Agora experimentamos, através de Aristóteles, que a representação da ação trágica causa um efeito específico no espectador. A representação atua através de eleos e phobos. A tradução tradicional dessas afecções por "compaixão" e "temor" deixa transparecer uma tonalidade demasiadamente subjetiva. Consoante Aristóteles, não se trata, de modo algum, de compaixão e nem mesmo de avaliação da compaixão, feita cada vez diferente durante esses séculos, e muito menos ainda se pode entender o temor (…)
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Gadamer, Hans-Georg (1900-2002)
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Gadamer (VM): Phobos
24 de janeiro de 2024, por Cardoso de Castro -
Gadamer (VM): persuasão
24 de janeiro de 2024, por Cardoso de CastroHá algo de imediatamente elucidativo nesse alicerçamento dos estudos filológico-históricos e a forma de atuação das ciências do espírito sobre esse conceito do sensus communis. Porque seu objeto, que é a existência moral e histórica do homem, como toma configuração nos seus feitos e nas suas obras, é mesmo determinado decisivamente pelo sensus communis. Assim, a conclusão a partir do universal e a prova a partir de fundamentos não são suficientes, porque isso tem a ver, de modo decisivo, com (…)
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Gadamer (VM): perfeição
24 de janeiro de 2024, por Cardoso de CastroConseqüentemente, e por isso mesmo, é que a filosofia do Aufklärung alemão não contou o juízo como a mais elevada faculdade do espírito, mas, sim, a mais baixa faculdade do conhecimento. Com isso, ele tomou um rumo que se afasta bastante do sentido romano originário do sensus communis e que dá continuidade à tradição escolástica. Isso viria a dar à estética um significado especial. No caso de Baumgarten, p. ex., está fora de dúvida: O que o juízo reconhece é o sensorial-individual, a coisa (…)
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Gadamer (VM): Perelman
24 de janeiro de 2024, por Cardoso de CastroComo professor de retórica em Nápoles, foi sobretudo G.B. Vico quem defendeu a antiga tradição retórica contra a pretensão monopolizante da ciência "moderna", chamada por ele de critica. Ele destacou, de modo especial, o significado da retórica para a educação e a formação do sensus communis, e, de fato, a hermenêutica compartilha com a retórica a função que exerce o eikos, o argumento persuasive. A tradição da retórica, que — apesar de Herder — se rompeu radicalmente na Alemanha, sobretudo (…)
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Gadamer (VM): pensamento ocidental
24 de janeiro de 2024, por Cardoso de CastroEra claro, portanto, que o projeto heideggeriano de uma ontologia fundamental tinha como pano de fundo o problema da história. Todavia, em breve se perceberia que, nem a solução do problema do historicismo, nem uma fundamentação originária das ciências, e até nem mesmo uma autofundamentação ultra-radical da filosofia de Husserl corresponderiam ao sentido dessa ontologia fundamental; é a própria idéia da fundamentação que experimenta agora uma inversão total. O questionamento já não é mais (…)
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Gadamer (VM): pensamento histórico
24 de janeiro de 2024, por Cardoso de CastroA crítica da Bíblia, que conseguiu se impor amplamente no século XVIII, como mostra essa indicação a Spinoza, possui, em caráter absoluto, um fundamento dogmático na fé na razão do Aufklärung, e, de um modo semelhante, existe toda uma outra série de precursores que preparam o pensamento histórico, entre os quais há, no século XVIII, nomes esquecidos há muito tempo, que procuram oferecer diretivas para a compreensão e interpretação de livros históricos. Entre eles se encontra particularmente (…)
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Gadamer (VM): pensamento metafísico
24 de janeiro de 2024, por Cardoso de CastroNa realidade, o conteúdo especulativo do conceito de vida, em ambos os autores, fica sem ser desenvolvido. Dilthey objetiva somente opor polemicamente o ponto de vista ao pensamento metafísico, e Husserl não possui a mínima noção da conexão desse conceito com a tradição metafísica, em particular com o idealismo especulativo. VERDADE E MÉTODO SEGUNDA PARTE 1.
Dessa forma, também a herança cristã da metafísica grega, a escolástica medieval, concebe a palavra a partir da species, como sua (…) -
Gadamer (VM): pensamento grego
24 de janeiro de 2024, por Cardoso de CastroPois bem, a filosofia grega se inicia precisamente com o conhecimento de que a palavra é somente nome, isto é, que não representa (vertreten) o verdadeiro ser. Esta é a erupção do perguntar filosófico dentro da pressuposição imediatamente indiscutida do nome. Fé na palavra e dúvidas a respeito da palavra são o que caracteriza a situação do problema sob o qual o pensamento da ilustração grega considerava a relação entre palavra e coisa. Através dela o modelo do nome se converte em antimodelo. (…)
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Gadamer (VM): pensamento oriental
24 de janeiro de 2024, por Cardoso de CastroLogo que Heidegger se deu conta disso, assumiu os riscos do pensamento radical de Nietzsche. Não encontrou outros caminhos a não ser os Holzwege (Sendas perdidas), que depois da curva do caminho esbarravam no intransitável. Mas terá só a linguagem da metafísica o que sustentou esse feitiço paralisante do idealismo transcendental? Heidegger extraiu as últimas conseqüências de sua crítica ao vazio ontológico da consciência e à autoconsciência abandonando a idéia da fundamentação metafísica. (…)
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Gadamer (VM): pensamento
24 de janeiro de 2024, por Cardoso de CastroQuem suporta realmente esse "pensamento"? O que são os suportes da história, em cujo pensamento devemos penetrar? O que um homem persegue com sua ação será a intenção determinada? Collingwood parece pensar assim: "Sem esse pressuposto, a história de seus atos não é possível" (324). Mas será que reconstruir as intenções significa realmente compreender a história? Vemos [397] assim como Collingwood se enreda, contra sua vontade, na particularidade psicológica. Sem uma teoria dos "que sustentam (…)