[…] Vou começar com uma discussão sobre práticas em geral. Em expressões como “habilidades e práticas”, o uso da palavra “práticas” por Dreyfus pode soar pleonástico — como se a palavra “prática” fosse sinônima de “habilidade”. E, às vezes, ele usa as palavras de forma intercambiável. Mas há uma distinção a ser feita entre habilidades e práticas — uma distinção que Dreyfus geralmente respeita. Pode-se dizer que as habilidades nos permitem participar de uma prática com fluidez. Mas uma (…)
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handeln / Handlung
Handeln / Handlung / action / ação / acción / handeln / agir
Essa compreensão [de ser] – como projetar desvelador de ser – é, porém, a ação originária da existência humana, a ação na qual todo existir em meio ao ente deve ser radicado. [GA9 ; GSMC:173]
Matérias
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Wrathall (2017:4-7) – práticas
18 de outubro de 2024, por Cardoso de Castro -
Wrathall (2017:10-12) – o impessoal [das Man] e autenticidade
19 de outubro de 2024, por Cardoso de CastroUma vez que reconheçamos como as práticas de fundo desempenham um papel constitutivo na fundamentação de uma compreensão do ser, abrem-se várias questões importantes. Por exemplo, já vimos como as práticas de fundo são totalmente sociais. Nossa compreensão do mundo é articulada por essas práticas e, portanto, crescemos, em primeiro lugar, em uma forma compartilhada de compreender tudo. “Não dizemos o que vemos”, explica Heidegger sobre nossa experiência cotidiana imediata da palavra, “mas (…)
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Ricoeur (1991:73-78) – O esquema conceitual da ação e a questão quem?
22 de junho de 2023, por Cardoso de CastroEsta dissociação entre o o quê? e o quem?, a favor da qual a problemática da ação oscila do lado de uma ontologia anônima do acontecimento, foi por sua vez tornada possível por uma coalizão no sentido contrário entre a pergunta o quê? e a pergunta por quê?
Lucy Moreira Cesar
Na primeira aproximação, a investigação parece promissora quanto à referência da ação a seu agente. Ação e agente pertencem a um mesmo esquema conceitual, que contém noções tais como circunstâncias, intenções, (…) -
Arendt (LM:182-187) o conceito de Eu em Heidegger
2 de maio de 2017, por Cardoso de CastroHelena Martins
Finalmente, há o conceito de Eu, e é este o conceito cuja mudança na "reviravolta" é a mais inesperada e também a que tem maiores consequências. Em Ser e Tempo, o termo "Eu" é "a resposta para a questão Quem [é o homem] ?", em oposição à questão "O que ele é "; o Eu é o termo para a existência do homem em oposição a qualquer qualidade que ele possa ter. Essa existência, o "autêntico ser um Eu", é extraída polemicamente do "Eles". ("Mit dem Ausdruck ’Selbst’ antworten wir auf (…) -
Figal (2007:§31) – ser no tempo
12 de janeiro de 2024, por Cardoso de CastroCasanova
Algo acontece, mas ele acontece a alguém ou por meio deste alguém mesmo. As duas coisas juntas também são possíveis, até mesmo habituais: nós podemos fazer algo e nos transformar em meio a este fazer. Ou fazemos algo e nos transformamos aí sem uma intenção prévia; só constatamos subsequentemente o fato de termos nos tornado outros. Tal como todo e qualquer movimento, aquilo que fazemos acontece no tempo e possui o seu tempo. Todavia, sempre experimentamos o tempo e a nós mesmos no (…) -
Paul Gilbert (2004:16-18) – a problemática de Maurice Blondel
5 de outubro de 2022, por Cardoso de CastroA análise blondeliana se desenvolve pondo em evidência a potência da “vontade querente”, que tende para o cumprimento de seu desejo aberto indefinidamente, enquanto a “vontade querida” encarna esse élan na particularidade de nossas existências. A relação entre a vontade querente e a vontade querida é precisa: essa última alimenta-se daquela que lhe dá seu élan e da qual é a expressão e a correia de transmissão, sem nunca lhe esgotar a amplidão inteira.
A problemática de Blondel pode ser (…) -
Maldiney (Aîtres:16-18) – a origem do ato está na decisão
21 de dezembro de 2023, por Cardoso de Castrodestaque
Para reconhecer a nova dimensão temporal que a decisão abre no sistema verbal, é preciso consultar não a expressão, mas a língua no discurso que ela pronuncia. Assim como dizer "eu quero que ele vá embora" não é querer, dizer "eu decido ir embora" não decide da partida. Não é mais do que uma declaração de intenção, próxima de uma declaração performativa, que fecha a deliberação sem abrir o ato. O eu que realmente decide atravessa uma fratura temporal que ele próprio fez. Esta (…) -
Wrathall (2017:13-14) – pluralidade de mundos
19 de outubro de 2024, por Cardoso de Castro[…] Um mundo, na compreensão heideggeriana que informa o trabalho de Dreyfus, é
todo um contexto de equipamentos, papéis e práticas compartilhados com base nos quais se pode encontrar entidades e outras pessoas. Assim, por exemplo, um martelo é encontrado como um martelo no contexto de outros equipamentos, como pregos e madeira, e em termos de papéis sociais, como carpinteiro, faz-tudo e assim por diante. Além disso, cada conjunto local de ferramentas, as habilidades para usá-las e os (…) -
Dreyfus & Kelly (2011:77-81) – não somos a única fonte agente das ações
3 de novembro de 2024, por Cardoso de CastroNÃO É PRECISO acreditar que os deuses gregos realmente existem para obter algo profundo e importante do senso de sagrado de Homero. No entanto, é preciso rejeitar a ideia moderna de que ser um agente humano é ser a única fonte de suas ações. Como essa noção moderna de agência humana é tão difundida, ela pode nos levar a agir de maneiras que escondem os fenômenos aos quais Homero era sensível. Para ver isso, vamos explorar brevemente a visão moderna.
É natural e intuitivo para nós — de (…) -
Arendt (CH:§32) – O caráter processual da ação
15 de outubro de 2021, por Cardoso de CastroRoberto Raposo
A instrumentalização da ação e a degradação da política em um meio para atingir outra coisa certamente jamais conseguiram eliminar de fato a ação, evitar que ela seja uma das experiências humanas decisivas, nem destruir por completo o domínio dos assuntos humanos. Vimos anteriormente que, em nosso mundo, a aparente eliminação do trabalho, como esforço doloroso ao qual toda vida humana está vinculada, teve, em primeiro lugar, a consequência de que a obra é agora executada à (…) -
Wrathall (2017:7-8) – dimensão social das práticas
18 de outubro de 2024, por Cardoso de CastroHá uma dimensão social inconfundível na maioria das práticas, se não em todas. Essa dimensão social talvez seja mais visível na linguagem e no vocabulário compartilhados que temos para falar sobre a prática. Uma parte importante da iniciação em uma prática consiste em aprender como se fala sobre as atividades que pertencem à prática. Porém, em um nível mais profundo, a dimensão social da prática é encontrada na forma como participar de uma prática é juntar-se a outras pessoas em um (…)
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Wrathall (2017:8-10) – O que é uma prática de fundo?
18 de outubro de 2024, por Cardoso de Castro[…] O que é, então, uma prática de fundo? De certa forma, todas as práticas formam uma espécie de pano de fundo para as ações, deixando de ser consideradas quando estamos envolvidos na ação. O jogador de futebol pode executar um passe em um jogo de futebol somente porque está participando da prática do futebol. Mas, enquanto executa o passe, ela não precisa ter nenhuma noção de que está agindo para perpetuar a prática do futebol. Normalmente, o que será importante para o jogador são os (…)