[…] espero elucidar os fenômenos da autoconsciência por meio de uma interpretação de Wittgenstein, Heidegger e Mead. Se os modelos ontológicos e epistemológicos empregados pela teoria tradicional da autoconsciência se mostrarem insustentáveis, obviamente devemos começar com os filósofos modernos que tentaram romper com esse aparato categorial tradicional, ou seja, o foco na representação de objetos e na relação correlativa sujeito-objeto, e o foco em ver e perceber. De maneiras diferentes, (…)
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Selbst / Selbständigkeit / Selbstheit / Selbstsein …
Selbst / soi-même / si mesmo / Self / si mismo / Selbst-sein-können / pouvoir-être-Soi-même / poder-ser-si-mesmo / potentiality for being itself / Selbst-ständigkeit / maintien du Soi-même / estabilidade-do-si-mesmo / constancy of the self / Selbständigkeit / autonomie / estar-em-si-mesmo / self-constancy / Selbstauslegung / auto-interprétation / auto-interpretação / interpretação de si / Self-interpretation / Selbstgebung / dar-se a si mesmo / self-giving / donation du Moi / Selbstheit / ipséité / ipseidade / ipseidad / selfhood / ser sí mismo / ser-do-si-mesmo / Selbstsein / être-Soi-même / ser-si-mesmo / ser-si mesmo / Being a Self / Selbstverlorenheit / perte de soi / perda-de-si-mesmo / perda de si mesmo / having lost itself / pierda de si mismo / Unselbst-ständigkeit / absence de maintien du Soi / não-estabilidade / unself-constancy / Unselbständigkeit / dépendance / não-ser-si-mesmo / não si-mesmo / dependency / Selben / le même / o mesmo / the same / Selbigkeit / mêmeté / ser-si-mesmo / mesmidade / sameness / ser sí mismo / Selbstwelt
Matérias
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Tugendhat (1986:26-28) – autoconsciência?
11 de outubro de 2024, por Cardoso de Castro -
Caron (2005:1725-1727) – si mesmo, Ereignis, Amor
1º de novembro de 2024, por Cardoso de CastroO si mesmo é, de fato, o local de uma luta, o distrito da manifestação de uma vacuidade; mas essa vacuidade, ele o é, e sua própria viabilidade nos descobre sua vocação. Para o pensamento, a luta se torna o próprio ser-aí da paz. Seu ser é guardar o mistério da dádiva. Por meio do surgimento dessa lacuna, o ser se manifesta como ser e se entrega ao pensamento. Dessa forma, o abismo é a manifestação do ser, e o si é um elemento necessário em qualquer aparição como tal. O que o si experimenta (…)
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Descombes (2014:II.III.2) – a dação do si mesmo
11 de outubro de 2024, por Cardoso de CastroComo vemos a nós mesmos? Toda uma tradição filosófica responde que precisamos questionar “nossa consciência”. Se fizermos isso, explica essa tradição, que pode ser descrita como egológica, descobriremos que essa consciência se torna “consciência de si” quando toma o próprio sujeito como seu objeto e o reconhece como tal. O sujeito da consciência é seu próprio objeto (ego). Por meio de sua consciência, concluímos, cada um é dado a si mesmo como um sujeito (ou, mais precisamente, como um (…)
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Descombes (2014:C3) – o intraduzível em Descartes
11 de outubro de 2024, por Cardoso de CastroHeidegger chamou a atenção para as duas maneiras de colocar a questão do “ser” de alguém em relação ao que é, uma reificando, a outra apropriada ao fato de que estamos lidando com alguém e não com algo. De acordo com ele, quando alguém pergunta sobre si mesmo, sobre seu próprio ser, ele deve perguntar quem sou eu e não o que sou eu.
Mas, como vimos, é exatamente isso que Descartes faz várias vezes nas Meditações. Ele não apenas pergunta o que ele é como ser pensante, mas às vezes faz a (…) -
Marion (1998:§2) – a não-evidência
16 de março de 2024, por Cardoso de CastroJeffrey L. Kosky
Admitting the phenomenality proper to the phenomenon—its right and its power to show itself on its own terms—thus implies understanding it in terms of givenness. Husserl, summing up at the end of his career what was gained in his first “breakthrough work,” the Logical Investigations, indicates exactly what change was demanded of philosophical thought: “It was there [in 1901] that evidence’ (that dead logical idol) was transformed into a problem for the first time, freed (…) -
Dastur (2015:110-115) – Boss e Binswanger
7 de fevereiro de 2024, por Cardoso de CastroA diferença entre Binswanger e Boss aparece com isso que se poderia chamar de querela dos existenciais, e que apresenta um duplo aspecto: a caracterização heideggeriana do Dasein como ser-no-mundo e a possibilidade ou impossibilidade de completar a analítica existencial. De fato, Boss condena Binswanger por definir o Dasein unicamente a partir de seu ser-no-mundo e, ao mesmo tempo, por não compreender o pensamento de Heidegger. Sem dúvida, a caracterização do Dasein como ser-no-mundo não é (…)
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Caron (2005:1668-1670) – Ereignis, advento de homem e ser
2 de novembro de 2024, por Cardoso de CastroO Ereignis é o advento do homem e do ser sob a iniciativa do ser; desdobra o jogo especular do ser e do si, de modo que cada um alcança o outro, e esse jogo, em última análise, aparece como o próprio jogo do ser que o governa. O ser compreendido como a Mesmidade desse jogo, como a Selbigkeit da qual o si é a presença superlativa, conforme indicado pela carne da palavra Selbst, é o Ereignis. O si pertence ao ser, e ainda assim o ser e o si pertencem um ao outro dentro do Mesmo. É assim que o (…)
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Lévinas (1991:24-26) – Mesmo - Outro - Eu
2 de dezembro de 2020, por Cardoso de CastroSer eu é, para além de toda a individualização que se pode ter de um sistema de referências, possuir a identidade como conteúdo. O eu não é um ser que se mantém sempre o mesmo, mas o ser cujo existir consiste em identificar-se, em reencontrar a sua identidade através de tudo o que lhe acontece. É a identidade por excelência, a obra original da identificação.
João Pinto Ribeiro
A alteridade, a heterogeneidade radical do Outro, só é possível se o Outro é realmente outro em relação a um (…) -
Marion (2008:95-98) — diferenças entre Santo Agostinho e Descartes
21 de janeiro de 2024, por Cardoso de Castrotradução do inglês
Há várias diferenças entre Santo Agostinho e Descartes: em primeiro lugar, a certeza não é tanto sobre o ser como sobre a vida; em segundo lugar, não se baseia tanto na instituição da cogitatio, como essência da res cogitans, como na contradição performativa de uma dúvida viva.
original
Ainsi, apparaissent plusieurs écarts entre saint Augustin et Descartes : d’abord, la certitude ne porte pas tant sur l’être que sur la vie ; ensuite, elle ne s’appuie pas tant sur (…) -
Romano (1999:21-23) – existência
2 de março de 2024, por Cardoso de Castrodestaque
Mas o que significa propriamente "existir" para o Dasein, se a existência já não é o que permite responder à pergunta: an sit? por oposição à pergunta sobre a essência: quid sit? se já não é o quodditas por oposição ao quidditas? O existir é uma maneira de ser de um ente, o Dasein, cuja própria natureza é ser transitivamente o seu ser em o existindo em primeira pessoa. Compreender o ser, para um tal ente, é relacionar-se ao ser como seu, em outras palavras, ser si mesmo em jogo em (…) -
Schürmann (1996/2003:454-456) – o si mesmo
15 de novembro de 2024, por Cardoso de CastroO si responde à pergunta kantiana “Quem?” e o faz em voz média. Conhecemos o objeto sensível por meio da efetivação da unidade sintética das intuições e restringimos nossas inclinações por meio da efetivação de uma síntese imperativa dos instintos. Quem é assim eficaz? Não é o “si” conhecido por meio da experiência interna que se anuncia na voz direta. Esse “si” permanece um objeto, categorizado como substância e determinado empiricamente de acordo com seus estados transitórios. A cultura do (…)
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Fuchs (2018:83-87) – Dialética da identidade pessoal
6 de fevereiro de 2024, por Cardoso de CastroA autovivência primária, foi o que vimos, não surge nem de uma autorreflexão nem de uma atribuição social; ela também não é nenhuma autoconsciência. Somente a partir do 2o ano de vida desenvolve-se gradativamente o si mesmo reflexivo ou pessoal, identificável a partir da capacidade de reconhecer a si mesmo no espelho, de se designar com “eu” e de se demarcar em relação aos outros. A diferença entre si mesmo e os outros, que estava dada antes apenas de maneira implícita, se torna, então, (…)
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Descombes (2014:PII:C3) – a querela do sujeito
6 de fevereiro de 2024, por Cardoso de Castrodestaque
No século XX, esta forma de conceber a filosofia moderna e a relação dos pensadores modernos com a filosofia antiga foi objeto de uma crítica radical por parte de Heidegger.
Na sua opinião, os filósofos modernos não devem ser tomados à letra quando afirmam ter finalmente identificado a essência da subjetividade ou do si-mesmo (Ichheit, Selbstheit). Na realidade, explica Heidegger, longe de terem descoberto a subjetividade, Descartes e os seus herdeiros perderam-na completamente (…) -
Sheehan (2015:20-23) – ser si-mesmo [Sein selbst, Selbstsein]
29 de outubro de 2024, por Cardoso de CastroEm seu trabalho posterior, especialmente de 1960 até sua morte em 1976, Heidegger se expressou um pouco mais claramente. Ele declarou que a indicação meramente formal “das Sein selbst” acaba sendo die , a clareira aberta, que ele designou como o de todo o seu trabalho. A clareira é o “espaço” sempre já aberto que torna o ser das coisas (fenomenologicamente: a inteligibilidade das coisas) possível e necessário. Heidegger a chama de “a região aberta da compreensão” e “o reino da revelação ou (…)
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McNeill (2006:57-59) – ser-sempre-meu [Jemeinigkeit]
10 de outubro de 2024, por Cardoso de Castro[…] O argumento de que a relação consigo mesmo tem precedência ontológica sobre o cuidado com os outros é apresentado pelo próprio Heidegger na tese de que o Ser do Dasein é constituído por ser sempre meu (Jemeinigkeit). Essa tese foi, e continua sendo, tão mal compreendida que Heidegger sentiu imediatamente a necessidade de realizar uma série de esclarecimentos. Os mais importantes deles aparecem em Fundamentos Metafísicos da Lógica (1928) [GA26], no ensaio “On the Essence of Ground” (Sobre (…)
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Descombes (2014:C3) – o quê e o quem
11 de outubro de 2024, por Cardoso de CastroVários comentaristas recentes enfatizaram que Descartes, nas Meditações Metafísicas, escapou — pelo menos por um tempo, principalmente durante a Segunda Meditação — do que eles consideram ser as restrições da metafísica tradicional. Nesse ponto, a influência de Heidegger foi decisiva.
Heidegger argumenta que as noções clássicas de ser e existência são equívocas. A filosofia herdada as interpreta usando o par conceitual correspondente em latim às duas palavras quid e quod. Podemos dizer de (…) -
Ricoeur (1991:11-14) – Si Mesmo
22 de junho de 2023, por Cardoso de CastroAtravés do título O si-mesmo como um outro, eu quis designar o ponto de convergência entre as três maiores intenções filosóficas que presidiram à elaboração dos estudos que compõem esta obra.
A primeira intenção é marcar o primado da mediação reflexiva sobre a posição imediata do sujeito tal como ela se exprime na primeira pessoa do singular: "eu penso”, “eu sou”. Esta primeira intenção encontra um apoio na gramática das línguas naturais quando esta permite opor “si” a “eu”. Esse apoio (…) -
Marion (2008:98-101) — o anonimato do ego
27 de junho de 2023, por Cardoso de CastroO cogito, suposto me apropriar de mim mesmo como um mim mesmo, me expulsa de mim mesmo e me define por este mesmo exílio. Por conseguinte, sou paradoxalmente aquele que em pensando sabe que não é (pertence a) ele mesmo, não conhece sua essência e nunca pode dizer (ele mesmo), rigorosamente, mim mesmo.
tradução do inglês
Um ponto parece assim estabelecido: em nenhum momento Santo Agostinho consegue (nem tenta, como Descartes fará) assegurar o ego de sua existência ou atribuí-lo (…) -
Kopf (2001:Intro) – identidade
11 de janeiro de 2024, por Cardoso de Castrodestaque
De certa forma, a teoria da identidade pessoal emerge da tentativa de explicar e conceitualizar o sentido de continuidade característico da situação existencial do "eu" experiencial. Despertando para si mesmo, o "eu" experiencial, ou seja, o agente autoconsciente, vê-se atirado, como diria Martin Heidegger, para uma situação e um contexto particulares de historicidade. Para dar um exemplo, todas as manhãs acordo sabendo quem sou, quem são os meus familiares, colegas e amigos, qual (…) -
Luiz Bicca (1999:8-13) – ipseidade
11 de março de 2024, por Cardoso de CastroNas filosofias da existência, o interesse pela questão da ipseidade sofre um deslocamento, no que diz respeito ao âmbito de localização do pensamento, da epistemologia ou teoria do conhecimento para a ontologia. Elas abdicam daquela pretensão autofundante e absolutizante das modernas filosofias centradas na categoria do sujeito ou do “Eu”. Na mais consistente e sistemática dessas reflexões ditas existenciais, em Heidegger, manifesta-se uma diferença entre a identidade que supõe permanência (…)
Notas
- Beaufret (1998:17-18) – o que é a filosofia?
- Caron (2005:26-27) – ser um eu e ser um si
- Caron (2005:698-699) – o sentimento
- Caron (2005:712-713) – constituição do si mesmo
- Caron (2005:768) – Dasein
- Casanova: Ereignis
- Gadamer (1995/2000:276-277) – Sujeito
- Greisch (1994:§40) – Angústia [Angst]
- Haar (1987/1993:4-5) – terra fundamento em lugar de indivíduos?
- Kisiel (1995:121-122) – o eu puro ou pontual
- LDMH: Angst / Angoisse / Angústia / Anxiety
- Lévinas (1990/2004:147-148) – O “eu” como substância e o saber
- Lévinas (1990/2004:149-151) – O “eu” como identificação e acorrentamento a si
- Lovitt: SELBEN
- Macquarrie & Robinson: ständig - selbständig - unselbständig
- Marquet (1995:85-86) – a alteridade do outro
- Raffoul (1998:255-256) – o “reino do próprio” [Eigentum]
- Raffoul (1998:257-258) – Ereignis
- Ricoeur: "si mesmo"
- Ruin (2019:20-21) – a morte do outro em Levinas