Geralmente se opõe pressentimento a saber, ora colocando-o abaixo ora acima, em todo caso fora do saber. No vigor de sua essencialização, porém, o pressentimento do Ser não é uma coisa abaixo, acima ou fora do saber originário da existência. É o espaço de articulação, a esteira de movimento, o campo de exercício do próprio saber. Ele apresenta, no sentido de tornar e fazer presente, o modo em que o Ser, apropriando-se da existência, a instaura originariamente. Nunca existimos sem ele como (…)
João Cardoso de Castro (doutor Bioética - UFRJ) e Murilo Cardoso de Castro (doutor Filosofia - UFRJ)
Matérias mais recentes
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Carneiro Leão – metafísica
18 de março, por Cardoso de Castro -
Carneiro Leão – Nietzsche
18 de março, por Cardoso de CastroExcertos de "Aprendendo a pensar", Tomo I.
"Na Froehliche Wissenschaft, gaia ciência, diz Nietzsche que a filosofia vive nas geleiras das altas montanhas, tendo por única companhia o monte vizinho, onde mora o poeta. No país da ciência, a filosofia aparece como uma montanha solitária, envolta numa luz marginal. Por isso toda vez que ela desce da montanha, tem que exibir o passaporte de suas credenciais. Tem que justificar o direito de sua aparência. E há mais de dois mil e seiscentos anos, (…) -
Carneiro Leão – Língua
18 de março, por Cardoso de CastroExcertos de "Aprendendo a pensar", Tomo I.
A pergunta decisiva agora é saber o que é ensinar e aprender. Ao ouvir a pergunta e sentir-lhe a necessidade, poderemos facilmente pensar que a resposta só pode ser dada pela ciência. Mas só poderemos pensar assim, se e enquanto em nosso empenho de perguntar e desempenho de responder, não nos colocarmos, nós mesmos, em questão. Pois, questionando a questão fundamental, de que a existência é o penhor de todo empenho e desempenho, a ciência não é (…) -
Carneiro Leão – Lógica
18 de março, por Cardoso de CastroExcertos de "Aprendendo a pensar", Tomo I.
A originalidade de nosso século está em haver deslocado o problema das relações entre história e verdade para o próprio diferir e referir da diferença e referência de temporal e intemporal, de relativo e necessário, de processo e validez, de ato e conteúdo. Assim a validez formal de uma verdade não somente não exclui mas até inclui necessariamente um horizonte histórico em que ela se possa verificar, isto é, em que se possa exercer e articular. (…) -
Carneiro Leão – Técnica
18 de março, por Cardoso de CastroExcertos de "Aprendendo a pensar", Tomo I.
Por muito repetir-se já se vulgarizou dizer que vivemos na era atômica. O que significa, porém, chamar uma época da história da humanidade de era atômica? À primeira vista exprime o domínio planetário da ciência. A energia do átomo, descoberta pela ciência e controlada pela técnica , constitui o sistema de forças, que doravante determinará a construção da existência e o curso da história. Numa progressão sempre crescente, o homem moderno se vê (…) -
Montavont (1999:9-10) – fenomenologia da passividade
18 de março, por Cardoso de Castro(Montavont1999)
Gostaríamos de mostrar que uma filosofia dos atos da consciência não é incompatível com uma fenomenologia da passividade , e [10] talvez ainda mais, que uma reflexão sobre a passividade só pode começar em uma filosofia que remete todo objeto constituído a uma consciência constituinte, ou seja, ao ato de uma instância subjetiva. A passividade não é nem uma qualidade do objeto nem uma propriedade do sujeito, mas uma relação de sentido entre o sujeito e o objeto (seja esse (…) -
Grandjean e Perreau (2012) – "puro eu e nada mais"
18 de março, por Cardoso de Castro(AGLP)
De acordo com as Ideen I, o fenomenólogo atento às estruturas gerais da consciência pura não pode deixar de reconhecer que, além de seus atos, há nela um Eu (Ich) sem o qual esses atos seriam impossíveis, ao mesmo tempo em que esse Eu não é nada fora deles : «Eu puro e nada mais» . É essa fórmula que nos propomos a elucidar aqui. De fato, ela não apenas tem o mérito de condensar ao extremo o que sua análise permite desdobrar — a tese husserliana sobre o caráter egológico da (…) -
Bornheim (1976) – Introdução ao filosofar (2)
18 de março, por Cardoso de Castro(Bornheim1976)
II Análise da Admiração Ingênua
Devemos analisar inicialmente o fenômeno da admiração tal como se verifica em sua manifestação primária, em seu primeiro desabrochar, ainda dentro de um horizonte de ingenuidade e espontaneidade, buscando-lhe as características mais fundamentais. Quais são estas características e como compreendê-las?
A primeira é o sentido de abertura que a acompanha. E a dimensão desta característica pode ser elucidada a partir de um comportamento (…) -
Bornheim (1976) – Introdução ao filosofar (1)
18 de março, por Cardoso de Castro(Bornheim1976)
I Posição do Problema
O comportamento originante do filosofar e a possibilidade de esclarecer a problemática que tal comportamento coloca, constituem o objeto do presente estudo. Baseado na convicção de que não se trata de um problema que possa ser descartado como simplesmente secundário ou de menor importância, o autor parte, assim, do pressuposto de que a coloração fundamental de uma filosofia já se determina, em certo sentido, a partir mesmo da atitude inicial assumida (…) -
Fragata (1962) – Fenomenologia e problema crítico
18 de março, por Cardoso de CastroJúlio Fragata S. I. Professor da Faculdade de Filosofia de Braga
Problemas da Fenomenologia de Husserl Edições Livraria Cruz Braga 1962
1.— Posição do problema crítico — O problema crítico, relativo à objetividade do conhecimento humano, foi posto, com nitidez, a partir de Kant, mas surgiu através de uma evolução histórica, em que podemos distinguir três momentos fundamentais.
O primeiro equivale á questão: Onde está a verdade? Foi de todos os tempos e é a primeira preocupação (…)