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A próxima caraterística importante do equipamento é a sua totalidade. O utensílio nunca se encontra isolado, mas pertence a um sistema: "Em sentido estrito, não existe um equipamento. Ao ser de qualquer equipamento pertence sempre uma totalidade de equipamentos, na qual ele pode ser o equipamento que é." Mais uma vez, há o perigo de nos precipitarmos num acordo fácil com Heidegger. O cerne da questão não reside na observação de que o equipamento se encontra sempre em conjunto com (…)
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Graham Harman
Graham Harman (1968). Professor de Filosofia promotor de uma "ontologia orientada a objetos".
Matérias
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Graham Harman (2002:§1) – império-utilitário global
22 de fevereiro de 2024, por Cardoso de Castro -
Graham Harman (2002:195-197) – Geviert, Terra-Céu
25 de outubro de 2024, por Cardoso de CastroChegou o momento de nos voltarmos diretamente para a própria exposição de Heidegger sobre o Geviert, começando com a terra e o céu. Com relação à primeira: “A terra é a portadora servil, florescendo e frutificando, espalhando-se em rochas e água, elevando-se em plantas e animais”. O céu é introduzido com o mesmo entusiasmo: “O céu é o caminho abobadado do sol, o curso da lua mutável, o brilho errante das estrelas, as estações do ano e suas mudanças, a luz e o crepúsculo do dia, a escuridão e (…)
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Graham Harman (2002:243-245) – Zubiri
25 de outubro de 2024, por Cardoso de Castro[…] concordância de Zubiri com Heidegger em várias questões fundamentais:
1. A realidade de uma coisa não pode ser identificada com sua presença, seu des-encobrimento ou (contra a leitura pragmatista) sua utilidade para qualquer agente humano específico.
2. A realidade da coisa é composta tanto pelo fato de que ela é algo específico quanto pelo fato de que ela é alguma coisa. O próprio Zubiri se refere aos polos desse segundo eixo heideggeriano como as dimensões “talitativa” e (…) -
Graham Harman (2002:84-86) – “a coisa formaliter” (ou formallogisches gegenständliches Etwas)
25 de outubro de 2024, por Cardoso de Castro[…] Saber como revelar entidades de fora da esfera do mundo-da-vida, diz ele, é o princípio básico da fenomenologia. [GA56-57] Mas é aqui que algo completamente inesperado acontece. Heidegger nos diz que há dois tipos de teorização.
Por um lado, diz ele, podemos exibir entidades de uma forma que se preocupe com sua vinculação a um determinado nível de referência. Digamos que, em meio ao império global de referência, eu encontre um objeto colorido. Começo tendo uma espécie de relação (…) -
Graham Harman (2002:44-46) – ferramenta e ferramenta quebrada
25 de outubro de 2024, por Cardoso de CastroOs ser-ferramentas (ou seja, todos os entes) recolhem-se ao trabalho de um fundo despercebido; sua fachada sensível não é o que é primário. Na medida em que o contexto referencial domina, o ente não tem regiões. Dissolvidas em um efeito geral de utensílio, os entes desaparecem em um sistema único de referência, perdendo sua singularidade. A ferramenta-sistema é uma totalidade, a totalidade conhecida como mundo. Mas agora nos lembramos de que isso representa apenas metade da história. Apesar (…)
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Graham Harman (2002:197-199) – Geviert, Mortais-Deuses
25 de outubro de 2024, por Cardoso de CastroSe terra e céu apenas repetem um dualismo já conhecido por nós, os deuses e os mortais parecem apresentar um par mais complicado. O primeiro desses termos é apresentado da seguinte forma: “Os deuses são os mensageiros insinuantes da divindade. De fora do domínio oculto desta última, o deus aparece em sua essência, o que o retira de toda comparação com o que vem à presença.” [GA79] Quanto ao outro quadrante da realidade: “Os mortais são os humanos. Eles são chamados de mortais porque podem (…)
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Graham Harman (2002:199-203) – diferenças intra Geviert
25 de outubro de 2024, por Cardoso de CastroA questão restante é se há alguma diferença entre terra e deuses e, da mesma forma, alguma diferença entre céu e mortais. Se cada par consiste apenas em ocultação ou não ocultação, podemos abandonar com segurança o de Heidegger e retornar ao dualismo simples da análise inicial da ferramenta. Na tentativa de responder a essa pergunta, as questões se tornam um pouco mais sutis, embora permaneçam tão inteligíveis quanto antes. Pois é aqui que nossa discussão anterior sobre o curso de palestras (…)
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Graham Harman (2002:86-88) – Ereignis e Vorgang
25 de outubro de 2024, por Cardoso de Castro[…] A dualidade entre a coisa como algo específico e a coisa formaliter marca uma dualidade nas próprias aparições, e não é algo que simplesmente nos aparece em um determinado estado de espírito ou no início de um “começo grego” especial. Por essa razão, a realidade anteriormente descrita sob o nome de “ferramenta quebrada” (ou “espaço” ou “teoria”) não forma mais uma unidade simples em relação ao contexto retirado. A própria aparição se tornou dual.
Mas, talvez ainda mais perturbador, (…) -
Graham Harman (2002:1-2) – ontologia orientada a objetos
1º de janeiro de 2020, por Cardoso de Castronossa tradução
Este livro começa com um comentário pouco ortodoxo sobre o pensamento de Martin Heidegger e termina com um esboço do que será chamado de "filosofia orientada a objetos". Definir esta frase e mostrar como ela surge inevitavelmente a partir dos insights básicos de Heidegger é uma tarefa que é melhor deixar para o corpo do livro. Mas uma breve visualização pode ser do interesse do leitor.
A chave do meu argumento está em uma nova leitura da famosa análise-da-ferramenta em Ser (…) -
Graham Harman (2002:80-83) – dá-se [es gibt]
25 de outubro de 2024, por Cardoso de CastroSomente reconhecendo o domínio mais extremo da oposição ‘ferramenta X ferramenta quebrada’ no pensamento de Heidegger é que ganhamos uma ânsia genuína por qualquer coisa que possa escapar dela. Essa é a razão pela qual os comentaristas anteriores ignoraram o tema que será discutido agora. Até agora, apresentei Heidegger como incapaz de romper o monopólio sufocante da estrutura-como]. Foi demonstrado repetidamente que todas as entidades são “utensílios” no sentido mais amplo do termo. Por sua (…)
Notas
- Graham Harman (2002:194-195) – objeto quádruplo
- Graham Harman (2002:83-84) – a teoria des-munda
- Graham Harman (2002:86) – Stimmung - Befindlichkeit
- Graham Harman (2002:Intro) – análise da ferramenta
- Graham Harman (2002:Intro) – encoberto e des-encoberto
- Graham Harman (2002:Intro) – ôntico, “pertencente à presença-à-mão”
- Graham Harman (2002:Intro) – ser-utensílio
- Graham Harman (2002:Intro) – Zuhandenheit
- Graham Harman (2002:Intro) – “estrutura-como” [Als-Struktur]
- Graham Harman (2007) – o "entre"