Quando Kant indaga pelo interesse que se dispensa ao belo, não empiricamente, mas a priori, essa indagação de interesse pelo belo, em face da determinação fundamental da falta de interesse do prazer estético, acaba apresentando uma nova indagação e completa a transição do ponto de vista do gosto para o ponto de vista do gênio. É a mesma doutrina que se desdobra com relação a ambos os fenômenos. Ao assegurar os fundamentos, acaba-se liberando a "crítica do gosto" de todo preconceito, tanto (…)
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Gadamer, Hans-Georg (1900-2002)
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Gadamer (VM): belo natural
24 de janeiro de 2024, por Cardoso de Castro -
Gadamer (VM): Natorp
24 de janeiro de 2024, por Cardoso de CastroForam sobretudo dois princípios a partir dos quais se apresentou esse tema abrangente, que diz respeito à correlação entre a vida e a vivência; e veremos mais tarde como Dilthey, e especialmente Husserl, se enredaram na presente problemática. De um lado, trata-se do significado fundamental que possui a crítica de Kant sobre toda a doutrina substancial da alma e sobre a unidade transcendental da autoconsciência, que é diferente daquela, e que é a unidade sintética da aperception. Nessa (…)
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Gadamer (VM): nadidade
24 de janeiro de 2024, por Cardoso de CastroNo conceito do símbolo ressoa, porém, um pano de fundo metafísico, que se afasta totalmente do uso retórico da alegoria. É possível ser conduzido, a partir do sensorial, ao divino. Pois o sensorial não é mera nadidade e treva, mas emanação e reflexo do verdadeiro. O conceito moderno de símbolo é desprovido dessa sua função gnóstica, e não é o seu bastidor metafísico compreensível. A palavra "símbolo" só pode ser elevada da sua aplicação originária, enquanto documento, sinal de (…)
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Gadamer (VM): conhecimento
24 de janeiro de 2024, por Cardoso de CastroEssa visão negativa significa positivamente: a arte é conhecimento e a experiência da obra de arte torna esse conhecimento partilhável. Com isso se coloca a pergunta de como se poderá fazer jus à verdade da experiência estética e de como suplantar a radical subjetivação do estético, que teve início com a "Crítica do juízo estético" de Kant. Já mostramos que foi uma abstração metódica, tendo por finalidade um trabalho de fundamentação bem determinado e transcendental, que levou Kant a (…)
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Gadamer (VM): nada nadificante
24 de janeiro de 2024, por Cardoso de CastroVamos explicitar concretamente esse pensamento. A reflexão efetuada pela hermenêutica filosófica seria crítica no sentido de que descobriria o objetivismo ingênuo onde se encontra enredada a autocompreensão das ciências históricas, orientada nas ciências da natureza. Aqui a crítica da ideologia lança mão da reflexão hermenêutica interpretando o caráter de preconceito de toda compreensão como uma crítica da sociedade. Ou a reflexão hermenêutica descobre falsos embasamentos (Hypostasierungeri) (…)
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Gadamer (VM): narrativa
24 de janeiro de 2024, por Cardoso de CastroUm outro exemplo dessa interpretação como descortinamento dos pré-textos é o papel que exercem os sonhos na psicologia profunda. As experiências da vida onírica são na realidade inconsistentes. A lógica da vida empírica fica abolida em boa parte. Isso não impede que a surpreendente lógica da vida onírica possa produzir imediatamente um estímulo de sentido muito parecido com o caráter ilógico do conto. Na realidade a literatura narrativa se apoderou do gênero dos sonhos e do conto, por (…)
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Gadamer (VM): ciências naturais
24 de janeiro de 2024, por Cardoso de CastroSe retivermos isso, já não poderemos continuar confundindo a objetividade (Sachlichkeit) da linguagem com a objetividade (Objektivität) da ciência. A distância inerente à relação linguística para com o mundo não proporciona, por si mesma, e enquanto tal, esse outro gênero de objetividade que produzem as ciências naturais, eliminando os elementos subjetivos do conhecer. A distância e a objetividade da linguagem é também, evidentemente, um verdadeiro produto que não se faz por si. Já sabemos (…)
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Gadamer (VM): linguagem natural
24 de janeiro de 2024, por Cardoso de CastroA resposta a essa pergunta não é, de modo algum, evidente. Existe um grande movimento na filosofia atual, que não deve ser menosprezado em seu significado, para o qual há uma resposta segura a esta questão. Ele crê que todo o segredo e tarefa da filosofia consiste em formular o enunciado tão exato ao ponto de ele expressar inequivocamente o que se tem em mente. A filosofia deveria formular um sistema de signos que não dependesse da polissemia metafórica da linguagem natural, nem das diversas (…)
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Gadamer (VM): ciências da natureza
24 de janeiro de 2024, por Cardoso de CastroA auto-reflexão lógica das ciências do espírito, que acompanha o seu efetivo desenvolvimento no século XIX, é inteiramente dominada pelo modelo das ciências da natureza. Mostra-o um simples olhar lançado à expressão "ciências do espírito", desde que essa expressão receba o significado que nos é familiar, unicamente através de sua forma plural. As ciências do espírito se entendem tão clarividentes, graças à sua analogia com as ciência da natureza, tanto que o eco idealístico, que se situa no (…)
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Gadamer (VM): interpretatio naturae
24 de janeiro de 2024, por Cardoso de CastroE, de fato, se retrocedermos até os começos da moderna teoria da ciência e da lógica, o problema é justamente saber até que ponto é possível um emprego puro da nossa razão, procedendo segundo princípios metodológicos e acima de qualquer [354] preconceito ou atitude preconcebida sobretudo da "verbalística". A contribuição especial de Bacon nesse terreno é que ele não se contentou com a tarefa lógica imanente de desenvolver a teoria da experiência como teoria de uma indução verdadeira, mas que (…)