NO MUNDO DE HOMERO, a falta de gratidão é um dos sinais mais seguros de que um personagem é deficiente. Já vimos que Homero explica a morte de Ajax em termos de sua autossatisfação e falta de gratidão, mas esse tema retorna várias vezes nas obras homéricas. Talvez o exemplo mais importante seja encontrado no comportamento dos pretendentes de Penélope.
Enquanto Odisseu está longe de casa, vários príncipes itacenses estão determinados a se casar com sua esposa Penélope e, assim, tomar posse (…)
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theion / θεῖον / theíon / θεῖος / theios / feriae / θεία / theia / θείες / theies / θεϊκός / theikos / θεός / theos / θεοί / theoi / θεά / thea / θεολόγια / theologia / theogonia / ἐνθουσιασμός / enthousiasmos
[…] a pergunta sobre ο ὄν ᾗ ὄν (sobre ο ente enquanto tal) mantém-se aí numa conexão certamente obscura com a pergunta sobre o ente no seu todo (θεῖον). [GA3 ]
Matérias
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Dreyfus & Kelly (2011:72-74) – respeito aos deuses e sacrifícios
3 de novembro de 2024, por Cardoso de Castro -
Dreyfus & Kelly (2011:61-63) – arete (excelência) e os deuses homéricos
3 de novembro de 2024, por Cardoso de CastroOs poemas épicos de Homero trouxeram à tona uma noção de arete, ou excelência na vida, que estava no centro da compreensão grega do ser humano. Muitos admiradores da cultura grega tentaram definir essa noção, mas para ter sucesso aqui é preciso evitar duas tentações importantes. Há a tentação de ser condescendente, que já mencionamos. Mas há também a tentação de ler uma sensibilidade moderna na época de Homero. Uma tradução padrão da palavra grega arete como “virtude” corre o risco desse (…)
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Dreyfus & Kelly (2011:62-64) – gratidão
3 de novembro de 2024, por Cardoso de CastroOs deuses são essenciais para a compreensão grega homérica do que é ser um ser humano. Como Peisistratus — o filho do velho e sábio Nestor — diz no início da Odisseia: “Todos os homens precisam dos deuses.” Os gregos estavam profundamente conscientes das maneiras pelas quais nossos sucessos e fracassos — na verdade, nossas próprias ações — nunca estão completamente sob nosso controle. Eles eram constantemente sensíveis, maravilhados e gratos por aquelas ações que não se pode realizar por (…)
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Dreyfus & Kelly (2011:74-76) – daquilo a ser admirado e grato
3 de novembro de 2024, por Cardoso de CastroO FENÔMENO DA GRATIDÃO e a admiração formam o pano de fundo de toda a compreensão de Homero sobre a existência humana: Homero encontra coisas pelas quais se maravilhar e ser grato que nossas teorias modernas quase sempre encobrem. Veja um dos exemplos mais simples: o sono. Na Ilíada, o próprio Sono é um deus — pelo menos uma vez é mencionado como o “senhor de todos os deuses e de todos os homens” (Hom. Il. 14.230ss). Na Odisseia, entretanto, como vimos, o sono é principalmente um poder que (…)
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Dreyfus & Kelly (2011:82-84) – deixar-se sintonizar pelos deuses
3 de novembro de 2024, por Cardoso de CastroOS GREGOS HOMÉRICOS estavam abertos para o mundo de uma forma que mal conseguimos compreender. Com toda a nossa habilidade moderna de introspecção de nossos estados internos, tendemos a pensar que as melhores atividades humanas são aquelas que são pensadas internamente, completamente e bem. Tendemos até mesmo a pensar em nossos estados de espírito como experiências privadas, internas, às quais os outros não têm acesso. Os gregos, por outro lado, se sentiam como cabeças vazias voltadas para (…)
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Dreyfus & Kelly (2011:77-81) – não somos a única fonte agente das ações
3 de novembro de 2024, por Cardoso de CastroNÃO É PRECISO acreditar que os deuses gregos realmente existem para obter algo profundo e importante do senso de sagrado de Homero. No entanto, é preciso rejeitar a ideia moderna de que ser um agente humano é ser a única fonte de suas ações. Como essa noção moderna de agência humana é tão difundida, ela pode nos levar a agir de maneiras que escondem os fenômenos aos quais Homero era sensível. Para ver isso, vamos explorar brevemente a visão moderna.
É natural e intuitivo para nós — de (…)