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Leere

domingo 28 de outubro de 2018

Leere, le vide, o vazio, emptiness, el vacío

O “vazio” [Leere] também não é a mera insatisfação [Unbefriedigung] de uma expectativa [Erwartung] e de um desejo [Wiinschens]. Ele é apenas como ser-aí [Da-sein], isto é, como a retenção [Verhaltenheit] (cf. Visão prévia, 13. A retenção), o manter-se [Ansichhalten] diante da renúncia hesitante [zogernden Versagung], por meio da qual o tempo-espaço se funda como os sítios instantâneos da decisão [Augenblicksstatte der Entscheidung].

O “vazio” é do mesmo modo e propriamente a plenitude do ainda indecidido [Nochunentschiedenen], a ser decidido [Entscheidenden], o a-bissal [Ab-griindige], o que aponta para o fundamento, para a verdade do ser [Wahrheit des Seins].

O “vazio” é a indigência preenchida do abandono do ser [die erfullte Not der Seinsverlassenheit], mas esse já voltado para o aberto [Offene] e, com isso, referido à unicidade do seer [Einzigkeit des Seyns] e de sua inesgotabilidade [Unerschopflichkeit].

O “vazio” não como o concomitantemente dado de uma precariedade [Mitgegebene einer Bedurftigkeit], como sua indigência [Not], mas muito mais como a indigência da retenção [Not der Verhaltenheit], que é em si um projeto [Entwurf] irrompendo. Assim, ele se mostra como a tonalidade afetiva fundamental [Grundstimmung] do pertencimento mais originário [ursprünglichsten Zugehorigkeit].

A denominação como “vazio” para aquilo que se abre no acontecimento apropriador da retenção [Er-eignung der Verhaltenheit] para a renúncia hesitante [zogernden Versagung] não é, por isso, determinada de maneira apropriada e continua sendo sempre determinada de maneira exagerada a partir do erigir dificilmente superável junto ao espaço da coisa e junto ao tempo do processo. [GA65  :§242; GA65MAC:372]


VIDE: Leere