aparecimento e o que aparece se sobrepõem um ao outro" (67; itálico no original). Temos tendência para nos concentrarmos na coisa, esquecendo que nenhuma coisa nos é dada de uma só vez e na sua totalidade. Como já foi referido, a coisa que experimentamos não é algo (…) -
Figal (2007:150-152) – a composição estrutural da apresentação
14 de novembro de 2024, por Cardoso de CastroA interpretação, a compreensão e o caráter daquilo que se encontra contraposto se co-pertencem. E somente o elemento próprio às coisas contrapostas que precisa ser interpretado; é só por meio da interpretação que ele se descerra como aquilo que ele é porque somente o conhecimento apresentador preserva a exterioridade de sua coisa. Ele conta com ela e a expõe; nisto reside a sua distinção em relação à abordagem ligada ao objeto. E se uma apresentação é compreendida, a diferença entre (…)
-
Caron (2005:249-253) – uma fenomenologia às voltas com a fenomenologia
15 de dezembro de 2023, por Cardoso de Castrodestaque
A originalidade de Heidegger reside, assim, na sua capacidade de retomar a possibilidade de qualquer visão sensível numa visão da essência ela mesma inteiramente regida pelo ser, à qual um pensamento das profundezas da intuição categorial nos dá acesso antes de qualquer visão ser possível. O desejo heideggeriano é de unificação, fiel nisso à exigência interna de todo pensamento, e da unificação em torno de um princípio cuja evanescência impede, no entanto, o pensamento de se (…) -
de Castro (2009) – A comunicação linguística de uma perspectiva da Fenomenologia de E. Husserl
31 de outubro de 2024, por Cardoso de Castro -
Husserl – O papel do corpo na percepção de outrem
18 de novembro de 2024, por Cardoso de CastroSe me pergunto como é que os corpos estranhos como tais, isto é, dos animais e de outros homens enquanto tais, são dados na minha experiência e como o podem ser no quadro universal da minha percepção do mundo, então a resposta é esta: o meu corpo próprio desempenha neste quadro, portanto do ponto de vista do conhecimento empírico originário, o papel do corpo primordial do qual deriva a experiência de todos os outros corpos; e assim eu não deixo de ser para mim e para a minha experiência o (…)
-
Sheehan (2015:11-12) – a questão não é o ser, mas a inteligibilidade
24 de janeiro de 2024, por Cardoso de Castrodestaque
É conosco, seres humanos, que ser entra em ação. [GA73.1:90]
Ser: aquilo que aparece apenas e especificamente no homem. [GA73.1:337]
Não pode haver ser dos entes sem o homem. [GA89:221]
Ou ainda: Quando Heidegger afirma que, no mundo moderno, "as coisas, é certo, ainda são dadas… mas o ser as desertou", esta "deserção" não significa o desaparecimento da "exterioridade" das coisas (a sua existentia ou Vorhandensein), mas refere-se, antes, à perda da compreensão de como as (…) -
Gaboriau (1962:272-273) – busca do "ponto de partida"
17 de outubro de 2024, por Cardoso de CastroNa vida do conhecimento, tudo começa com a experiência, tudo o que leva à técnica e à ciência; mas, precisamente porque tudo vem da experiência, a experiência não é o ponto de partida específico da metafísica.
Na medida em que a metafísica tem de fornecer um fundamento para as outras, ela tem de se controlar rigorosamente. Portanto, a filosofia do bem é a busca pelo que é primeiro, a άρχη ou o πρῶτον. Ela pode ter sido chamada de “protologia” (V. Gioberti, Della protologia, 1857); assim (…) -
Schérer (1971:86-96) – Examen de la théorie transcendantale
14 de junho de 2023, por Cardoso de CastroD’une manière plus générale, la constitution de l’autre par moi, en ouvrant la conscience à un seul monde objectif de communication, interdit de traiter comme deux domaines séparés dans le principe le monde objectif proprement dit, celui dans lequel nous vivons et nous rencontrons, celui de nos corps, et un monde des valeurs qui serait le champ propre de la communication ; car les deux sont également constitués, en tant qu’accessibles à la réflexion unifiante et rationalisante. C’est dans (…)
-
Eagleton – fenomenologia
22 de março de 2022, por Cardoso de CastroEagleton, T - Una introduccion a la teoria literaria
En 1918 Europa estaba en ruinas, devastada por la peor guerra de la historia. A continuación de la catástrofe vino una marejada de revoluciones sociales que cruzó todo el continente. Los años próximos al de 1920 fueron testigos del levantamiento de Espartaco en Berlín y de la huelga general en Viena, del establecimiento del soviet de los trabajadores en Munich y Budapest y de la ocupación en gran escala de las fábricas en Italia. Toda (…) -
Luijpen: Existencialismo, fenomenologia, fenomenologia existencial
31 de maio de 2017, por Cardoso de CastroTr. Carlos Lopes de Mattos, pp. 28-32
Do que dissemos sobre a autenticidade do filosofar infere-se facilmente que até mesmo a filosofia de nossos dias, a fenomenologia existencial, não pode ser chamada a filosofia. Também ela precisa ser superada, visto a contínua possibilidade de se exprimir melhor o último sentido da vida e do real. Não queremos, todavia, adivinhar o futuro da filosofia. É bom, em todo caso, lançar um olhar sobre o passado recente da fenomenologia existencial, para que (…)
Notas
- Barbaras (1991:31-33) – cogito e ser-no-mundo
- Barbaras (1998:194-195) – o fenômeno da expressão
- Beaufret (1998:24-25) – Husserl e Heidegger
- Beaufret (1998:25-26) – fenomenologia da verdade
- Caron (2005:102-103) – intencionalidade
- Caron (2005:135-136) – desacordo sobre o solo da fenomenologia (Husserl e Heidegger)
- Caron (2005:190) – Crítica heideggeriana da estrutura do ego transcendental
- Caron (2005:190-191 nota) – fenomenologia inacabada
- Christian Sternad (2020) – fenomenologia da morte
- Depraz (2001:6) – caráter proteiforme da consciência
- Depraz (2011:42-44) – Description opératoire/fonctionnelle
- Don Ihde (1991) – Realismo Instrumental
- Drummond (Husserl) – fundador da fenomenologia moderna
- Dufour-Kowalska (1980:36-38) – essência
- Edith Stein (1987:Nota) – sur les Méditations cartésiennes
- Ernildo Stein (2015:86) – absoluto
- Fink (1977:1) – a filosofia de um modo filosofante
- Fink (1994b:202-203) – fenomenologia e dialética
- Fink (1994b:203-204) – o conceito de "aparência"
- Fink (1994b:204-206) – a dialética do ser, da existência e do mundo