O esquecimento do ser é refletido na metafísica pelo fato de que, ao entender o ser como o conceito mais geral, infinito e autoevidente [SZ:3-4], não tem nem pátria nem sentido [GA6T2]. O sentido que temos de redescobrir é o sentido necessário do que acontece, ou seja, do ser do ente. Por tê-lo considerado como aparecido e não em sua aparição, a metafísica não faz a pergunta. A fim de se interrogar sobre a maneira pela qual o ser significa, não devemos começar nos apegando a um sentido (…)
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Laffoucrière / Odette Laffoucrière
LAFFOUCRIÈRE, Odette. Le Destin de la Pnesée et "La Mort de Dieu" selon Heidegger. La Haye: Martinus Nijhoff, 1968.
Matérias
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Laffoucrière (1968:245-248) – perda do sentido do ser
28 de setembro de 2024, por Cardoso de Castro -
Laffoucrière (1968:45-47) – O ser como presença é simultaneamente ser e desvelamento
28 de setembro de 2024, por Cardoso de CastroAqui a antinomia entre Parmênides e Heráclito desaparece. Embora sejam diferentes, os dois Grandes estão no mesmo ponto. Tudo flui, pensa um deles, mesmo que a fórmula não seja dele, mas ele nos diz que a permanência do rio é tão importante quanto o fluxo da água. O sol nasce de novo todas as manhãs, mas ele nasce todas as manhãs e se o logos é um fogo vivo que se torna todas as coisas, ele não é menos logos, ou seja, ordem e harmonia. Acima de tudo, Heráclito nos diz que tudo é, (…)
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Laffoucrière (1968:118-120) – nascimento do sujeito no sentido moderno
30 de novembro de 2023, por Cardoso de CastroA virada capital que se opera com o autor dos Princípios [Descartes], é a transformação da noção de sujeito e de objeto. A escolástica conservava orgulhosamente a analogia entis e, em considerando o mundo como ens creatum, fazia um sujeito e não um objeto. Uma mesa, uma casa, uma árvore guardavam para ela as características do hypokeimenon, quer dizer do suppositus. Por aí se exprimia o traço essencial da presença de todo ente, a substancialidade. O subjectum, é isto que aí está, presente (…)
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Laffoucrière (1968:43-45) – ser e aparecer
28 de setembro de 2024, por Cardoso de CastroVamos parar por um momento e ouvir Píndaro ou Sófocles, Anaxímenes ou Heráclito. A mesma paixão reina em todos os lugares: a de desvendar o ser. Mesmo quando não é nomeado, o ser está sempre presente. Um estudioso como Burnet só pode concluir que seria um anacronismo distinguir entre realidade e aparência nessa época. Essa é uma oposição platônica, e o próprio Platão não a formulou em seus primeiros escritos. Em Píndaro, portanto, o ser é confundido tanto com physis, que é o brotar, quanto (…)