Um outro exemplo muito simples é o conceito aristotélico de hylé, a matéria. Quando falamos de matéria já nos encontramos muito distantes da compreensão aristotélica do conceito de matéria. Isto porque Aristóteles compreendeu hylé, que originariamente significa madeira para construção, empregada para com ela se fazer algo, como um princípio ontológico. Expressa o espírito técnico dos gregos, que colocam essa palavra num lugar central na filosofia. Aquilo que é a forma, aparece como o (…)
Página inicial > Hermenêutica > Gadamer, Hans-Georg (1900-2002)
Gadamer, Hans-Georg (1900-2002)
-
Gadamer (VM): pensamento aristotélico
24 de janeiro de 2024, por Cardoso de Castro -
Gadamer (VM): pensamento oriental
24 de janeiro de 2024, por Cardoso de CastroLogo que Heidegger se deu conta disso, assumiu os riscos do pensamento radical de Nietzsche. Não encontrou outros caminhos a não ser os Holzwege (Sendas perdidas), que depois da curva do caminho esbarravam no intransitável. Mas terá só a linguagem da metafísica o que sustentou esse feitiço paralisante do idealismo transcendental? Heidegger extraiu as últimas conseqüências de sua crítica ao vazio ontológico da consciência e à autoconsciência abandonando a idéia da fundamentação metafísica. (…)
-
Gadamer (VM): pensamento
24 de janeiro de 2024, por Cardoso de CastroQuem suporta realmente esse "pensamento"? O que são os suportes da história, em cujo pensamento devemos penetrar? O que um homem persegue com sua ação será a intenção determinada? Collingwood parece pensar assim: "Sem esse pressuposto, a história de seus atos não é possível" (324). Mas será que reconstruir as intenções significa realmente compreender a história? Vemos [397] assim como Collingwood se enreda, contra sua vontade, na particularidade psicológica. Sem uma teoria dos "que sustentam (…)
-
Gadamer (VM): pensamento lógico
24 de janeiro de 2024, por Cardoso de CastroNessa tentativa de contrapor, assim, "palavra" e "enunciado", torna-se claro também o sentido de enunciado. Costumamos falar [193] de "enunciados" na constringência da lógica, do cálculo das proposições e da moderna formalização matemática da lógica. Esse modo de expressar-se, que nos parece natural, remonta em última instância a uma das opções mais decisivas de nossa cultura ocidental, isto é, a construção da lógica a partir do enunciado. Aristóteles, o fundador dessa parte da lógica, o (…)
-
Gadamer (VM): Perelman
24 de janeiro de 2024, por Cardoso de CastroComo professor de retórica em Nápoles, foi sobretudo G.B. Vico quem defendeu a antiga tradição retórica contra a pretensão monopolizante da ciência "moderna", chamada por ele de critica. Ele destacou, de modo especial, o significado da retórica para a educação e a formação do sensus communis, e, de fato, a hermenêutica compartilha com a retórica a função que exerce o eikos, o argumento persuasive. A tradição da retórica, que — apesar de Herder — se rompeu radicalmente na Alemanha, sobretudo (…)
-
Gadamer (VM): perfeição
24 de janeiro de 2024, por Cardoso de CastroConseqüentemente, e por isso mesmo, é que a filosofia do Aufklärung alemão não contou o juízo como a mais elevada faculdade do espírito, mas, sim, a mais baixa faculdade do conhecimento. Com isso, ele tomou um rumo que se afasta bastante do sentido romano originário do sensus communis e que dá continuidade à tradição escolástica. Isso viria a dar à estética um significado especial. No caso de Baumgarten, p. ex., está fora de dúvida: O que o juízo reconhece é o sensorial-individual, a coisa (…)
-
Gadamer (VM): persuasão
24 de janeiro de 2024, por Cardoso de CastroHá algo de imediatamente elucidativo nesse alicerçamento dos estudos filológico-históricos e a forma de atuação das ciências do espírito sobre esse conceito do sensus communis. Porque seu objeto, que é a existência moral e histórica do homem, como toma configuração nos seus feitos e nas suas obras, é mesmo determinado decisivamente pelo sensus communis. Assim, a conclusão a partir do universal e a prova a partir de fundamentos não são suficientes, porque isso tem a ver, de modo decisivo, com (…)
-
Gadamer (VM): Phobos
24 de janeiro de 2024, por Cardoso de CastroAgora experimentamos, através de Aristóteles, que a representação da ação trágica causa um efeito específico no espectador. A representação atua através de eleos e phobos. A tradução tradicional dessas afecções por "compaixão" e "temor" deixa transparecer uma tonalidade demasiadamente subjetiva. Consoante Aristóteles, não se trata, de modo algum, de compaixão e nem mesmo de avaliação da compaixão, feita cada vez diferente durante esses séculos, e muito menos ainda se pode entender o temor (…)
-
Gadamer (VM): phronesis
24 de janeiro de 2024, por Cardoso de CastroAssim, como se sabe, esse ideal foi proclamado na antigüidade tanto pelos professores de filosofia como pelos de retórica. A retórica encontrava-se há muito tempo em luta com a filosofia e era sua a reivindicação de transmitir, ao contrário das ociosas especulações dos "sofistas", a verdadeira sabedoria de vida. Vico, que era ele mesmo professor de retórica, encontra-se, aqui, portanto, em meio a uma tradição humanística procedente da antigüidade. Certamente essa tradição também é de (…)
-
Gadamer (VM): physis
24 de janeiro de 2024, por Cardoso de CastroCorresponde, no entanto, a uma freqüente transferência do devir para o ser, o fato de que a formação (Bildung) (assim também a palavra "Formation" dos nossos dias) designa mais o resultado desse processo de devir do que o próprio processo. A transferência, aqui, é bastante compreensível, porque o resultado da formação não se produz na forma de uma finalidade técnica, mas nasce do processo interno de constituição e de formação e, por isso, permanece em constante evolução e aperfeiçoamento. (…)