destaque
1. Heidegger destaca muito claramente, no protótipo da percepção de uma coisa transcendente, uma diferença entre dois modos de dação, ou seja, uma diferença fenomenológica. Uma diferença hierárquica, um destes modos implicando necessariamente o outro. Mas, como em Husserl, a questão do sentido da carne não é colocada.
2. Afirmar que a característica relevante da percepção é a corporização — Heidegger não fala aqui de presença encarnada — vem a alinhar-se com o idealismo (…)
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Husserl / Edmund Husserl
EDMUND HUSSERL (1859-1938)
OBRA NA INTERNET: LIBRARY GENESIS
HUSSERL, Edmund. Ideen zu einer reinen Phänomenologie und phänomenologischen Philosophie. Erstes Buch: Allgemeine Einführung in die reine Phänomenologie. (1976) / Ideias para uma fenomenologia pura e para uma filosofia fenomenológica: introdução geral à fenomenologia pura. Tr. Márcio Suzuki. Aparecida: Ideias & Letras, 2006
Matérias
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Didier Franck (1981:21-24) – encarnação
5 de dezembro de 2023, por Cardoso de Castro -
Sebbah (2001:24-25) – a intencionalidade
9 de fevereiro de 2024, por Cardoso de Castrodestaque
"A intencionalidade como tema capital da fenomenologia" é o título do §84 de Ideen I, do qual nos limitaremos a recordar as seguintes passagens: "A intencionalidade é o que caracteriza a consciência no sentido forte (…)" (p. 168); "Por intencionalidade entendemos a propriedade das vivências de ’estar consciente de algo’" (p. 168). (Citamos aqui a tradução de P. Ricoeur, Gallimard, 1950).
Nas Meditações Cartesianas, Husserl coloca a questão da seguinte forma: "A palavra (…) -
Edith Stein (1987:) – Les contrastes Husserl-Scheler et Husserl-Heidegger
14 de junho de 2023, por Cardoso de CastroSi nous voulons comprendre où les chemins se séparent nous devons suivre l’évolution ultérieure de Husserl.
c) Le contraste Husserl-Scheler
Je disais de Husserl que son travail sur les problèmes logiques particuliers lui permit de reconnaître la portée de la méthode mise en œuvre, bien au-delà du domaine d’application immédiat. Cela l’obligea d’élaborer cette méthode pour elle-même et de lui assurer des assises solides. La phénoménologie devait être une science fondamentale. Si elle (…) -
Husserl (FCR:72-73) – O ideal do radicalismo
13 de outubro de 2021, por Cardoso de CastroHUSSERL, Edmundo. A Filosofia como Ciência de Rigor. Tr. Albin Beau. Coimbra: 1992, p. 72-73
Certamente precisamos também da História. Não será ao modo dos historiadores, perdendo-nos nas continuidades evolutivas que estão na origem das grandes Filosofias, mas será, sim, para que a própria substância espiritual delas exerça sobre nós a sua acção sugestiva. De facto, estas Filosofias históricas exalam uma vida filosófica na plenitude da sua riqueza e do seu vigor de motivações vivas, desde (…) -
Husserl (CCEFT:37-38) – O esvaziamento de sentido da ciência matemática da natureza pela “tecnicização”
13 de outubro de 2021, por Cardoso de CastroExcerto de HUSSERL, Edmund. A crise das ciências europeias e a fenomenologia transcendental: uma introdução à filosofia fenomenológica. Tr. Diogo Falcão Ferrer. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2012, p. 37-38
Em si, o progresso da matemática objetiva em direção à sua logicização formal, e a autonomização da lógica formal, ampliada como análise pura ou doutrina pura das multiplicidades, é algo de totalmente legítimo, e mesmo necessário; assim como a tecnicização, com a sua ocasional (…) -
Giuseppe Lumia: a filosofia da existência - Husserl
5 de outubro de 2021, por Cardoso de CastroLUMIA. (Giuseppe) O EXISTENCIALISMO PERANTE O DIREITO, A SOCIEDADE E O ESTADO. Tradução de Adriano Jardim e Miguel Caeiro. Colecção « Doutrina ». N.º 3. Livraria Morais Editora. Lisboa. 1964. O existencialismo floresceu contemporaneamente, entre as duas guerras, na Alemanha e na França. São, de fato, do mesmo ano, 1927, o Sein und Zeit de Heidegger e o Journal métaphisique de Marcel. Todavia, os seus motivos mais profundos fermentavam havia já tempo, embora fosse necessário esperar a grave (…)
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Husserl – O papel do corpo na percepção de outrem
18 de novembro de 2024, por Cardoso de CastroSe me pergunto como é que os corpos estranhos como tais, isto é, dos animais e de outros homens enquanto tais, são dados na minha experiência e como o podem ser no quadro universal da minha percepção do mundo, então a resposta é esta: o meu corpo próprio desempenha neste quadro, portanto do ponto de vista do conhecimento empírico originário, o papel do corpo primordial do qual deriva a experiência de todos os outros corpos; e assim eu não deixo de ser para mim e para a minha experiência o (…)
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de Castro (2009) – A comunicação linguística de uma perspectiva da Fenomenologia de E. Husserl
31 de outubro de 2024, por Cardoso de Castro -
Jacques English (2002) – espaço, segundo Husserl
18 de março, por Cardoso de Castro(JEVH)
A problemática da constituição do espaço é, após a do tempo, a segunda com a qual a estética transcendental deve lidar, pois corresponde aos níveis mais básicos em que a intencionalidade se desenvolve, mas onde, além de seus vividos que se sucedem no fluxo que lhe é puramente imanente, ela vê se delinearem, diante dela, no exterior, "aparecentes" que ela ainda não sabe reconverter, em sua origem, em tantos "entes". No entanto, se os textos em que Husserl tratou dessa problemática (…) -
Jacques English (2002) – empatia, segundo Husserl
18 de março, por Cardoso de Castro(JEVH)
Einfühlung designa o fato de experimentar um sentimento (fühlen) que faz com que se penetre (ein) na própria compreensão daquilo a que ele se refere. Esse termo foi traduzido às vezes como [36] intropatia, outras vezes como empatia, sem que seja possível decidir verdadeiramente entre essas duas soluções, já que ambas têm o mérito de manter a referência à dupla composição etimológica da palavra, utilizando a mesma raiz grega que aparece no substantivo pathos (estado sentido) e (…) -
Jacques English (2002) – crise, segundo Husserl
18 de março, por Cardoso de Castro(JEVH)
Foi apenas na última obra que ele próprio publicou que Husserl recorreu sistematicamente a esse termo, para qualificar a situação em que se encontram, desde o início dos Tempos Modernos, as "ciências europeias". No entanto, não há nada de absurdo em considerar que ele poderia tê-lo empregado já antes, em pelo menos três de suas publicações, cuja problemática, de fato, havia sido muito próxima, pois dizia respeito, sem mais delongas, à relação que a intencionalidade mantém (…) -
Fragata: Resumo do pensamento fenomenológico de Husserl
11 de outubro de 2021, por Cardoso de CastroApresentamos aqui um resumo geral, quase esquemático, dos traços fundamentais do pensamento filosófico de Husserl. O motivo que nos levou a esta elaboração foi o fato de termos verificado que, mesmo atualmente, é raro encontrar-se, nos compêndios de História da Filosofia, uma exposição que tenha suficientemente em conta os recentes estudos sobre Husserl à luz da publicação das suas obras completas, muitas delas póstumas, iniciada pelos «Arquivos de Husserl em Lovaina», a partir de 1950. (…)
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Jacques English (2002) – perfil (Abschattung), em Husserl
18 de março, por Cardoso de Castro(JEVH)
Esse termo, que etimologicamente remete à ideia de ação (-ung) de uma sombra (Schatten) que se destaca (ab-), de uma silhueta que se delineia, foi geralmente traduzido, em vez do antigo termo emprestado da técnica do desenho — adumbração, que corresponde muito exatamente a ele, mas que seria demasiado rebuscado —, por perfil, no sentido de um delineamento que já se desenha mais ou menos no horizonte, mas com a condição de entender que não se trata de algo que se inscreveria no (…) -
Henry (1963) – Husserl
6 de março, por Cardoso de CastroExposant la tâche de l’explicitation phénoménologique de l’ego transcendantal, Husserl écrit : « Il faudra s’en tenir strictement aux données pures de la réflexion transcendantale, les prendre exactement comme elles se donnent dans l’intuition de l’évidence directe, et écarter d’elles toutes les interprétations dépassant ce donné. » 5
L’approfondissement de ce problème où se décide, il est vrai, le fondement de la philosophie, nous met en présence de difficultés extraordinaires, qui (…) -
Richir (1994) – morte em Husserl
14 de março, por Cardoso de Castro(Richir1994)
Husserl commence par dire qu’en régime de réduction transcendantale, « la mort est l’élimination de l’ego transcendantal hors de l’auto-objectivation comme homme » (p. 390). Ce pourquoi personne ne peut l’éprouver en soi. Est-ce à dire que le lieu du transcendantal en soi, s’il a consistance, est « lieu de la mort » ? Efforçons-nous de reprendre les linéaments du texte dans leur tissu, qui va en se densifiant.
Le premier mouvement de Husserl est, tout compte fait, assez (…) -
Jacques English (2002) – imaginação, em Husserl
18 de março, por Cardoso de Castro(JEVH) – Phantasie, Einbildung
O vocabulário alemão correspondente à segunda modalidade intencional, ou seja, aquela que designamos, em francês, pelo único termo imaginação, não poderia deixar de apresentar enormes dificuldades aos tradutores, já que Husserl, sempre que tratou dela, utilizou todos os recursos oferecidos pelas duas séries de termos formados a partir de uma etimologia grega, com Phantasie, e de uma etimologia germânica, com Bild, sem falar de uma terceira, de origem latina, (…) -
Depraz (1992:12-13) – Estado de crise dominante, segundo Husserl
18 de março, por Cardoso de Castro(Depraz1992)
No entanto, o estado de crise dominante hoje, ligado a esse modo positivo de pensar que separa a pesquisa científica objetiva da busca pelo sentido de nossa vida, nem sempre prevaleceu, segundo Husserl. De onde vem, então, essa "alteração positivista da ideia de ciência" ? Para compreender o sentido da crise atual das ciências europeias, é necessário traçar a gênese do processo que a tornou possível.
Na Idade Média, a unidade era a da razão e da fé, e, embora o pensamento (…) -
Jacques English (2002) – ego, segundo Husserl
18 de março, por Cardoso de Castro(JEVH)
Evidentemente, não é o pronome latino ego (eu) que, por si só, pode apresentar uma dificuldade de compreensão, nem seu correspondente alemão ich, que Husserl também emprega, mas com menos frequência: é o adjetivo rein (puro), com o qual ele o acompanhou a partir de 1913 em várias passagens características do Livro I de seu Ideias (§ 37, p. 118-121; § 57, p. 188-190; § 80, p. 269-272, etc.). Em 1901, no § 8 da primeira edição da Quinta Investigação, ele havia excluído a própria (…) -
Jacques English (2002) – a priori, segundo Husserl
18 de março, por Cardoso de Castro(JEVH)
Não é tanto o próprio termo, comum na filosofia desde que foi usado sistematicamente por Kant, que causa problemas, mas os dois campos de aplicação sucessivos que Husserl lhe atribuiu, sem que nenhum deles coincidisse verdadeiramente com o que Kant havia associado a ele, como já indica, em Husserl, a ausência ou extrema raridade de seu oposto: a posteriori. Pois os leitores de Kant não podem deixar de se surpreender ao começar a ler Husserl, percebendo que ele inicialmente falou de (…) -
Jacques English (2002) – aparição (Erscheinung) em Husserl
18 de março, por Cardoso de Castro(JEVH)
Mais do que o "fenômeno" (Phänomen), uma noção inevitavelmente equívoca devido à dualidade de orientações que implica e entre as quais parece não querer escolher, é o par formado pelo desdobramento explícito, estabelecido a partir do verbo erscheinen ("aparecer"), entre a "aparição" (die Erscheinung) e o "aparecente" (das Erscheinende), que deve ser colocado no ponto de partida de toda a fenomenologia. Husserl insistiu nisso em um texto breve, mas crucial, escrito em 1907 (IP1, p. (…)
Notas
- Marion (1998:§1) – Tão aparecer, quão ser/estar
- Marion (1998:§1nota) – privilégio da dação
- Monticelli (1997:167) – Binswanger, recorre a Husserl e Heidegger
- Monticelli (1997:170-172) – “Da” de “Dasein”
- Sallis (1993:xi-xii) – Terra em Husserl
- Schürmann (1982:78) – Husserl privilegia a visão
- Schürmann (1982:78-79) – conceito husserliano de consciência aponta para a Vorhandenheit
- Schürmann (1982:79-80) – subjetividade = substrato e mônada
- Schürmann (1982:80-81) – status intuitivo do ser em Husserl