O reinado do absolutismo do conceito unilateral da ciência está no fim. É o que nos vem demonstrando o avanço das ciências, que progridem não tanto pelo alargamento e quantificação de novos dados e novas descobertas, dentro de um determinado horizonte de pesquisa, mas pela destruição de suas pressuposições e seus conceitos fundamentais, através das crises de seus fundamentos, para abrir-se a um horizonte novo, mais profundo, mais vasto e mais originário. Assim, viemos assistindo a sucessivas (…)
João Cardoso de Castro (doutor Bioética - UFRJ) e Murilo Cardoso de Castro (doutor Filosofia - UFRJ)
Matérias mais recentes
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Harada (2021) – Nova Teoria das Ciências
19 de novembro de 2024, por Cardoso de Castro -
Harada (2021) – Não há uma forma fundamental de “cientificidade como tal”
19 de novembro de 2024, por Cardoso de CastroEssa nova atitude científica da nova consciência, que começa a despertar por toda parte nas ciências, pode ser caracterizada mais ou menos da seguinte forma:
a) Não há um conceito de ciência fixo, parado; não há portanto uma forma fundamental de “cientificidade como tal”. A ciência vive em transformações, tanto no todo da sua forma como nas formas das suas particularidades. Entre aquele e estas se dá interação de influência mútua.
b) No progresso científico não há um crescimento unívoco (…) -
Harada (2021) – Teoria ingênua das ciências
19 de novembro de 2024, por Cardoso de CastroHoje, se quisermos saber o que é ciência, devemos recorrer à assim chamada teoria das ciências. Parece que um outro termo para indicar essa disciplina é meta-ciência.
Mas o problema, aqui, aliás como em toda parte hoje, é que existem várias teorias das ciências, de diferentes níveis e procedências. No entanto, aos poucos, a consciência crítica acerca da própria ciência, surgida dentro das próprias ciências, começa a nos dizer o que é obsoleto dentro da teoria das ciências. Vamos enumerar (…) -
Harada (2009) – Objetivação - Objetivar
19 de novembro de 2024, por Cardoso de CastroO que é objetivação, objetivar? A esse respeito responde Heidegger numa carta de 11.03.1964 endereçada aos participantes de um diálogo teológico sobre O problema de um pensar e falar não objetivantes na teologia, hoje: Objetivar "é fazer algo objeto, pô-lo como objeto e somente assim o representar. E o que significa objeto? Na Idade Média obiectum significava o que é lançado e mantido de encontro em face do aperceber, da imaginação, do julgar, desejar e mirar. Em contraste com isso, (…)
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Harada (2021) – Lei (nomos)
19 de novembro de 2024, por Cardoso de CastroA palavra autonomia é grega e se compõe de auto e nomia. E significa independência, liberdade, o modo de ser dos que vivem segundo a sua própria lei. A palavra auto significa mesmo, em si, por e para si, pessoalmente, a partir de si. Mas propriamente auto indica um movimento, o movimento que podemos circunscrever como erguer-se a si mesmo, destacar-se, realçar-se, alçar-se, colocar-se a si mesmo a partir de si. Nomia vem de nomos, que usualmente traduzimos por lei, prescrição, ordem, mas (…)
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Harada (2021) – Ciências e filosofia
19 de novembro de 2024, por Cardoso de CastroCostumamos representar o relacionamento mútuo entre as próprias ciências, entre as ciências, a filosofia e a teologia, num esquema que representa diante de nós o objeto (realidade, a coisa, o campo, a região, a área etc.) sobre o qual as ciências, a filosofia, a teologia empostam a mirada do seu ponto de vista e cada qual, as ciências, a filosofia, a teologia capta um aspecto parcial desse objeto. E ajuntando-se os resultados dessas captações temos um conhecimento cada vez mais global. Por (…)
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Dreyfus (1975:21-23) – Do analógico ao digital, a máquina se torna universal
19 de novembro de 2024, por Cardoso de CastroDestarte, enquanto os computadores analógicos operam com quantidades contínuas, todos os computadores digitais são máquinas de função descontínua. Como estabelece A. M. Turing, famoso por suas definições a respeito da essência de um computador digital: (As máquinas de função descontínua) movem-se aos saltos ou a cliques, de um estado bem definido para outro. Esses estados são suficientemente diferentes para que se ignore a possibilidade de confusão entre si. Rigorosamente falando, não (…)
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Dreyfus (1991) – disposição de espírito, estado de ânimo (Befindlichkeit)
19 de novembro de 2024, por Cardoso de CastroO termo de Heidegger para o aspecto receptivo do modo de ser do Dasein, onde ele justamente descobre coisas e maneiras de agir importando a ele, é Befindlichkeit. Esta não é uma palavra em alemão comum, mas é construída de uma saudação diária, «Wie befinden Sie sich?», que literalmente pergunta «como te encontras?» — algo como nossa saudação «como vai?». Para traduzir este termo certamente não podemos certamente usar o termo dos tradutores em inglês, «state-of-mind», que sugere, pelo menos (…)
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Dreyfus (1991) – Neutralidade científica
19 de novembro de 2024, por Cardoso de CastroOriginal
4. Detachment and Objectivity. From the Greeks we inherit not only our assumption that we can obtain theoretical knowledge of every domain, even human activities, but also our assumption that the detached theoretical viewpoint is superior to the involved practical viewpoint. According to the philosophical tradition, whether rationalist or empiricist, it is only by means of detached contemplation that we discover reality. From Plato’s theoretical dialectic, which turns the mind (…) -
Dreyfus (1991) – A linguagem de Heidegger para descrever o "ser" humano
19 de novembro de 2024, por Cardoso de CastroOriginal
At this point someone is sure to object that in spite of his interest in our shared, everyday practices, Heidegger, unlike Wittgenstein, uses very unordinary language. Why does Heidegger need a special, technical language to talk about common sense? The answer is illuminating.
To begin with, Heidegger and Wittgenstein have a very different understanding of the background of everyday activity. Wittgenstein is convinced that the practices that make up the human form of life are a (…)