Os poemas épicos de Homero trouxeram à tona uma noção de arete, ou excelência na vida, que estava no centro da compreensão grega do ser humano. Muitos admiradores da cultura grega tentaram definir essa noção, mas para ter sucesso aqui é preciso evitar duas tentações importantes. Há a tentação de ser condescendente, que já mencionamos. Mas há também a tentação de ler uma sensibilidade moderna na época de Homero. Uma tradução padrão da palavra grega arete como “virtude” corre o risco desse (…)
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Hermenêutica
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Dreyfus & Kelly (2011:61-63) – arete (excelência) e os deuses homéricos
3 de novembro de 2024, por Cardoso de Castro -
Capelle (2001:18-21) – Teologia e Filosofia
2 de novembro de 2024, por Cardoso de CastroEssa radicalidade decorre do fato de que ambas [teologia e filosofia] pertencem a dois tipos completamente diferentes de “ciência”. Para entender isso, devemos primeiro lembrar o título original da palestra: “A positividade da teologia e sua relação com a fenomenologia” [GA9:45] ; isso se refere explicitamente aos termos do debate no qual Heidegger estava envolvido na época e que dizia respeito à essência da fenomenologia. O parágrafo 7 de Sein und Zeit, publicado no mesmo ano, define a (…)
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Caron (2005:1668-1670) – Ereignis, advento de homem e ser
2 de novembro de 2024, por Cardoso de CastroO Ereignis é o advento do homem e do ser sob a iniciativa do ser; desdobra o jogo especular do ser e do si, de modo que cada um alcança o outro, e esse jogo, em última análise, aparece como o próprio jogo do ser que o governa. O ser compreendido como a Mesmidade desse jogo, como a Selbigkeit da qual o si é a presença superlativa, conforme indicado pela carne da palavra Selbst, é o Ereignis. O si pertence ao ser, e ainda assim o ser e o si pertencem um ao outro dentro do Mesmo. É assim que o (…)
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Brague (1988:198-199) – o instrumento [organon, Zeug]
31 de outubro de 2024, por Cardoso de CastroPodemos encontrar traços desse tema [o instrumento] em outro lugar? Se minha perspectiva geral for esclarecedora, eles devem ser encontrados onde a redescoberta do Dasein por trás do “homem” leva, em outras palavras, na forma como Heidegger caracteriza o que o Dasein tem a ver com uma “ferramenta” ou “instrumento” (Zeug). É possível identificar passagens em Aristóteles nas quais esse fenômeno tenha sido, se não explicitamente compreendido, pelo menos vislumbrado? Parece que sim, se nos (…)
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Volpi (2005:II.6) – hermenêutica da facticidade
31 de outubro de 2024, por Cardoso de CastroHermenêutica da Facticidade [GA61] é o título real que Heidegger atribuiu ao ciclo de palestras que ele deu no semestre de verão de 1923 e que foi oficialmente anunciado com o título Ontologia. Enquanto, de fato, como é afirmado na Introdução ao curso, o termo “ontologia” corre o risco de fornecer uma indicação indeterminada, inadequada ou até mesmo enganosa para o curso concreto da pesquisa (na medida em que lembra imediatamente a dimensão da ontologia tradicional com seus pressupostos (…)
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de Castro (2016) – A humanidade esquecida: a ciência na esteira da “metafísica da modernidade”
31 de outubro de 2024, por Cardoso de Castro -
Volpi (2005:IV.7) – O “último deus”
31 de outubro de 2024, por Cardoso de CastroO “último deus” é, portanto, também um dos campos em que o ser como Ereignis desdobra sua essência. A forte influência exercida naqueles anos pela poética hölderliniana do tempo da dupla pobreza “dos deuses que fugiram e do deus que virá” está concentrada na expressão “último deus”. Se no exórdio da seção de mesmo nome nos Beiträge [GA65] é dito que ele é “totalmente diferente dos que já existiram e, acima de tudo, do cristão”, o “último deus” certamente lembra a maneira como Hölderlin, por (…)
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Volpi (2005:IV.7) – os deuses
31 de outubro de 2024, por Cardoso de Castro“O Beiträge zur Philosophie [GA65] de Heidegger termina, e necessariamente, com a questão de Deus”. Tal questão — provavelmente o fio secreto ao longo do caminho heideggeriano — é, em última análise, exigida pelo próprio ponto de virada . De fato, a transformação para a qual o pensamento é chamado a fim de pensar o ser como um acontecimento converge para a preparação do encontro com o traço “mais distante”, “último” do ser, seu próprio eu inaugurador e “adaptador”. Esse traço “último” o (…)
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de Castro (2016) – A crise da Medicina no Imperialismo do Corpo
31 de outubro de 2024, por Cardoso de Castro -
Zubiri (2012:265-267) – Compreensão
30 de outubro de 2024, por Cardoso de CastroCompreender não é mero apreender, mas abarcar algo. Aqui compreender tem o sentido etimológico de comprehendere. A compreensão é o que vai constituir o modo de a coisa real estar presente novamente. É uma circunscrição periférica, por assim dizer, da apreensão primordial do real. Nesta compreensão da coisa real, fica incorporado a ela o que realmente é; o fóton fica incorporado à cor verde. E esta incorporação tem um nome preciso: é compreensão: compreendemos e não somente apreendemos o (…)