Jamais eliminaremos esse privilégio do homem [o questionar], que o torna um “metafísico” em princípio, que é a própria metafísica em princípio. O ponto de partida está garantido, porque o homem sempre terá o poder de duvidar e, portanto, de questionar. Pois questionar é duvidar. Mas de quê? Dúvida sobre o “real”, dúvida sobre a realidade, dúvida sobre a existência? Mas isto é suspender o assentimento a uma realidade, a uma realidade, a uma existência. A própria dúvida — em sua suspensão — (…)
Página inicial > Palavras-chave > Autores - Obras > Gaboriau / Florent Gaboriau
Gaboriau / Florent Gaboriau
FLORENT GABORIAU (1921-2002)
OBRA NA INTERNET: LIBRARY GENESIS
Entrée en Métaphysique. Paris: Casterman, 1962
Matérias
-
Gaboriau (1962:151-153) – apelo ao questionamento
17 de outubro de 2024, por Cardoso de Castro -
Gaboriau: A la recherche du « Point de départ»
20 de dezembro de 2009, por Cardoso de CastroL’entrée en métaphysique, Florent Gaboriau.
A la recherche du « Point de départ» (le « Cogito » cartésien)
Dans la vie de connaissance, tout part de l’expérience, tout de ce qui aboutit à la technique comme à la science; mais justement puisque tout vient de l’expérience, celle-ci n’est pas le point de départ spécifique de la métaphysique.
Dans la mesure où celle-ci doit effectivement assurer aux autres un fondement, il faut qu’elle se contrôle elle-même rigoureusement. Aussi bien la (…) -
Gaboriau: L’emprise cartésienne : ou le détournement métaphysique
16 de maio de 2009, por Cardoso de CastroExtrait de « L’entrée en métaphysique » de Florent Gaboriau. Casterman, 1962.
Peut-être sommes-nous en mesure de récupérer maintenant une liberté perdue. Une liberté captive depuis des siècles. Le sort de la Métaphysique dépend de cette libération : son régime de vol; son altitude de départ.
Précisons l’objet de ces deux carrefours. L’un concerne le « niveau » propre de la métaphysique à rétablir, l’autre les recherches qui affectent son point de départ. Notre intérêt se porte ici, non (…) -
Gaboriau : Le point de départ est-il l’« Épochê » husserlienne?
30 de julho de 2014, por Cardoso de CastroExtrait de Florent Gaboriau, « L’Entrée en Métaphysique »
Husserl est dans la logique d’une exigence inéluctable, lorsqu’il estime que pour mener effectivement à la « terre promise » de la philosophie, la démarche du « Cogito » doit être radicalisée. Sans doute, « les nombreux exposés qu’a faits Husserl de l’épochê diffèrent profondément les uns des autres, — incomparablement plus que ne diffèrent entre eux les divers exposés du doute chez Descartes ».
Essayons pourtant d’en saisir les (…) -
Gaboriau : Langage et logique de l’argent
16 de junho de 2013, por Cardoso de CastroExtrait de Florent Gaboriau, "Nouvelle initiation philosophique", Tome III.
Aristote fait une distinction — à retenir — entre ktema (la possession, l’acquisition, le bien meuble ou immeuble), et khrema (l’argent, la richesse). Il distingue en conséquence la chrématistique (pratique et technique de l’argent, comme monnaie conventionnelle), et l’économie des biens naturels.
Il y a donc pour le chef de maison et pour le chef de la cité une sorte d’acquisition des richesses conforme à la (…) -
Gaboriau (1962:272-273) – busca do "ponto de partida"
17 de outubro de 2024, por Cardoso de CastroNa vida do conhecimento, tudo começa com a experiência, tudo o que leva à técnica e à ciência; mas, precisamente porque tudo vem da experiência, a experiência não é o ponto de partida específico da metafísica.
Na medida em que a metafísica tem de fornecer um fundamento para as outras, ela tem de se controlar rigorosamente. Portanto, a filosofia do bem é a busca pelo que é primeiro, a άρχη ou o πρῶτον. Ela pode ter sido chamada de “protologia” (V. Gioberti, Della protologia, 1857); assim (…) -
Gaboriau (1963:42-44) – interrogar os fenômenos
17 de outubro de 2024, por Cardoso de CastroConectado ao ser dessa forma, desde o início e em seu primeiro movimento, o ego questiona. Primeiro, ele questiona os fenômenos. Pois é aí que o ser aparece manifestamente para mim.
Só posso ter certeza da solidez dessa aparência examinando — em todas as suas formas — a manifestação, a fenomenalidade. Questionar os fenômenos, então, é deixar que as várias categorias de ser venham até mim e examiná-las, provocando toda uma série de perguntas. O que cada uma delas contém no âmago de sua (…) -
Gaboriau (1962:42-44) – fenomenologia de Heidegger
16 de outubro de 2024, por Cardoso de CastroMartin Heidegger (nascido em 1889) também começou rejeitando a subjetividade absoluta de Husserl; ele exigiu uma saída imediata do “eu”, de cada “eu” que eu mesmo sou. Por outro lado, o que ele define como “Da-sein” aparece para ele como uma essência assombrada, antes de tudo, pela atividade e pela dominação a serem estabelecidas sobre o mundo. A pré-condição metafísica da qual Heidegger parte é, portanto, a imagem especificamente moderna do homem que professa não conhecer nada além do homem (…)
-
Gaboriau (1962:238-245) – Au principe est le logos…
19 de novembro de 2022, por Cardoso de CastroSi la Métaphysique est aussi une « philosophie de la religion », si du moins elle consiste à « vérifier » tout ce qui se dit, pour le passer au crible du réel, rien de ce qui s’écrit, — y compris dans les livres sacrés d’une sagesse comme celle de l’Évangile, — ne saurait laisser indifférent le penseur (ni échapper à sa critique). Sans doute doit-on admettre que l’entière vérité d’un tel message, la portée mystérieuse d’un tel langage, ne puissent passer aux yeux des croyants pour une (…)
-
Gaboriau (1962:44-45) – Dasein
16 de outubro de 2024, por Cardoso de CastroA concepção de “Dasein”, ou seja, do homem, da qual a análise parte, é definida em sua generalidade pelo fato de “ser-no-mundo”. E o “mundo” deve ser entendido, como em Husserl, no sentido do horizonte de significação — um horizonte que o “Dasein” já projetou para além do “ser”, porque esse projeto prévio é, em sua transcendência, a característica fundamental do “Dasein” como tal.
Assim, encontramos em Heidegger o esquema husserliano de sensibilidade, o ato noético e o noeme, basicamente (…) -
Gaboriau (1962:149-151) – questão [Frage]
17 de outubro de 2024, por Cardoso de CastroUm esclarecimento metodológico parece-me crucial aqui, — em relação ao que podemos ler de M. Heidegger em Was ist Metaphysik [GA9] e Einführung in die Metaphysik [GA40].
De acordo com ele, a questão primordial deve ser tirada de Leibnitz (Princípios da Natureza e da Graça, Opp. ed. Gern. tom. VI, 602, n. 7): por que existe algo em vez de nada? (citado na Introdução de Was ist Metaphysik?). Ou novamente (do último panfleto): E quanto ao Bem?
Não nego que essas sejam “questões” (…) -
Gaboriau : Sur les « catégories » d’Aristote
10 de outubro de 2010, por Cardoso de CastroPhénoménologie de l’existence, par Florent Gaboriau
Les commentateurs sont d’accord pour penser qu’Aristote n’a pu déduire les « catégories » d’aucun genre, qu’il les a donc recueillies empiriquement. Mais, selon O. Hamelin Le Système d’Aristote, Alcan, 2e éd. 1931, p. 101, « les tentatives pour trouver le fil conducteur dont il se serait servi sont arbitraires ». Une récente étude de Giovani Reale, « Filo conduttore grammaticale et filo conduttore ontologico nella deduzione delle (…) -
Gaboriau: SYNOPSE DU PARCOURS MÉTAPHYSIQUE
17 de maio de 2009, por Cardoso de CastroExtrait de « L’entrée en métaphysique » de Florent Gaboriau. Casterman, 1962.
SYNOPSE DU PARCOURS MÉTAPHYSIQUE (Étude de ce que sont les choses)
La Métaphysique consiste à décrypter ce monde, à découvrir dans l’observation des phénomènes l’hypothèse sous-jacente cachée au regard sensible, puis à dire ce qu’il y a enfin (en Fin) à ce monde d’Hypothèse Ultérieure, ultra-secrète.
Elle n’est rien d’autre, du début à la fin, du premier au dernier Mot, que l’étude progressive des existences (…) -
Gaboriau (1962:295-297) – "ponto de partida" de Merleau-Ponty
17 de outubro de 2024, por Cardoso de CastroSomos no mundo, ou seja: as coisas tomam forma, um imenso indivíduo se afirma, cada existência compreende a si mesma e às outras. Tudo o que temos a fazer é reconhecer esses fenômenos, que formam a base de todas as nossas certezas .
Esse ponto de partida permite que Merleau-Ponty descarte desde o início o que ele vê como uma segunda “racionalização” disso: seja a “crença em um espírito absoluto” (do idealismo) ou a “crença em um mundo separado de nós” (do realismo completo). Ele responde: (…) -
Gaboriau (1962:212-215) – Sobre a Fenomenologia segundo Edith Stein
23 de março de 2022, por Cardoso de CastroMéthode « La déduction au sens traditionnel du terme n’est pas ce qui correspond à la méthode phénoménologique: Son processus est au contraire de « décel » (Aufweis) réflexif : d’abord, analyse régressive, qui part du monde tel qu’il nous est donné à nous dans la disposition de nature (in der naturlichen Einstellung); puis les actes et les complexes d’actes que l’on décrit, et dans lesquels le monde des choses se constitue pour la conscience; finalement le fleuve temporel (ou le flux, (…)
-
Gaboriau (1962:298-299) – o verdadeiro cogito inicial
17 de outubro de 2024, por Cardoso de CastroConcluamos com uma longa e luminosa citação, do que M. Merleau-Ponty considera “o verdadeiro Cogito inicial”, e também a “situação inicial, constante e final” da exploração filosófica:
O Cogito até agora desvalorizava a percepção dos outros, ensinava-me que o eu é acessível apenas a si mesmo, já que me definia pelo pensamento que tenho de mim mesmo e que sou obviamente o único a ter, pelo menos nesse sentido último. Para que o outro não seja uma palavra vazia, minha existência nunca deve (…) -
Gaboriau (1962:44-45) – logos
17 de outubro de 2024, por Cardoso de CastroAlém de Hegel, Heidegger leva sua inspiração de volta à filosofia grega primitiva. A existência do homem, que vimos determinar tudo, agora se encontra como “ek-existência”, colocada, alojada em um todo que a transborda e que é chamado de “ser” (Sein, fato de ser, ato de ser). Situado como tal, além de todas as determinações, o ser, no entanto, se expõe no que é como seu repositório: esse cantão do universo do céu e da terra. Como o “pastor do ser”, o homem cuidará de si mesmo, tendo o (…)
-
Gaboriau – Synopse du parcours métaphysique
23 de março de 2022, por Cardoso de CastroLa Métaphysique consiste à décrypter ce monde, à découvrir dans l’observation des phénomènes l’hypothèse sous-jacente cachée au regard sensible, puis à dire ce qu’il y a enfin (en Fin) à ce monde d’Hypothèse Ultérieure, ultra-secrète.
Florent Gaboriau - L’entrée en Métaphysique (Casterman, 1962)
La Métaphysique consiste à décrypter ce monde, à découvrir dans l’observation des phénomènes l’hypothèse sous-jacente cachée au regard sensible, puis à dire ce qu’il y a enfin (en Fin) à ce (…) -
Gaboriau : AUX ABORDS DE LA MÉTAPHYSIQUE
7 de setembro de 2015, por Cardoso de Castro"Repetitorium" au final du tome "L’entrée en métaphysique", de l’excellent cours de Florent Gaboriau, "Nouvelle initiation philosophique" (Casterman 1962).
-* AUX ABORDS DE LA MÉTAPHYSIQUE APPROCHE Dispositions d’esprit suggérées par le début de la Première Méditation Métaphysique (Descartes), et appliquées à notre recherche (philosophie primordiale) : a) remise en cause totale, allant jusqu’aux principes, aux origines, aux tout-débuts (arche) : archologie, pourrait-on dire, s’occupant (…)
Notas
- Gaboriau (1962:273-274) – "ponto de partida" é necessário?
- Gaboriau (1962:273-274) – "ponto de partida" é o fato de um sujeito?
- Gaboriau (1962:273-274) – "ponto de partida" é um fato?
- Gaboriau (1962:274) – "ponto de partida" é uma experiência?
- Gaboriau (1962:274-275) – "ponto de partida" é a evidência?
- Gaboriau (1962:277) – "ponto de partida" é uma verdade fundamental?
- Gaboriau (1962:48) – dialética hegeliana e heideggeriana
- Gaboriau (1962:61) – Espera de Deus
- Gaboriau (1962:80-81) – o enigma "ser"