Para ele [Heidegger], o modelo de toda a estranheza , a estranheza da referência, é o do Ser em relação ao ente. O Ser, enquanto acontecimento, dádiva, significado, é “absolutamente outro” que cada ente, embora esteja oculto nele — a nossa relação com o Ser é necessariamente obscurecida pela nossa relação com o ente. A compreensão da estranheza é, pois, antes de mais, essencialmente, a compreensão da “diferença ontológica” entre o Ser e o ente. Mas desta diferença propriamente dita a (…)
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Salanskis / Jean-Michel Salanskis
JEAN-MICHEL SALANSKIS (1951)
Obra na Internet: Internet Archive; Library Genesis
SALANSKIS, Jean-Michel. Heidegger. Paris: Belles Lettres, 1997.
SALANSKIS, Jean-Michel. Le temps du sens. Orléans: Hyx, 1997b
Matérias
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Salanskis (1997b:102-104) – temporalização
29 de novembro de 2024, por Cardoso de Castro -
Salanskis (1997b:58-60) – realização hermenêutica
29 de novembro de 2024, por Cardoso de CastroDo ponto de vista da nossa reflexão sobre Heidegger, a Ciência e o pensamento, duas observações são naturais.
Por um lado, a identificação da origem da hermenêutica como uma prescrição deveria ter aproximado a ideia que Heidegger tinha dela da ciência formal: esta, na altura em que ele escrevia, abraçava cada vez com menos reserva uma modalidade axiomática, segundo a qual toda a elucidação era secundária em relação ao “lançar dos dados” prescritivo inaugural dos axiomas, uma espécie de (…) -
Salanskis (1997b:51-53) – o círculo hermenêutico segundo o §63 de Ser e Tempo
29 de novembro de 2024, por Cardoso de CastroAssim, começamos por analisar o § 63 de Sein und Zeit, um texto que o próprio Gadamer admite, em Verdade e Método , ser de certo modo o texto fundador de uma certa ideia de hermenêutica, cujo elemento decisivo é a noção de “círculo hermenêutico”.
Nesta passagem, Heidegger destaca e discute um modo de progresso que lhe é próprio, algo como a sua “metodologia”. A passagem, desta forma, retorna ao que foi “decidido” logo no início de Sein und Zeit, e esclarece o sentido que deveria ser dado à (…) -
Salanskis (1997b:57-58) – hermenêutica e palavra
29 de novembro de 2024, por Cardoso de CastroA explicação da recusa a priori de Heidegger do caminho formal da hermenêutica, quer esta recusa seja “consequente”, “justa” ou não, encontra-se mais precisamente na acentuação, pelo segundo Heidegger, da dimensão de pertença ao Ser, na sua descrição posterior daquilo a que chama então a relação hermenêutica.
Para compreender isto, temos à nossa disposição um texto muito útil, “De uma conversa sobre a linguagem…” [GA12:87-140], no qual Heidegger retraça, por assim dizer, a totalidade do (…) -
Salanskis (1997b:60-62) – relação hermenêutica
29 de novembro de 2024, por Cardoso de Castro[…] No discurso formal, a relação seria a moeda ou algo do gênero [do comércio]. Mas não é com a duplicidade que o homem se relaciona como fonte de abastecimento, mas com o requisitador, a requisição, o Bezug afirma a pertença do homem. Isto repete e agrava o que acabamos de ver, que excluía a “economia” formal. Significa que a duplicidade não é verdadeiramente voz , e que a ligação obrigatória à duplicidade nunca pode ser traduzida ou medida no comércio ansioso entre os atores discursivos (…)
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Salanskis (1997b:48-50) – O enunciado "a ciência não pensa" e a ontologia
29 de maio de 2017, por Cardoso de CastroO primeiro modo como a afirmação de Heidegger faz sentido no interior da palavra heideggeriana é o que poderíamos chamar o modo ontológico. É primordial em três sentidos sobrepostos: na medida em que corresponde à primeira época do pensamento de Heidegger, quer ao nível da cronologia estrita, na medida em que faz parte de uma espécie de camada fundadora de todo este pensamento, quer ao nível da ordem interna do desenvolvimento do enunciado heideggeriano, na medida em que é, finalmente, a (…)