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einai

quarta-feira 24 de janeiro de 2024

εἶναι

Mas para captar o que era o ser na sua primeira destinação, não temos outro recurso senão o de nos esforçarmos por percorrer os territórios onde se dizia o ser [Sein], quer dizer as palavras fundamentais dos primeiros pensadores [anfängliche Denker Denker
Alfred Denker
Shalow
Frank Shalow
SCHALOW, Frank / DENKER, Alfred
]. Entre estas palavras, o recurso imediato à palavra εἶναι [einai], ou até à palavra ἐόν [eon] entendida verbalmente, ser-nos-ia de pouca utilidade. Porque se sabemos muito bem que ser traduz εἶναι, não sabemos justamente o que os gregos pensavam, e ainda menos aquilo que experimentavam, quando diziam ou escreviam εἶναι [Nota]: muito longe de ser uma resposta ou uma solução, εἶναι é o próprio nome da questão, a «palavra-enigma» por excelência. Como clarificar este enigma?
Nota: Cf. WiM, Einl. [GA9 GA9
Wegmarken
GA9PT
GA9ES
GA9EN
CartaH
Wegmarken (1919–1961), ed. Friedrich-Wilhelm von Herrmann, 1. Auflage 1976. 2., durchgesehene Auflage 1996
], Wgm [GA5 GA5
GA5BD
GA5CL
GA5WB
Holzwege
GA 5
GA V
HW
CF2002
CB2012
CMNP
Chm
Holzwege (1935-1946) [1977]
], p. 205 (Qu. I, 37 [Q12 Q12
Q I
Q II
Heidegger, Martin (1990), Questions I et II. Paris, Gallimard. [GA9]
]): «Que dizemos quando, em lugar de εἶναι, dizemos «ser», e em lugar de «ser» εἶναι e esse? Não dizemos nada. Quer seja grega, latina ou alemã, a palavra conserva-se igualmente obscura». Cf também Hzw [GA9 GA9
Wegmarken
GA9PT
GA9ES
GA9EN
CartaH
Wegmarken (1919–1961), ed. Friedrich-Wilhelm von Herrmann, 1. Auflage 1976. 2., durchgesehene Auflage 1996
], p. 308 (273).
[…]
Isto leva-nos a formular uma primeira observação a respeito da abordagem heideggeriana do ser. «Ser» não está de modo algum fechado num vocábulo único, ao qual seria preciso, de certa maneira, obrigar a mostrar o seu segredo: é «a palavra [Wort] de todas as palavras» [GA55 GA55
GA 55
GA LV
GA55MS
GA55AE
Heraklit. 1. Der Anfang abendländischen Denkens (Heraklit) (1943) 2. Logik. Heraklits Lehre vom Logos (SS 1944) [1979]
:82], que é preciso procurar em todos os lugares da língua [Sprache]. Se não nos podemos aproximar do enigma do εἶναι, quer dizer do mistério do que era pensado ou experimentado nele, sem apelar para todas as outras palavras essenciais, não é de modo algum porque estas nos diriam «outra coisa», mas precisamente porque não podem dizermos senão o «mesmo», nas suas diferentes modalidades. Porque não seriam palavras e, falando com propriedade, não diriam «nada» se não dissessem primeiramente e acima de tudo o ser, esse ser que sustenta o conjunto da língua e que se aclara nela. São estas múltiplas «palavras do ser» que nos propomos estudar, a começar pela primeiríssima de entre elas, aquela que, porque é a palavra-chave do pensamento inicial, só pode também dizer a essência do ser, na mais matinal das ocasiões em que foi experimentado: a palavra φύσις [physis]. [MZHPO MZHPO



ZARADER, Marlène. Heidegger e as palavras da origem. Tr. João Duarte. Lisboa: Instituto Piaget, 1998
]