[100] O que foi produzido alcança o seu fim, o que foi feito fica pronto, quando satisfazem à finalidade que lhe foi determinada. Mas de que maneira deve-se imaginar, agora, o padrão de perfeição de uma obra de arte? Por mais racional e sobriamente que se encare a "produção" artística — muita coisa do que denominamos obra de arte não se destina, absolutamente, ao uso, e nenhuma delas ganha, através de uma tal finalidade a medida do seu estar pronta. Nesse caso, o ser da obra de arte se (…)
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Werk / Werkwelt / Werkzeug / Arbeiter / Arbeit / Kunst / Kunstwerks
Werk / oeuvre / obra / Werkwelt / monde d’ouvrage / mundo de trabalho / work-world / mundo de trabajo / mundo del trabajo / Werkzeug / outil / ferramenta / tool / ἔργον / ergon / Arbeiter / trabalhador / worker / travailleur / Arbeit / o trabalho / the work / le travail / el trabajo / Kunst / arte / art / Kunstwerks / obra-de-arte / obra de arte / work of art
Matérias
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Gadamer (VM): ser da obra
24 de janeiro de 2024, por Cardoso de Castro -
Gadamer (VM): obra de arte
24 de janeiro de 2024, por Cardoso de CastroAlgo semelhante vale para a experiência da arte. Aqui é a pesquisa científica, que se dedica à chamada ciência da arte, que se encontra desde o princípio conscientizada de que não pode substituir nem suplantar a experiência da arte. O fato de sentirmos a verdade numa obra de arte, o que não seria alcançável por nenhum outro meio, é o que dá importância filosófica à arte, que se afirma contra todo e qualquer raciocínio. Assim, ao lado da experiência da filosofia, a experiência da arte é a (…)
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Gadamer (VM): experiência da obra
24 de janeiro de 2024, por Cardoso de CastroEssa visão negativa significa positivamente: a arte é conhecimento e a experiência da obra de arte torna esse conhecimento partilhável. Com isso se coloca a pergunta de como se poderá fazer jus à verdade da experiência estética e de como suplantar a radical subjetivação do estético, que teve início com a "Crítica do juízo estético" de Kant. Já mostramos que foi uma abstração metódica, tendo por finalidade um trabalho de fundamentação bem determinado e transcendental, que levou Kant a (…)
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Ingarden (1979) – Prefácio da segunda edição
23 de março de 2022, por Cardoso de CastroApesar de as minhas investigações terem por tema principal a obra literária, e sobretudo a obra de arte literária, os motivos que, em última análise, me levaram a tratar este tema são de natureza filosófica geral e transcendem amplamente este assunto regional. Estão intimamente relacionados com o problema Idealismo-Realismo, que desde há anos me preocupa.
Passaram-se mais de trinta anos sobre a redação deste livro. Entretanto, o mundo sofreu muitas modificações. Se hoje me resolvo a (…) -
Gadamer (VM): obra-de-arte
24 de janeiro de 2024, por Cardoso de CastroConsiderando a linguagem como o modo de mediação no qual se realiza a continuidade da história de todas as distâncias e descontinuidades, creio que os fenômenos discutidos demonstram a legitimidade de minha suposição. E isso encerra a verdade decisiva de que a linguagem sempre se dá no diálogo. A linguagem se realiza e encontra sua plenitude no vai e vem da fala, em que uma palavra leva à outra. É na linguagem que alimentamos em comum, a que encontramos juntos, que a linguagem desenvolve (…)
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Rojcewicz (2006) – Produzir, trazer adiante, natureza
22 de novembro de 2024, por Cardoso de Castro -
Rojcewicz (2006) – Confronto Técnica e Arte
22 de novembro de 2024, por Cardoso de Castro -
Gadamer (VM): obra de arte literária
24 de janeiro de 2024, por Cardoso de CastroPortanto, a forma de arte que é a literatura deixa-se conceber, somente a partir da ontologia da obra de arte — não a partir das vivências estéticas que vão aparecendo ao longo da leitura. A leitura pertence essencialmente à obra de arte literária, tanto como a declamação ou a execução. Todos estes são graus, do que em geral se costuma chamar de re-produção, mas que, na realidade, representa o modo de ser original de todas as artes transitórias e que se tornou exemplar para a determinação do (…)
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Ingarden (1979:365-368) – sujeito leitor da obra literária
23 de março de 2022, por Cardoso de Castro[…] Precisamente, quando o leitor se submete à obra [literária] são vividos aqueles aspectos cujos esquemas são postos à disposição pela mesma. Além disso, são despertadas no leitor múltiplas vivências do prazer estético em que despontam avaliações estéticas que eventualmente também atingem um desenvolvimento explícito. Finalmente, fazem-se sentir na alma do leitor (ou do espectador) sob o efeito da leitura múltiplos sentimentos e afectos que, é certo, já não pertencem ao grupo das (…)
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Gadamer (VM): obra literária
24 de janeiro de 2024, por Cardoso de CastroNão é diferente o que ocorre com as outras artes, sobretudo com as artes plásticas. O mito estético da fantasia que cria livremente, que transforma a vivência em obra literária, e o culto do gênio, que dele faz parte, testemunha apenas que, no século XIX, o acervo da tradição mítico-histórica já não era mais um bem incontestável. Porém, mesmo aí, o mito estético da fantasia e da invenção genial ainda representa um exagero, que não resiste àquilo que realmente é. Mesmo assim, a escolha do (…)
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Zimmerman (1990:60-62) – A era do trabalhador
18 de novembro de 2024, por Cardoso de CastroEmbora, às vezes, Jünger falasse como se a era do trabalhador fosse totalmente dedicada aos meios, em outras ocasiões ele reconhecia que essa era contém seu próprio objetivo: a dominação mundial pela raça mestra dos trabalhadores. No entanto, para atingir esse objetivo, foi necessário um período de instabilidade e niilismo:
Nosso mundo técnico não é uma área de possibilidades ilimitadas; ao contrário, ele possui um caráter embrionário que leva a uma maturidade predeterminada. Assim, nosso (…) -
Ingarden (1979:360-362) – § 60. A obra científica. A simples informação.
23 de março de 2022, por Cardoso de CastroUm caso limite muito importante da obra literária é constituído pela obra científica. Ela distingue-se sob vários pontos de vista da obra de arte literária embora lhe esteja relativamente muito próxima. Denota urpa estruturação em estratos inteiramente análoga à da obra literária; não obstante, os elementos de cada um dos estratos singulares assim como os papéis respectivos são nela em parte diferentes. Todas estas diferenças estão em íntima relação com a função de natureza distinta que a (…)
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Zimmerman (2001:33-34) – Heidegger e Jünger
18 de novembro de 2024, por Cardoso de CastroO mais importante desses modernistas reacionários foi Ernst Jünger. A descoberta dos seus escritos foi o terceiro factor que moldou a mudança da minha abordagem histórica e contextual ao conceito de tecnologia moderna de Heidegger. Enguanto Herf aborda brevemente quanto Heidegger é tributário de Jünger e de outros modernistas reacionários, eu analiso em pormenor essa tributação, enquanto ela se me afigura como crucial, tanto no concernente à compreensão da evolução da perspectiva de (…)
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Haar (2000:87-92) – A relação mundo-terra em Heidegger
5 de dezembro de 2023, por Cardoso de CastroO conflito entre a terra e o mundo é impossível de ser apaziguado. O mundo exige a clarificação das formas, espirituais e materiais: ele quer que tudo seja signo e significante. A terra exige o obscurecimento das formas, o nascimento dos símbolos. É o combate do dia e da noite.
Sem a obra, este combate, sempre mais “velho” do que ela, permanecería latente. O que ela deixa adivinhar sob suas figuras audíveis ou visíveis, sob o percurso de uma melodia, sob o arabesco de um desenho, sob tal (…) -
McNeill (2006:8-11) – ser do equipamento e ser do órgão
5 de dezembro de 2023, por Cardoso de Castrodestaque
[…] devido à sua capacidade de auto-produção, auto-renovação e autorregulação, o organismo deve ter dentro de si uma força ativa específica ou um agente vital, uma "entelequia". Esta conclusão, insiste Heidegger, encerra o problema da essência da vida. Pois implica algum tipo de causa eficiente que origina e controla o movimento e o desenvolvimento do organismo, produzindo os seus órgãos (Heidegger fala de uma "agência eficaz" ou "fator causal", um Wirken ou Wirkungsmoment (…) -
Ricoeur (1977) – O discurso como obra
22 de junho de 2023, por Cardoso de CastroProponho três traços distintivos da noção de obra. Em primeiro lugar, uma obra é uma sequência mais longa que a frase, e que suscita um problema novo de compreensão, relativo à totalidade finita e fechada constituída pela obra enquanto tal. Em seguida, a obra é submetida a uma forma de codificação que se aplica à própria composição e faz com que o discurso seja um relato, um poema, um ensaio etc. É essa codificação que é conhecida pelo nome de gênero literário. Em outros termos, compete a (…)
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Graham Harman (2002:1-2) – ontologia orientada a objetos
1º de janeiro de 2020, por Cardoso de Castronossa tradução
Este livro começa com um comentário pouco ortodoxo sobre o pensamento de Martin Heidegger e termina com um esboço do que será chamado de "filosofia orientada a objetos". Definir esta frase e mostrar como ela surge inevitavelmente a partir dos insights básicos de Heidegger é uma tarefa que é melhor deixar para o corpo do livro. Mas uma breve visualização pode ser do interesse do leitor.
A chave do meu argumento está em uma nova leitura da famosa análise-da-ferramenta em Ser (…) -
Fink (1994b:144-145) – mundo e história
9 de janeiro de 2024, por Cardoso de Castrodestaque
[…] O homem existe historicamente em relação ao princípio mundano da singularização e da diferença no trabalho e no combate. O trabalho e o combate são formas comunitárias fundamentais, figuras sociais do Dasein. Estas figuras não pertencem ao homem da mesma forma que um animal procura o seu alimento e a sua presa. O trabalho e a luta são figuras de sentido, de uma determinada aparição no mundo. Na outra dimensão, a dimensão do mundo sem figuras, o homem relaciona-se com o amor e (…) -
Gadamer (VM): obra poética
24 de janeiro de 2024, por Cardoso de CastroQue conseqüências ontológicas isso tem? O que é que resulta, quando partimos dessa maneira do caráter lúdico do jogo, a fim de determinar mais acuradamente o modo de ser do ser estético? Uma coisa é clara: o espetáculo teatral e a obra de arte, entendida a partir dele, não são um mero sistema de regras e de prescrições comportamentais, no âmbito das quais o jogo (espetáculo) pode se realizar. O representar de um espetáculo não quer ser entendido como uma satisfação de uma necessidade lúdica, (…)
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Ingarden (1979) – § 1 Introdução
23 de março de 2022, por Cardoso de CastroEstamos perante um fato curioso. Quase todos os dias nos ocupamos de obras literárias . Lemo-las, somos impressionados por elas, agradam-nos ou desagradam-nos, apreciamo-las, formulamos diferentes juízos sobre elas, discutimo-las, escrevemos tratados sobre obras individuais, ocupamo-nos da sua história e, muitas vezes, elas constituem quase uma atmosfera em que vivemos. Parece-nos, portanto, que conhecemos os objetos desta ocupação sob todos os aspectos e exaustivamente. Contudo, (…)
Notas
- Arendt (CH:§11) – escravidão
- Arendt (T:III.4) – isolamento e solidão
- Biemel (1987:161) – o mundo é uma função do Dasein
- Fédier (2012:51-52) – a obra
- Fink (1994b:199-200) – o ente que aparece na técnica
- Mattéi (1989:159-160) – vita activa em Arendt
- Richardson (2003:593) – trabalhar
- Sallis (1993:xii-xiii) – Terra
- Taminiaux (1995b:175-176) – a arte e a poesia
- Zimmerman (1990) – Jünger e a Gestalt do Trabalhador
- Zimmerman (1990:211-212) – A concepção moderna de trabalho como função
- Zimmerman (1990:59-60) – linguagem de Jünger sobre o "trabalhador"