Convido o leitor a considerar comigo o conceito que cerca a realidade, o conceito do qual a realidade é o núcleo realizado, o conceito português do poder. A potencialidade é realidade in statu nascendi, ou, para falarmos tecnicamente, a potencialidade acrescida da necessidade resulta em realidade. O verbo poder significa, portanto, quase exatamente aquilo que Heidegger tenta pensar ao dizer que o nada nadifica. Poder significa não-ser tendendo para ser. Poder, como demonstra claramente o (…)
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Mögen / vermögen / Seelenvermögen / Unvermögen
Seelenvermögen / pouvoirs de l’âme / facultés psychiques / faculdades da alma / faculties of the soul
Matérias
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Flusser (2021:151-154) – poder - potencialidade - possibilidade
13 de outubro de 2024, por Cardoso de Castro -
Derrida (2008:340-343) – logos
12 de março de 2024, por Cardoso de Castrodestaque
No § que se segue [em GA29-30] à confissão sem confissão, e ao compromisso de se afastar da Täuschung a propósito da Täuschung em Sein und Zeit, Heidegger sublinhará sucessivamente, colocando-as em itálico, as palavras "Möglichkeit" (possibilidade) e "Vermögen" (poder, faculdade, etc.). A raiz comum, Mögen, de que já falamos longamente, autoriza esta transição, mesmo que seja grave. A essência do logos, recorda-nos Heidegger, reside no facto de nele residir a possibilidade (…) -
Richardson (2003:599-601) – o coração do homem
16 de dezembro de 2023, por Cardoso de Castrotradução parcial
Ao saudar o pensador no Ser, o Ser transmite-se a ele como dom, e este dom é o que constitui a essência do pensador, a dotação pela qual ele é. Além disso, o Ser não só concede o dom, mas conserva, preserva, sustenta-o, ou seja, continua a ser o "sustento" permanente do pensamento. Este dom repousa naquilo a que Heidegger escolhe agora chamar o "coração" do homem.
original
In hailing the thinker into Being, Being imparts itself to him as gift, and this gift is what (…) -
Agamben (2015:275-277) – paixão, como potência passiva e mögen
12 de outubro de 2024, por Cardoso de CastroPara compreender o problema que é aqui evocado, é necessário aproximá-lo do tema da liberdade tal como é exposto nas últimas páginas de Vom Wesen des Grundes [GA9]. Mais uma vez, a dimensão da facticidade (isto é, da facticidade original ou transcendental) é aqui essencial:
Existir significa sempre: no meio do ente, ser em relação com o ente — com aquele que não é no modo do Dasein, consigo mesmo e com seu semelhante — e isso de tal modo que na própria relação emotivamente situada, aquilo (…)