É nessas distinções que se pode esclarecer a questão que, num outro contexto, tenho sempre de novo colocado, qual seja, de saber que função desempenha no acontecimento hermenêutico a intenção do autor. Isto aparece claramente no uso cotidiano do discurso, onde não está em questão penetrar na rigidez da escrita. Precisamos compreender o outro; precisamos compreendê-lo, compreender o que ele tinha em mente ao falar. Ele, por assim dizer, não se separou de si próprio, não se fiou nem se expôs, (…)
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Geschehen
Geschehen / aventure / provenir / desenlace / acontecer / occurrence / geschehen / avoir lieu / se produire / advenir / advir
François Vezin traduz Geschehen por "aventure" (enquanto Martineau por "provenir"), porque aventura provém do latim advenire, e assim responde bem a Geschehen.
No antigo francês o verbo "avenir" (advir) o traduziria conforme a mobilidade própria da existência na qual advém o Dasein entre o nascimento e a morte. (LDMH )
A partir de SZ p.371, geschehen ne s’applique qu’au Dasein, par opp. à toute simple « survenue » (Vorkommen). N.p.c. également avec l’idée d’advenue ou d’avènement, qui se trouve plutôt dans Zukommen.
Matérias
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Gadamer (VM): acontecimento hermenêutico
24 de janeiro de 2024, por Cardoso de Castro -
Gadamer (VM): acontecer hermenêutico
24 de janeiro de 2024, por Cardoso de CastroA partir da linguagem, o conceito da pertença já não se determina como a referenciação teleológica do espírito em relação à estrutura essencial do ente, tal como é pensada na metafísica. Ao contrário, o fato de que a experiência hermenêutica se realize no "modo" da linguagem, e que entre a tradição e seu intérprete tenha lugar uma conversação, coloca um fundamento completamente distinto. O decisivo é que aqui acontece algo. Nem a consciência do intérprete é senhora do que chega a ele como (…)
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Gadamer (VM): acontecimento ôntico
24 de janeiro de 2024, por Cardoso de CastroNa realidade, o conceito da decoração tem de ser liberado dessa oposição ao conceito da arte vivencial e encontrar seu fundamento na estrutura ontológica da representação, que já elaboramos como modo de ser da obra de arte. Bastará recordar que o adorno, o decorativo são, por seu sentido originário, o belo como tal. Vale a pena reconstruir esse antigo conhecimento. Tudo o que é adorno, e adorna, está determinado pela sua relação com o que ele adorna, com aquilo em que ele é, com aquilo que é (…)
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Gadamer (VM): acontecimento de linguagem
24 de janeiro de 2024, por Cardoso de CastroNão precisamos, pois, demonstrar a tese de que todo entendimento é um problema de linguagem e de que o sucesso ou fracasso no entendimento só se obtém no elemento da condição de linguagem. Todos os fenômenos do entendimento, da compreensão e da incompreensão, que formam o objeto da assim chamada hermenêutica, representam um fenômeno de linguagem. Mas a tese que pretendo discutir dá um passo ainda mais radical. A tese afirma que não apenas o processo do entendimento entre os seres humanos, (…)
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Gadamer (VM): acontecimento do ser
24 de janeiro de 2024, por Cardoso de CastroEm contrapartida ao modo de pensar da mais recente estética, tínhamos desenvolvido acima o conceito do jogo como o genuino acontecimento da arte. Essa tentativa veio agora a se confirmar no fato de que, também o quadro — e com isso o conjunto da arte não dependente de re-produção — é um acontecimento do ser e, por isso, não pode ser adequadamente entendido como objeto de uma consciência estética, mas, antes, [149] pode ser compreendido em sua estrutura ontológica, a partir de fenômenos como (…)
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Gadamer (VM): acontecimento comunicativo
24 de janeiro de 2024, por Cardoso de CastroAté que ponto o outro compreende o que eu quero dizer, demonstra-se pelo modo como ele prossegue a conversa. Com isso, o compreendido passa da indeterminação de sua direção de sentido para uma nova determinação, que permite ser compreendida ou mal-entendida. E isto o que acontece verdadeiramente no diálogo: O que se tem em mente articula-se, à medida que se torna algo [19] comura. A enunciação individual, portanto, está sempre inserida num acontecimento comunicativo, não podendo ser (…)
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Gadamer (VM): acontecimento histórico
24 de janeiro de 2024, por Cardoso de CastroNas ciências do espírito, porém, essa pressão se exerce como que a partir de dentro. Elas até correm o risco de considerar como verdadeiro aquilo que corresponde aos interesses desses poderes. Uma vez que o seu trabalho carrega em si sempre um momento de incerteza, a confirmação dos outros é de especial importância para elas. Estes serão, como sempre, os especialistas, quando forem "autoridades". Visto, porém, que seu trabalho interessa a todos, a intenção do investigador já busca adequar-se (…)
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Gadamer (VM): acontecimento
24 de janeiro de 2024, por Cardoso de CastroPortanto, esses estudos sobre hermenêutica procuram demonstrar a partir da experiência da arte e da tradição histórica, o fenômeno da hermenêutica em toda a sua envergadura. Importa reconhecer nele uma experiência da verdade, que não terá de ser apenas justificada filosoficamente, mas que é, ela mesma, uma forma de filosofar. A hermenêutica que se vai desenvolver aqui não é, por isso, uma doutrina de métodos das ciências do espírito, mas a tentativa de um acordo sobre o que são na verdade as (…)
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Schürmann (1982:318-320) – destino (Geschick)
16 de junho de 2023, por Cardoso de CastroHacerse un destino o padecerlo, comenzarlo, hacerse cargo de él y acabarlo, no es ese el horizonte en que esas líneas inscriben el Geschick. Desde el momento en que la cuestión de la fenomenología consiste en las modalidades de la presencia, el destino no puede resumirse en la destinación.
Miguel Lancho
«Por la palabra “destino” se entiende habitualmente lo que es determinado y detentado por la suerte: un destino triste, o funesto, o feliz. Esta significación es derivada. “Destinar” (…) -
Zimmerman (1990) – Movimentos modeladores das épocas
20 de novembro de 2024, por Cardoso de CastroΟ entendimento de Heidegger, de que a moderna tecnologia é um meio de revelação das coisas, pode ser clarificado quando inserido no contexto da história da filosofia alemã. Do mesmo modo que Kant, Heidegger acreditava que a tarefa do filósofo era a de descobrir as condições transcendentais que tornaram viável o conhecimento e a acção humanos. Estas condições não são «coisas» em si próprias, mas antes tornam possível a nossa «experiência» objectiva das coisas. Na sua análise à tecnologia (…)