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Agamben (2015:53) – linguagem
quinta-feira 26 de setembro de 2024
[…] O termo “linguagem”, de fato, para retomar a célebre fórmula aristotélica, “diz-se de muitos modos” e só um esclarecimento do que a filosofia e a ciência da linguagem entendem respectivamente por esse termo podería conduzir a uma útil definição da relação que elas estabelecem uma com a outra. A implicação entre filosofia e reflexão sobre a linguagem não significa portanto necessariamente que filosofia e linguística tenham o mesmo objeto. A observação de Heidegger, de que “o ser do ente que a linguística tem como tema continua a ser obscuro” e de que a indagação filosófica deveria, por sua vez, renunciar à “filosofia da linguagem” para interrogar antes de tudo qual é “o modo de ser da linguagem” (isto é, se ela tem ou não o modo de ser do objeto intramundano), não perdeu nada de sua atualidade. Tanto na linguística como na reflexão filosófica, o conceito de linguagem permanece muitas vezes indeterminado em uma vaga homonímia como um polachos legomenon.
[AGAMBEN , Giorgio. A potência do pensamento. Ensaios e conferências. Tr. Antônio Guerreiro. Belo Horizonte: Autêntica, 2015]
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