No entanto, há uma marcante exceção: o pietismo. Em face da "escolástica, não somente um cidadão do mundo como Shaftesbury deveria incumbir-se de limitar as exigências da ciência, ou seja, da demonstratio, e reportar-se ao sensus communis, mas também o pregador que quisesse alcançar o coração de sua comunidade. Por essa razão, Oetinger, o pietista suábio, apoiou-se expressamente na defesa do sensus comunis de Shaftesbury. Para sensus communis nós encontramos a tradução "coração" e a seguinte (…)
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Gadamer, Hans-Georg (1900-2002)
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Gadamer (VM): pietismo
24 de janeiro de 2024, por Cardoso de Castro -
Gadamer (VM): pintura
24 de janeiro de 2024, por Cardoso de CastroEssa crítica à doutrina da percepção pura, que se fez a partir da experiência pragmática, foi tornada, por Heidegger, em algo fundamental. Com isso, ela passa a ter validade também para a consciência estética, embora aqui o ver simplesmente não "faça vista grossa" sobre o que é visto, p. ex., com relação à sua utilidade geral para algo, mas demorar-se no aspecto. O olhar (Schauen) demorado e o perceber não são simplesmente um ver o puro aspecto, mas continuam sendo, eles próprios, um (…)
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Gadamer (VM): horizonte
24 de janeiro de 2024, por Cardoso de CastroTodo presente finito tem seus limites. Nós determinamos o conceito da situação justamente pelo fato de que representa uma posição que limita as possibilidades de ver. Ao conceito da situação pertence essencialmente, então, o conceito do horizonte. Horizonte é o âmbito de visão que abarca e encerra tudo o que é visível a partir de um determinado ponto. Aplicando-se à consciência pensante falamos então da estreitez do horizonte, da possibilidade de ampliar o horizonte, da abertura de novos (…)
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Gadamer (VM): verstehen
24 de janeiro de 2024, por Cardoso de Castroentender compreender
O entender, em primeiro lugar, não pode ser uma estrutura de ser do ser humano. Quando Aristóteles diz que o homem é o ser que fala, ele está descrevendo uma qualidade do ser humano, mas não está descrevendo uma estrutura. Por isso, querer fazer do entender o fundamento de uma antropologia filosófica é suspeito, uma vez que ele só é possível porque nos compreendemos enquanto somos e nesta compreensão compreendemos o ser enquanto ser. Compreendemos, portanto, em uma (…) -
Gadamer (VM): Heidegger
24 de janeiro de 2024, por Cardoso de CastroAs pesquisas que se seguem tentam cumprir essa exigência, entrelaçando o mais estreitamente possível, o questionamento histórico-conceitual com a exposição objetiva de seu tema. A conscienciosidade da descrição fenomenológica, que Husserl nos tornou um dever, a abrangência do horizonte histórico, onde Dilthey situou todo o filosofar, e, não por último, a compenetração de ambos os impulsos, cuja iniciativa recebemos de Heidegger há décadas, assinalam o paradigma sob o qual se colocou o autor, (…)
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Gadamer (VM): questão hermenêutica
24 de janeiro de 2024, por Cardoso de CastroNo entanto, também existem escritos que, por assim dizer, se lêem por si mesmos. Existe um sugestivo debate sobre o espírito e a letra na filosofia, realizado por dois grandes escritores filosóficos alemães, Schiller e Fichte, que parte deste fato. Parece-me significativo o fato de que com os critérios estéticos empregados por um ou outro não se consegue vislumbrar uma conciliação para a disputa em questão. É que, no fundo, o problema não é o da estética do bom estilo, mas o da questão (…)
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Gadamer (VM): Schleiermacher
24 de janeiro de 2024, por Cardoso de CastroNo entanto, mesmo nos primeiros trabalhos de Dilthey nota-se uma certa insegurança no significado da palavra vivência. Verifica-se isso bastante bem, principalmente num trecho em que Dilthey, nas edições posteriores, faz desaparecer a palavra vivência: "Em correspondência ao que ele vivenciou e, de acordo com a sua ignorância do mundo, ele co-fantasiou como vivência". De novo volta-se a falar de Rousseau. Mas uma vivência co-fantasiada já não quer se adequar corretamente ao sentido (…)
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Gadamer (VM): Ricoeur
24 de janeiro de 2024, por Cardoso de CastroO problema hermenêutico adquiriu uma nova ênfase na esfera da lógica das ciências sociais. Certamente, dever-se-á reconhecer que a dimensão hermenêutica encontra-se à base de toda experiência de mundo, desempenhando por isso uma função também no trabalho das ciências naturais, como ficou demonstrado sobretudo por Thomas Kuhn. E isso vale ainda com mais decisão para as ciências sociais, pois, à medida que a sociedade possui sempre uma existência compreendida no âmbito da linguagem, o próprio (…)
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Gadamer (VM): estar-lançado
24 de janeiro de 2024, por Cardoso de CastroMas o que importa agora, naturalmente, é compreender corretamente essa reiterada constatação. Essa constatação não significa uma mera "homogeneidade" do conhecedor e do conhecido, sobre o que se poderia alicerçar a especificidade da transposição psíquica, como "método" das ciências do espírito. Nesse caso a hermenêutica histórica tornar-se-ia uma parte da psicologia (no que, de fato, Dilthey pensava). Na verdade, a adequação de todo conhecedor ao conhecido não se baseia no fato de que ambos (…)
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Gadamer (VM): Agostinho
24 de janeiro de 2024, por Cardoso de CastroMas tampouco o lado objetivo desse círculo, tal como o descreve Schleiermacher, atinge o cerne da questão. Já vimos que o objetivo de todo acordo e de toda compreensão é o entendimento sobre a própria coisa. A hermenêutica sempre se propôs como tarefa restabelecer o entendimento alterado ou inexistente. A história da hermenêutica é um bom testemunho disso; por exemplo, se se pensa em Santo AGOSTINHO, onde o Antigo Testamento deve ser mediado através da mensagem cristã222, ou no (…)