A íntima unidade de palavra e coisa era, nos tempos primitivos, algo tão natural que o nome verdadeiro era experimentado como parte de seu portador e, quando não, ao representar o outro como substituto, era experimentado como ele mesmo. É significativo que, em grego, a expressão que significa "palavra", onoma, signifique ao mesmo tempo nome, e em particular nome próprio, isto é, apelativo. A palavra é entendida imediatamente a partir do nome. O nome é o que é em virtude de que alguém se (…)
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Gadamer, Hans-Georg (1900-2002)
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Gadamer (VM): onoma
24 de janeiro de 2024, por Cardoso de Castro -
Gadamer (VM): ontologia
24 de janeiro de 2024, por Cardoso de Castro[107] A ontologia da obra de arte e seu significado hermenêutico VERDADE E MÉTODO PRIMEIRA PARTE 2.
O fato de que o encanto mágico do quadro se encontra somente nos primórdios da história da imagem, por assim dizer no que faz parte de sua pré-história, encanto que repousa na identidade e na não-diferenciação entre o quadro e o copiado, não significa que uma consciência do quadro que se torna cada vez mais diferenciada, que se afasta cada vez mais da identidade mágica, possa se liberar (…) -
Gadamer (VM): ontológica
24 de janeiro de 2024, por Cardoso de CastroOnde a arte domina, aí passam a valer as leis da beleza e são ultrapassadas as fronteiras da realidade. É o "reino ideal", a ser defendido contra todas as limitações, até mesmo contra a tutela moral do estado e da sociedade. Vincula-se certamente com o deslocamento interno na base ontológica da estética de Schiller, o fato de que também seu extraordinário princípio, nas Cartas sobre a educação estética, se modifique na execução. Torna-se conhecido que uma educação pela arte torna-se uma (…)
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Gadamer (VM): ontológicas
24 de janeiro de 2024, por Cardoso de CastroQue conseqüências ontológicas isso tem? O que é que resulta, quando partimos dessa maneira do caráter lúdico do jogo, a fim de determinar mais acuradamente o modo de ser do ser estético? Uma coisa é clara: o espetáculo teatral e a obra de arte, entendida a partir dele, não são um mero sistema de regras e de prescrições comportamentais, no âmbito das quais o jogo (espetáculo) pode se realizar. O representar de um espetáculo não quer ser entendido como uma satisfação de uma necessidade lúdica, (…)
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Gadamer (VM): ontológico
24 de janeiro de 2024, por Cardoso de CastroO conceito da realidade, ao qual Schiller opõe a poesia, já não é mais, certamente, kantiano. Porque Kant parte sempre, como vimos, do belo natural. Mas na medida em que Kant, devido à sua crítica da metafísica dogmática, restringe o conceito do conhecimento inteiramente à possibilidade da "pura ciência da natureza", tornando assim indiscutivelmente válido o conceito da realidade nominalística, no final das contas o constrangimento ontológico em que veio a se encontrar a estética do século (…)
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Gadamer (VM): ontoteologia
24 de janeiro de 2024, por Cardoso de CastroEu mesmo preciso afirmar, contra Heidegger, que não há uma linguagem da metafísica. Já expus esse ponto de vista na publicação em homenagem a Löwith. Existem apenas conceitos da metafísica, cujo conteúdo ganha determinação no emprego das palavras, como ocorre com todas as palavras. Tanto os conceitos, onde se movimenta o pensamento, quanto as palavras do uso cotidiano de nossa linguagem não estão dominados por uma regra rígida, com uma posição prefixada. A linguagem da filosofia, mesmo [12] (…)
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Gadamer (VM): opinião prévia
24 de janeiro de 2024, por Cardoso de CastroSe pensarmos a realidade da história como jogo de forças, essa idéia evidentemente não basta para urgir sua unidade. Também o que servia de guia para Herder e Humboldt, o ideal da riqueza de manifestações do humano, não alicerça como tal uma verdadeira unidade. Tem de haver algo que se mostre como meta orientadora na continuidade do acontecer. E, de fato, o lugar, que nas escatologias histórico-filosóficas de origem religiosa, e em suas versões secularizadas, estava ocupado, agora se (…)
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Gadamer (VM): opinião do outro
24 de janeiro de 2024, por Cardoso de CastroPara poder situar em seu pano de fundo correto a verdadeira virada que Schleiermacher dá à história da hermenêutica, começaremos com uma reflexão que nele não desempenha o menor papel, e que desde ele desapareceu por completo dos questionamentos da hermenêutica (coisa que também restringe de uma maneira muito peculiar o interesse histórico de Dilthey pela história da hermenêutica), que na verdade domina o problema da hermenêutica e só através da qual torna-se compreensível a posição que (…)
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Gadamer (VM): opinião pública
24 de janeiro de 2024, por Cardoso de CastroPara as ciências do espírito não é nada fácil encontrar junto à opinião pública a reta compreensão de seu modo de trabalho. E difícil de tornar visível o que nelas é verdade, o que nelas vem à tona. É sempre mais fácil compreender aqueles âmbitos das ciências do espírito, cujos objetos têm o modo de ser do sensível. Se um administrador público tivesse que falar hoje do significado de seu trabalho para o bem-estar público, seria certamente compreendido por todos. O mesmo aconteceria se um (…)
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Gadamer (VM): opinião comum
24 de janeiro de 2024, por Cardoso de CastroEm suas inolvidáveis exposições, Platão mostra-nos em que consiste a dificuldade de sabermos o que não sabemos. É o poder da opinião, contra o qual é tão difícil chegar ao reconhecimento de que não se sabe. Opinião é o que reprime o perguntar. É-lhe inerente uma particular tendência expansionista. Ela gostaria de ser sempre opinião comum, e a palavra que entre os gregos designava a opinião, doxa, significa ao mesmo tempo a decisão alcançada pela maioria na reunião do conselho. Como é (…)