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denken …
denken / pensar / penser / think / Denkwürdigen / digno de ser pensado / digno de pensar / erdenken / erdichten / inventer / forger / Nachdenken / reflexão / rechnende Denken / pensamento calculador / Andenken / remémoration / rememoração / anfängliche Denken / pensar inicial / inceptual thinking / gedanken-los / carentes de pensamentos / sem-pensamentos / Gedankenlosigkeit / carência de pensamentos / ausência-de-pensamentos / gedanken-arm / pobres de pensamento / pobres-em-pensamento / Gedanke-flucht / fuga-aos-pensamentos / Bedenkliche / grave / pensable / Bedenklichste / gravíssimo / ce qui donne le plus à penser
Termos de muito difícil tradução, sobretudo se se quiser respeitar o seu paralelismo. Globalmente, pode dizer-se que o Andenken é memória ou comemoração, quer dizer pensamento que se volta para trás num movimento retrospectivo, enquanto o Vordenken é avanço ou preparação, quer dizer pensamento que caminha para diante num movimento prospectivo. Convém no entanto não interpretar mal a singularidade deste duplo movimento. A retrospecção característica do Andenken não é olhar incidente sobre um passado revoluto, mas olhar dirigido em direcção ao que, na medida em que ainda não pensado, continua proposto ao nosso futuro — mesmo se não podemos esperar atingir esse futuro senão pelo «passo atrás» [1]. Inversamente, a prospecção característica do Vordenken não é um avanço livre, desligado de todo o passado, mas uma penetração em direcção ao futuro, ela própria apenas tornada possível a partir do Andenken — mesmo se deve passar resolutamente para lá dele [2]. Andenken e Vordenken constituem de facto os dois pólos de uma oposição, mas esta não pode em caso algum ser reduzida à oposição estática do passado e do futuro. Na realidade, ambos pertencem, segundo modalidades diferentes, à dimensão do futuro, e só se opõem no pano de fundo de uma troca ou de uma participação recíproca [3]. [MZHPO
MZHPO
ZARADER, M. Heidegger et les paroles de l’origine. Paris: Vrin, 1990.
ZARADER, Marlène. Heidegger e as palavras da origem. Tr. João Duarte. Lisboa: Instituto Piaget, 1998
:34]
DENKEN E CORRELATOS
Matérias
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GA54: Estrutura da Obra
10 de fevereiro de 2017, por Cardoso de Castro
Trad. brasileira Sérgio Mário Wrublevski
INTRODUÇÃO - MEDITAÇÃO PREPARATÓRIA COM O NOME E A PALAVRA ALETHEIA E SUA ESSÊNCIA CONTRÁRIA. DUAS INDICAÇÕES DA TRADUÇÃO DA PALAVRA ALETHEIA
§ 1. A deusa "Verdade". Parmênides I, 22-32
a) O conhecimento usual e o saber essencial. Renúncia da interpretação usual do "poema doutrinário" através da atenção para a exigência do princípio
Recapitulação
1) Início e princípio. O pensar usual e o pensar originado pelo princípio. O retraimento diante (…)
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Fink (1990) – Reflexões fenomenológicas sobre a teoria do sujeito (1)
31 de outubro, por Cardoso de Castro
Trecho de um curso do semestre de inverno de 1951-52 na Universidade de Friburgo, intitulado “Filosofia da Educação”. O curso tinha duração de 24 horas e era dividido em quatro partes:
— I. Ponto de partida de uma filosofia da educação
— II. A natureza em nós
— III. A liberdade do homem
— IV. Olhar sobre a mundanidade do homem.
O texto a seguir provém da terceira parte, horas 14 a 16 do curso, e foi ligeiramente modificado em alguns pontos. A paginação entre colchetes (…)
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Chassard (1988:44-46) – pensar e poetizar
30 de setembro de 2024, por Cardoso de Castro
Nessas origens, o pensamento, de certa forma, é a episteme logike, o compreender que se relaciona com logos, o substantivo cujo verbo correspondente é legein. A lógica, que determina o pensamento e depois se torna dialética, depois logística, nem sempre foi esse rigor sem contradição do pensar e do dizer corretos. Anteriormente, em Parmênides, diz Heidegger, legein e noein tinham um significado diferente daquele que damos a eles hoje. O legein do logos não era a enunciação e o dizer, e o (…)
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Dreyfus & Kelly (2011:62-64) – gratidão
3 de novembro de 2024, por Cardoso de Castro
Os deuses são essenciais para a compreensão grega homérica do que é ser um ser humano. Como Peisistratus — o filho do velho e sábio Nestor — diz no início da Odisseia: “Todos os homens precisam dos deuses.” Os gregos estavam profundamente conscientes das maneiras pelas quais nossos sucessos e fracassos — na verdade, nossas próprias ações — nunca estão completamente sob nosso controle. Eles eram constantemente sensíveis, maravilhados e gratos por aquelas ações que não se pode realizar por (…)
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Arendt (LM:3-5) – banalidade do mal
20 de fevereiro de 2018, por Cardoso de Castro
Abranches & Almeida
Minha preocupação com as atividades espirituais tem origem em duas fontes bastante distintas. O impulso imediato derivou do fato de eu ter assistido ao julgamento de Eichmann em Jerusalém. Em meu relato , mencionei a “banalidade do mal”. Por trás desta expressão não procurei sustentar nenhuma tese ou doutrina, muito embora estivesse vagamente consciente de que ela se opunha à nossa tradição de pensamento — literário, teológico ou filosófico — sobre o fenômeno do (…)
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GA51: Estrutura da Obra
10 de fevereiro de 2017, por Cardoso de Castro
Garda
INTRODUCCION - La interna conexión entre Fundamento - Ser - Inicio
§1. Dilucidación del título del curso «Conceptos fundamentales»
a) Conceptos fundamentales son conceptos-fundamentales
b) La apelación de los conceptos-fundamentales
c) La diferencia entre las apelaciones al hombre α) La apelación de las necesidades: lo que hace falta β) La apelación a la esencia del hombre históricamente acontecido
d) El estar presto a lo originario e inicial y la pedante (…)
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GA67: Estrutura da Obra
22 de fevereiro de 2017, por Cardoso de Castro
Tradução brasileira de Marco Antonio Casanova
A SUPERAÇÃO DA METAFÍSICA
1. A Superação da metafísica
2. A Superação da metafísica
3. História do seer e Superação da metafísica
4. A Volatização (Verflüchtigung) do ser
5. A metafísica e o Predomínio do Ente. Impotência e Volatização do Seer
6. "Superação"
7. Para a Configuração do Texto
8. Para a Concepção Correta da Totalidade
9. A Superação da metafísica através do seer
10. A Superação enquanto História do seer
11. O (…)
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Merleau-Ponty (1945/2006:182-183) – sedimentação
17 de junho de 2023, por Cardoso de Castro
Ribeiro de Moura
[…] O sujeito kantiano põe um mundo, mas, para poder afirmar uma verdade, o sujeito efetivo precisa primeiramente ter um mundo ou ser no mundo, quer dizer, manter em torno de si um [182] sistema de significações cujas correspondências, relações e participações não precisem ser explicitadas para ser utilizadas. Quando me desloco em minha casa, sei imediatamente e sem nenhum discurso que caminhar para o banheiro significa passar perto do quarto, que olhar a janela significa (…)
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GA8 (18-19): Só um ente que fala, quer dizer que pensa
2 de janeiro de 2017, por Cardoso de Castro
Reprises et Transitions - De la première heure à la seconde
Español na trad. RAÚL GABÁS (español); português em nossa trad. do francês ALOYS BECKER ET GÉRARD GRANEL; inglês na trad. de Fred D. WIECK and J. GLENN GRAY
NOSSA TRAD.
[…] Só um ente que fala, quer dizer que pensa, pode ter uma mão e realizar em uma manipulação o trabalho da mão.
[…] Mas os gestos da mão transparecem na linguagem, e isto na maior pureza quando o homem fala em se calando. No entanto, é na medida que o (…)
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Braver (2014:179-181) – a clareira [Lichtung]
6 de outubro de 2024, por Cardoso de Castro
“A apropriação [Ereignis] tem a propriedade peculiar de trazer o homem para si mesmo como o ente que percebe o Ser” (GA14:TB 23). Heidegger manteve, desde os primeiros trabalhos, a ideia de que somos a clareira, o lugar onde os entes emergem à luz. É em nossa consciência que os entes são revelados. Inicialmente, isso ocorre dentro de uma estrutura kantiana que atribui a clareira a nós. É porque nos importamos com o que acontece conosco que projetamos metas e papéis por cuja luz refletida (…)
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Fink (1966b:9-12) – objetos dignos da filosofia
29 de novembro de 2023, por Cardoso de Castro
destaque traduzido
[…] Mas quando o pensamento filosófico desperta, não assume, como algo indiscutível, a hierarquia da interpretação mítica do universo. Os deuses, a terra e o mar, os homens, os animais, as plantas e os objectos artificiais fabricados pelo homem, tudo isso se confunde; cada uma dessas coisas é um ente. Todas as diferenças de poder têm em comum este traço fundamental que se encontra por toda parte. O deus radiante que, como Phoebus Apollo, ilumina o universo e o preenche (…)
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Arendt (LM:94-96) – pensar e julgar
3 de outubro de 2020, por Cardoso de Castro
Abranches, Almeida e Martins
Essa distinção entre pensar e julgar só veio a merecer destaque com a filosofia política de Kant — o que não é de se estranhar, já que Kant foi o primeiro e permaneceu sendo o último dos grandes filósofos a lidar com o juízo como uma das atividades espirituais básicas. Pois o que importa é que nos vários tratados e ensaios que Kant escreveu tardiamente, o ponto de vista do espectador não é determinado pelos imperativos categóricos da razão prática, isto é, pela (…)
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Arendt (LM:182-187) o conceito de Eu em Heidegger
2 de maio de 2017, por Cardoso de Castro
Helena Martins
Finalmente, há o conceito de Eu, e é este o conceito cuja mudança na "reviravolta" é a mais inesperada e também a que tem maiores consequências. Em Ser e Tempo, o termo "Eu" é "a resposta para a questão Quem [é o homem] ?", em oposição à questão "O que ele é "; o Eu é o termo para a existência do homem em oposição a qualquer qualidade que ele possa ter. Essa existência, o "autêntico ser um Eu", é extraída polemicamente do "Eles". ("Mit dem Ausdruck ’Selbst’ antworten wir auf (…)
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Trawny (2015) – errância
2 de fevereiro de 2024, por Cardoso de Castro
destaque
Aqui temos de estar atentos, bem como de exercer o nosso discernimento. Porque quando um filósofo começa a misturar o que aparentemente se opõe à verdade, isto é, a mentira, com a verdade, a perverter uma na outra, então o sofista não está longe. Será possível que Heidegger seja o sofista da modernidade? Quem poderia negar que esta questão é sugerida precisamente pela publicação das Schwarze Hefte? Heidegger liberta nelas a sua ira. Surge um pensador que lança os seus raios sobre (…)
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GA55:195-196 – Lógica
15 de fevereiro de 2022, por Cardoso de Castro
HEIDEGGER, Martin. Heráclito. A origem do pensamento ocidental Lógica. A doutrina heraclítica do lógos. Tr. Marcia Sá Cavalcante Schuback. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 1998, p. 207-208
“Lógica” é o nome para a “doutrina do pensamento correto” [richtigen Denken]. Ela expõe a construção interior do pensamento, as suas formas e regras. “Fazer lógica” significa, portanto, aprender a pensar corretamente. Quando o pensamento é correto? Manifestamente, quando se processa de acordo com as (…)
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GA7:245-246 — A dobra de ser e ente
6 de abril de 2017, por Cardoso de Castro
Schuback
A relação de pensar e ser está em discussão. Antes de mais nada, devemos considerar atentamente que, pensando de forma penetrante sobre essa relação, o texto (fragmento VIII, 34s.) fala do eon e não do einai, como no fragmento III. Com isso pode-se, até com certo direito, achar que, no fragmento VIII, a questão não é o ser, mas o ente. Só que na palavra eon Parmênides não pensa, de modo algum, o ente em si a que, enquanto totalidade, também o pensamento pertence porque é também (…)
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GA16: O pensar calculador não é um pensar meditativo
29 de janeiro de 2017, por Cardoso de Castro
Excerto da tradução portuguesa de Maria Madalena Andrade e Olga Santos, de Martin Heidegger, Serenidade. Lisboa: Instituto Piaget, 2001, p. 11-14; francesa de André Préau. Questions III et IV. Paris: Gallimard, p. 129-148; inglesa de John M. Anderson and E. Hans Freund. Discourse on Thinking. New York: Harper & Row, 1966.
Andrade & Santos
Não nos iludamos. Todos nós, mesmo aqueles que pensam por dever profissional, somos muitas vezes pobres-em-pensamentos; ficamos (…)
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GA66: Estrutura da Obra
13 de fevereiro de 2017, por Cardoso de Castro
Trad. Marco Antonio Casanova
I. Introdução
1. Sentença prévia de Periandro e Ésquilo
2. O outro pensar
3. O salto
4. Os vigilantes
5. O saber
6. A palavra
6a. Não conhecemos metas
6b. Ser-aí
7. Aletheia
II. O salto prévio para a unicidade do seer
8. Da meditação
9. A maquinação
10. A consumação da Modernidade
11. A arte na época da consumação da Modernidade
12. O pensar inicial, que… uma prontidão
III. A filosofia
13. A filosofia
14. A filosofia na (…)
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GA6T2: ESBOZOS PARA LA HISTORIA DEL SER COMO METAFÍSICA (estrutura)
18 de junho de 2016, por Cardoso de Castro
ESBOZOS PARA LA HISTORIA DEL SER COMO METAFÍSICA (1941) De la historia del ser Para la determinación esencial de la metafísica moderna Objetividad - Trascendencia - Unidad - Ser (Crítica de la razón pura, § 16) Ser - objetividad (voluntad) Ser como objetividad - Ser y pensar - La unidad y lo Hen Objetividad y «reflexión». Reflexión y negatividad Reflexión y representación Reflexión y objeto y subjetividad Lo trascendental Repraesentatio y reflexio Ser - realidad efectiva - voluntad Ser y (…)
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Vattimo: Andenken. Heidegger contra Schiller
30 de maio de 2017, por Cardoso de Castro
El pensamiento que «deja de lado al ser como fundamento», saltando en el Boden y respondiendo al Zuspruch de la presencia como Anwesenlassen, es aquél al que Heidegger define en términos de memoria y rememoración: Denken como Gedächtnis, Denken como Andenken. No es casual que, en el mundo de la metafísica desplegada como técnica tal como está descrito en la frase de Nietzsche sobre el «desierto» que «crece» (cf. WD, 11 y ss.), Mnemosyne no tenga ya derecho de ciudadanía: «la desertización es (…)
[1] EHD [GA4], p. 95 (127) : «Se o pensamento, lembrando-se daquilo que foi (das Gewesene), lhe deixa a sua essência e não altera o seu reino usando-o apressadamente como presente, descobrimos então que o que foi, pelo seu retorno no Andenken, se estende para lá do nosso presente (Gegenwart) e vem até nós como um futuro (ein Zukunftiges). Bruscamente, o Andenken deve pensar o que foi como algo de ainda-não-desdobrado (als ein Nochnicht-Entfaltetes)». Cf. também SvG [GA10], p. 107 (147).
[2] Cf. IuD [GA11], p. 34 (Qu. I [Q12], p. 276) : «O que quer que tentemos pensar, e seja qual for a maneira por que o façamos, pensamos no espaço de jogo da tradição. Ela reina quando nos liberta da reflexão (Nachdenken) para uma prospecção (Vordenken) — que não significa traçar planos. Não é senão quando, pensando, nos voltámos para o já pensado, que estamos ao serviço do que há ainda para pensar».
[3] Para uma interessante caracterização ào Andenken heideggeriano, nomeadamente na sua diferença em relação à Erinnerung hegeliana, pode consultar-se proveitosamente G. Vattimo, Le aventure della differenza, Milano, Garzanti, 1980, pp. 175 e segs.