O que está sendo representado diante de cada um é para eles tão destacado dos moldes usuais de mundo e tão concentrado num núcleo de sentido independente, que não motiva ninguém a sair daí para qualquer outro futuro ou realidade. O receptor é remetido a uma distância absoluta, que lhe veda qualquer participação que tenha uma finalidade de cunho prático. No seu verdadeiro sentido, essa distância para o olhar, que possibilita a participação genuína e sob todos os ângulos, daquilo que está (…)
Página inicial > Hermenêutica > Gadamer, Hans-Georg (1900-2002)
Gadamer, Hans-Georg (1900-2002)
-
Gadamer (VM): parusia
24 de janeiro de 2024, por Cardoso de Castro -
Gadamer (VM): pathos
24 de janeiro de 2024, por Cardoso de CastroÉ ainda da mesma maneira que a metafísica grega compreende a natureza da theoria e do nous como sendo o puro tomar-parte no ser verdadeiro, e mesmo aos nossos olhos a capacidade de poder se comportar teoricamente, é definida pelo fato de que, ante uma questão, podemos nos esquecer de seus próprios fins. Primariamente, porém, a theoria não deve ser pensada como um comportamento da subjetividade como uma autodeterminação do sujeito, mas a partir daquilo que o sujeito está olhando. A theoria é (…)
-
Gadamer (VM): percepção
24 de janeiro de 2024, por Cardoso de CastroÉ esse motivo que Aristóteles desenvolveu contra a "idéia do bem" de Platão, à qual alude, nessa questão, o apelo de Vico ao sensus communis. Na escolástica, p. ex., para St. Tomás — em desenvolvendo o De anima — o sensus communis é a raiz comum do sentido exterior, ou ainda, a faculdade que combina, a qual julga o dado, uma capacidade que foi concedida a todos os homens. Para Vico, não obstante, o sensus communis é um sentido para a justiça e o bem comum, que vive. em todos os homens, e (…)
-
Gadamer (VM): pensamento filosófico
24 de janeiro de 2024, por Cardoso de CastroDaí procede a muito marcante consciência que possui a filosofia dos nossos dias. Mas há uma outra pergunta, bem diferente: até que ponto a reivindicação da verdade de tais formas de conhecimento, situadas fora do âmbito da ciência, podem ser filosoficamente legitimadas? A atualidade do fenômeno hermenêutico repousa, ao meu ver, no fato de que apenas um aprofundamento no fenômeno da compreensão pode trazer uma tal legitimação. Não foi apenas em última instância que essa convicção veio a se (…)
-
Gadamer (VM): pensamento kantiano
24 de janeiro de 2024, por Cardoso de CastroPara o conteúdo da palavra "formação", que nos é familiar, a primeira importante constatação é a de que o antigo conceito de uma "formação natural", que se refere à aparência externa (a formação dos membros, uma figura bem formada), e sobretudo à configuração produzida pela natureza (p. ex., "formação de montanha"), foi naquela época quase inteiramente desvinculado do novo conceito. Formação integra agora, estreitamente, o conceito de cultura, e designa, antes de tudo, especificamente, a (…)
-
Gadamer (VM): perfeição
24 de janeiro de 2024, por Cardoso de CastroConseqüentemente, e por isso mesmo, é que a filosofia do Aufklärung alemão não contou o juízo como a mais elevada faculdade do espírito, mas, sim, a mais baixa faculdade do conhecimento. Com isso, ele tomou um rumo que se afasta bastante do sentido romano originário do sensus communis e que dá continuidade à tradição escolástica. Isso viria a dar à estética um significado especial. No caso de Baumgarten, p. ex., está fora de dúvida: O que o juízo reconhece é o sensorial-individual, a coisa (…)
-
Gadamer (VM): Phobos
24 de janeiro de 2024, por Cardoso de CastroAgora experimentamos, através de Aristóteles, que a representação da ação trágica causa um efeito específico no espectador. A representação atua através de eleos e phobos. A tradução tradicional dessas afecções por "compaixão" e "temor" deixa transparecer uma tonalidade demasiadamente subjetiva. Consoante Aristóteles, não se trata, de modo algum, de compaixão e nem mesmo de avaliação da compaixão, feita cada vez diferente durante esses séculos, e muito menos ainda se pode entender o temor (…)
-
Gadamer (VM): persuasão
24 de janeiro de 2024, por Cardoso de CastroHá algo de imediatamente elucidativo nesse alicerçamento dos estudos filológico-históricos e a forma de atuação das ciências do espírito sobre esse conceito do sensus communis. Porque seu objeto, que é a existência moral e histórica do homem, como toma configuração nos seus feitos e nas suas obras, é mesmo determinado decisivamente pelo sensus communis. Assim, a conclusão a partir do universal e a prova a partir de fundamentos não são suficientes, porque isso tem a ver, de modo decisivo, com (…)
-
Gadamer (VM): phronesis
24 de janeiro de 2024, por Cardoso de CastroAssim, como se sabe, esse ideal foi proclamado na antigüidade tanto pelos professores de filosofia como pelos de retórica. A retórica encontrava-se há muito tempo em luta com a filosofia e era sua a reivindicação de transmitir, ao contrário das ociosas especulações dos "sofistas", a verdadeira sabedoria de vida. Vico, que era ele mesmo professor de retórica, encontra-se, aqui, portanto, em meio a uma tradição humanística procedente da antigüidade. Certamente essa tradição também é de (…)
-
Gadamer (VM): Perelman
24 de janeiro de 2024, por Cardoso de CastroComo professor de retórica em Nápoles, foi sobretudo G.B. Vico quem defendeu a antiga tradição retórica contra a pretensão monopolizante da ciência "moderna", chamada por ele de critica. Ele destacou, de modo especial, o significado da retórica para a educação e a formação do sensus communis, e, de fato, a hermenêutica compartilha com a retórica a função que exerce o eikos, o argumento persuasive. A tradição da retórica, que — apesar de Herder — se rompeu radicalmente na Alemanha, sobretudo (…)