Essa subordinação, que é logos, é pois, muito mais que a mera correspondência de palavras e coisas, tal como, em última análise, estaria correspondendo à teoria eleática do ser e como se pressupõe na teoria da cópia. Precisamente porque a verdade que o logos contém não é a da mera recepção (noein), não é um mero deixar aparecer o ser, mas coloca o ser sempre numa determinada perspectiva, reconhecendo e atribuindo-lhe algo, o portador da verdade, e, consequentemente também de seu contrário, (…)
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Gadamer, Hans-Georg (1900-2002)
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Gadamer (VM): número
24 de janeiro de 2024, por Cardoso de Castro -
Gadamer (VM): números
24 de janeiro de 2024, por Cardoso de CastroSe a partir desse pano de fundo nos aproximamos agora da disputa "sobre a correctura dos nomes", tal como se desenvolve no Crátilo, as teorias que entram em debate nele geram, de imediato, um interesse que vai muito mais além de Platão ou de sua própria intenção. Pois as duas teorias que o Sócrates platônico reduz ao fracasso não aparecem sopesadas com todo o peso de sua verdade. A teoria convencionalista reconduz a "correctura" das palavras a um dar nome, que é como batizar as coisas com um (…)
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Gadamer (VM): objetividade
24 de janeiro de 2024, por Cardoso de CastroA formação como elevação à universalidade é pois uma tarefa humana. Exige um sacrifício do que é particular em favor do universal. O sacrifício do particular, porém, significa negativamente: inibição da cobiça e, com isso, liberdade de seu objeto (Gegenstand) e liberdade para sua objetividade. Aqui, as deduções da dialética fenomenológica complementam o que foi escrito na "Propedêutica". Na "Fenomenologia do Espírito" Hegel desenvolve a gênese da autoconsciência livre "em si e para si" e (…)
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Gadamer (VM): objetividade da linguagem
24 de janeiro de 2024, por Cardoso de CastroDa relação mundana da linguagem, segue-se seu caráter peculiar de coisa. O que vem à fala são conjunturas. Uma coisa que se comporta desse modo ou de outro. Nisso estriba-se o reconhecimento da alteridade autônoma, que pressupõe por parte do falante uma distância própria com respeito à coisa. Sobre essa distância repousa o fato de que algo possa destacar-se como conjuntura própria e converter-se em conteúdo de uma proposição, suscetível de ser entendida pelos demais. Na estrutura da (…)
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Gadamer (VM): objetividade do conhecimento
24 de janeiro de 2024, por Cardoso de CastroSeja como for, parece claro que Dilthey não vê na vinculação do homem finito e histórico ao seu ponto de partida um prejuízo fundamental da possibilidade do conhecimento espiritual-científico. A consciência histórica teria de realizar em si mesma uma tal superação da própria relatividade, que, com isso, torne possível a objetividade do conhecimento espiritual-científico. E tem-se de indagar como se deve justificar essa pretensão, sem implicar um conceito do saber absoluto, filosófico, para (…)
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Gadamer (VM): subjetividade e objetividade
24 de janeiro de 2024, por Cardoso de CastroEntretanto, já em Husserl se verifica um momento que de [253] fato ameaça despedaçar essa moldura. Sua posição é, na verdade, bem mais do que uma radicalização do idealismo transcendental, e para esse "mais" é característica a função que nele alcança o conceito "vida". "Vida" não é meramente o "ir vivendo" da atitude natural. "Vida" é também e não menos a subjetividade transcendentalmente reduzida, que é a fonte de todas as objetivações. Assim, sob o título "vida" encontra-se o que Husserl (…)
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Gadamer (VM): objetividade da ciência
24 de janeiro de 2024, por Cardoso de CastroCom isso, o conde Yorck eleva à categoria de um princípio metódico o que Husserl, mais tarde, irá desenvolver amplamente na sua fenomenologia. Compreende-se, dessa maneira, como foi possível que se encontrassem, no geral, dois pensadores tão diversos como Husserl e Dilthey. O retorno a posições anteriores à abstração do neokantismo torna-se comum a ambos. Yorck concorda com ambos, e no entanto, ele oferece ainda mais que isso. Pois não retrocede até a vida apenas com intenção epistemológica, (…)
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Gadamer (VM): ideal de objetividade
24 de janeiro de 2024, por Cardoso de CastroQuando Schleiermacher e, seguindo seus passos, a ciência do século XIX vão mais além da "particularidade" dessa reconciliação da antigüidade clássica e cristianismo e concebem a tarefa da hermenêutica a partir de uma generalidade formal, conseguem estabelecer a concordância com o ideal de objetividade próprio das ciências da natureza, mas somente ao preço de renunciar a fazer valer a concreção da consciência histórica dentro da teoria hermenêutica. VERDADE E MÉTODO SEGUNDA PARTE 2.
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Gadamer (VM): objetividade histórica
24 de janeiro de 2024, por Cardoso de CastroO tempo já não é mais, primariamente, um abismo a ser transposto porque divide e distancia, mas é, na verdade, o fundamento que sustenta o acontecer, onde a atualidade finca suas raízes. A distância de tempo não é, por conseguinte, algo que tenha de ser superado. Esta era, antes, a pressuposição ingênua do historicismo, ou seja, que era preciso deslocar-se ao espírito da época, pensar segundo seus conceitos e representações em vez de pensar segundo os próprios, e somente assim se poderia (…)
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Gadamer (VM): objetividade científica
24 de janeiro de 2024, por Cardoso de CastroNa engenhosa interpretação agostiniana do "Gênesis" reconhecemos um prenúncio daquela interpretação especulativa da linguagem que desenvolvemos na análise estrutural da experiência hermenêutica do mundo, segundo a qual a multiplicidade do que é pensado surge somente a partir da unidade da palavra. Ao mesmo tempo podemos reconhecer que a [488] metafísica da luz faz valer um aspecto do conceito antigo do belo, que pode afirmar seu direito inclusive à margem de sua relação com a metafísica da (…)