Por um lado, ao ouvirmos o termo Lebenswelt e, de outro, ao pensarmos no rigor com que Husserl procedia em sua Filosofia poderíamos concluir que este termo origina um certo mal-estar. Este mal-estar, entretanto, é mais de Husserl do que nosso, porque nós já estamos com muitos elementos novos no caminho, enquanto que, em Husserl, era a tentativa de denominar algo que certamente não era determinado, não era definido, não era circunscrito. O mundo da vida se apresentava como indefinido, mas, ao (…)
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erfahren / Erfahrung / Erfahrbarkeit
Erfahrung / experiência / experience / experiencia / Erfahrbarkeit / expérimentabilité / experimentabilidade / possibility of experiencing / ἐμπειρία / empeiria / empiria
Matérias
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Ernildo Stein (2012:27-29) – Lebenswelt e unidade da experiência
5 de fevereiro de 2024, por Cardoso de Castro -
Fujita Masakatsu (2020) – O Problema Central do Pensamento de Nishida Kitarō
30 de outubro, por Cardoso de CastroO problema central e fundamental do pensamento de Nishida Kitarō (1870–1945), que se estende desde a publicação do seu livro seminal *An Inquiry into the Good* (1911) até sua morte, foi a busca por um ponto de vista imediato e concreto que precede a separação de sujeito e objeto, e a questão de como conceber filosoficamente este fundamento para apreendê-lo e, a partir dele, a totalidade dos assuntos.
Apesar das transformações em seu pensamento – de "experiência pura" para "vontade (…) -
GA5: prólogo dos tradutores e estrutura da obra
13 de junho de 2021, por Cardoso de CastroTradução em português de Irene Borges-Duarte — Filipa Pedroso Alexandre Franco de Sá — Hélder Lourenço Bernhard Sylla — Vítor Moura — João Constâncio
Revisão da Tradução Helga Hoock Quadrado — Irene Borges-Duarte
[HEIDEGGER, Martin. Caminhos de Floresta. Coordenação Irene Borges-Duarte. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2014]
As questões de tradução já enunciadas, que começaram com o próprio título e se incrementaram no enfrentamento com as várias vozes dos textos – as dos (…) -
Chambon (1990:9-13) – A experiência humana constitui-se de muitas maneiras diferentes
24 de novembro de 2023, por Cardoso de CastroA relação do homem com a realidade tem uma "estrutura", é "construída" de uma forma que corresponde à sua tonalidade afetiva.
tradução parcial
O interesse principal das " Tonalidades Afetivas " parece-nos residir em duas descobertas: em primeiro lugar, o caráter fundamental da afetividade, que é a fonte e a raiz das outras funções psicológicas e espirituais do homem. A razão conceitual já não é um domínio autônomo que possa ser compreendido por si mesmo. Depois, há a divisão da (…) -
Byung-Chul Han (2023) – a experiência
8 de março, por Cardoso de CastroA experiência, em sentido enfático, não é um resultado do trabalho e do desempenho. Ela não se deixa produzir pela atividade. Antes, ela pressupõe uma forma particular de passividade e de inatividade: “fazer uma experiência com algo, seja com uma coisa, com um ser humano, com um deus, significa que esse algo nos atropela, nos vem ao encontro, chega até nós, nos avassala e transforma” [1]. A experiência se baseia no dom e na recepção. O seu medium é a escuta. O atual ruído da comunicação e da (…)
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Experiência de si (Monticelli)
18 de março, por Cardoso de Castro(RMAP:226-228)
[…] Consideramos o rosto — no sentido amplo — das pessoas: a presença pessoal, a subjetividade que vemos de fora. Não aquela, no entanto, que se vive de dentro. Pelo menos ainda não. A empatia percebe uma vida de fonte, mas não é essa vida de fonte: sente a alegria e a dor do outro, mas não as experimenta.
(Não se deve, de forma alguma, confundir empatia com contágio, a capacidade de acolher em si a vida de outro com o apagamento dos limites entre o outro e eu. O contágio (…) -
GA41:92-94 – a matemática e o matemático
3 de fevereiro de 2022, por Cardoso de CastroSe tivermos uma visão de conjunto de tudo o que foi dito, somos capazes de conceber mais rigorosamente a essência do matemático. Até ao momento, ele foi caracterizado de uma forma geral como um tomar conhecimento de tal ordem que o que ele tem o dá a si mesmo a partir de si mesmo, de modo que dá a si mesmo aquilo que já tem. Agora, reunimos a determinação total da essência do matemático em pontos individuais:
1) Como um «mente concipere», o matemático é um projeto acerca da coisalidade da (…) -
Ernildo Stein (2012:30-33) – Lebenswelt e ser-no-mundo
5 de fevereiro de 2024, por Cardoso de CastroA redução transcendental coloca entre parênteses a realidade em sua existência exterior reproduzindo-a nos polos (vividos) da consciência, noesis e noema (sujeito e objeto), vivendo-a numa espécie de universalidade e não na sua existência concreta.
Então, a palavra Lebenswelt ligava-se de alguma maneira com a questão da existência. Como a questão da existência, em Husserl, era menosprezada e como era necessário excluir a fé na existência ao praticar a redução fenomenológica, evidentemente (…) -
Dufour-Kowalska (1980:54-55) – afetividade
1º de dezembro de 2024, por Cardoso de CastroAfetar-se imediatamente é fazer experiência de si mesmo. Mas experimentar-se desta forma, sem o intermédio dos sentidos, é o que significa a afetividade na pureza do seu conceito. A afetividade surge no coração do conceito de auto-afetar-se como o seu significado concreto. Ela representa, como diz M. Henry, a “efetivação” fenomenologicamente concreta de auto-afetar-se, da recepção interna da essência, isto é, da sua revelação imanente. A afetividade é o próprio conceito desta revelação, ou (…)
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Dufour-Kowalska (1980:55) – afetividade como ato do Si
1º de dezembro de 2024, por Cardoso de CastroEntremos agora nesta pura realização do “sentir-se a si mesmo” e tentemos apreender o que nele se dá, o que ele constitui em si mesmo, a essência que nele se afirma. O que se sente a si mesmo, como esse mesmo sentir e nesse sentir, o que originalmente se dá a si mesmo como sua própria realidade, é o Si enquanto tal. “A afetividade é a essência da ipseidade” [MHEM:581]. Esta afirmação implica uma dupla determinação: a do Si como afetividade e a da afetividade como ato do Si. Se o Si é [56] (…)
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Jocelyn Benoist (2001:45-49) – dar-se (es gibt)
29 de março de 2024, por Cardoso de Castrodestaque
O que considero interessante na noção de "dado", tal como é comumente utilizada pelas duas grandes tradições filosóficas do nosso século, é o fato de estar imediatamente aberta à crítica e ao criticismo. Atualmente, está sob ataques violentos, que não são, evidentemente, inteiramente novas. Este é, desde o início, um dos pontos, senão o ponto, criticado na fenomenologia, que, enquanto modo de pensar o "dado", é suspeita de uma certa forma de intuicionismo ingênuo, ou de (…) -
Dufour-Kowalska (1996:41-44) – sensibilidade e imaginação
2 de dezembro de 2024, por Cardoso de CastroNo caminho para a essência interior da sensibilidade e da , o que Heidegger descobriu foi a estrutura última do conhecimento objetivo, o fundamento das condições da tal como Kant as tinha estabelecido. Mas o objeto da sua busca continua a ser esta , como mostra uma das intuições fundamentais do seu pensamento, tão próxima do objetivo, a intuição do ato essencial do fundamento: o auto-afetar-se. Porque é que esta intuição acabou por não determinar o seu objeto? Esta questão foi (…)
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Carter (2013) – Nishida: a lugar da dúvida
30 de outubro, por Cardoso de Castro* A anterioridade da experiência pura à distinção entre eu e mundo, e a fundação da certeza no fenômeno da consciência * A experiência pura sendo anterior ao significado e ao julgamento, inexistindo, portanto, o eu e o mundo * O início de Nishida com a dúvida, questionando as suposições de qualquer tipo, assim como Descartes * A realização, após reflexão, de que a "existência independente da mente e da matéria é geralmente considerada um fato intuitivo, mas que claramente não é o (…)
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GA60:224-227 – o ver
30 de julho de 2017, por Cardoso de Castrob) El mirar alrededor de uno con curiosidad en el mundo (p. 79-83)
b) The Curious Looking-about-Oneself in the World (p. 167-169)
Jacobo Muñoz
El mero querer ver, la curiosidad desnuda, es el sentido dominante, y precisamente tan sólo cuando la experiencia se ejecuta y consuma con carga emocional: miedo, terror, espanto. Las formas concretas que asume esta actitud concreta en su relación con los objetos son muy diversas (cine).
Hinc etiam, si quid eodem perversae scientiae fine per (…) -
Patocka (2015:C3) – mundo não dado como reunião de coisas
12 de junho de 2023, por Cardoso de Castro1) El mundo no está dado primariamente como una reunión de cosas. No está dado, pues, en el modo de la conciencia que intiende y a la cual se dan los seres individuales y las totalidades que forman. Existe, antes bien, una conciencia más originaria de los todos y del todo más abarcador, omniabarcador: una conciencia del mundo. Es preciso analizar este modo especial de conciencia, así como el origen del correlato de significado que lleva aparejado: sólo así se dilucidará el significado (…)
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Rivera (2001:25-26) – Dasein se executa a si mesmo
30 de outubro de 2024, por Cardoso de CastroSea cual fuere empero la interpretación que el Dasein hace suya, el hecho es que su ser siempre se proyecta en ciertas posibilidades, es decir, que su ser se ejecuta a sí mismo (vollzieht sich) en la aceptación de las posibilidades ajenas ofrecidas. Si no lo hiciera, el Dasein no existiría. Existir es siempre existir por sí mismo, aunque el sí-mismo que se escoja sea el sí-mismo mostrenco de los topoi del “uno”. O sea, desde el punto de vista de la ejecución de su ser, el Dasein siempre se (…)
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SZ:170-171 — Visão - Sicht
23 de janeiro de 2019, por Cardoso de CastroCastilho
Na análise do entender e da abertura do “aí” em geral, remeteu-se ao lumen naturale e se deu o nome de clareira do Dasein à abertura do ser-em, na qual é pela primeira vez somente possível algo assim como a visão. A visão foi concebida em referência ao modo-fundamental de todo abrir do Dasein, isto é, o entender, tomado no sentido da genuína apropriação do ente em relação ao qual o Dasein pode se comportar conforme suas essenciais possibilidades-de-ser.
A (…) -
Être et temps : § 43. Dasein, mondanéité et réalité
5 de setembro de 2011, por Cardoso de CastroVérsions hors-commerce:
MARTIN HEIDEGGER, Être et temps, traduction par Emmanuel Martineau. ÉDITION NUMÉRIQUE HORS-COMMERCE
HEIDEGGER, Martin. L’Être et le temps. Tr. Jacques Auxenfants. (ebook-pdf)
La question du sens de l’être ne devient en général possible que si est quelque chose comme la compréhension de l’être. Au mode d’être de l’étant que nous appelons Dasein appartient la compréhension de l’être. Plus l’explication de cet étant parvenait à s’accomplir adéquatement et (…) -
GA68: Estrutura da Obra
13 de fevereiro de 2017, por Cardoso de CastroTraducción de Dina V Picotti C.
LA NEGATIVIDAD - Una confrontación con Hegel desde el planteo de la negatividad (1938/39, 1941)
I. La negatividad. La nada - El abismo - El ser [Seyn]
1. Sobre Hegel
Acerca de (1) La aclaración de una duda con respecto al valor de una tal confrontación
Acerca de (2) La fijación del lenguaje conceptual, que entra en juego en la confrontación
Acerca de (3) La caracterización provisional del punto de vista y del principio de la filosofía hegeliana (…) -
Carter (2013) – Nishida: a experiência pura como fundamento
30 de outubro, por Cardoso de Castro* A experiência pura como fundamento da metafísica de Nishida e a identidade do poder unificador no sujeito e no cosmos * A experiência pura sendo o alicerce da metafísica de Nishida, seu relato mais sistemático da realidade, caracterizada como uma unidade que pode ser complexa, sempre ocorrendo no presente e podendo estender-se como uma unidade por um lapso de tempo * A natureza da experiência pura sendo anterior à distinção sujeito/objeto e à divisão da consciência nos aspectos de (…)
Notas
- Agamben (2001:II) – intelecto e psique
- Emerson (Experiência) – vida = sucessão de humores
- Ernildo Stein (2012:33-35) – Lebenswelt enquanto antepredicativo
- Fernandes (2005:27-28) – A Estrutura da Experiência
- Fernandes (SH:27-28) – a estrutura da Experiência
- GA38: cérebro, experiência e essência do "ser" humano
- GA65:77 – experimento
- GA66:57 – a experiência fundamental
- GA89 (2021:811-812) – método científico
- Gaboriau (1962:274) – "ponto de partida" é uma experiência?
- Gadamer (1999:25) – hermenêutica, como teoria da experiência real
- Gilvan Fogel (2005:171-172) – vertentes de conhecimento
- Henry (2002b) – a vida, autodoação sem mundo
- Kisiel (1995:121-122) – o eu puro ou pontual
- Rosenzweig (SR:II-Intro) – Da possibilidade de fazer a experiência do milagre
- SZ:237 – experiência da morte
- SZ:319-320 – O "eu" em Kant
- Zahavi: si mesmo