A segunda parte da aula O que chamamos pensar? [GA8] — que pode aqui ser considerada como texto de referência — segue um movimento de conjunto especialmente revelador. Desde a primeira aula, estamos confrontados com a «clivagem»: apresentando os múltiplos sentidos da sua interrogação, Heidegger distingue logo entre a determinação do pensamento que tem, desde sempre, força de lei («como é que aquilo que é aqui nomeado pensamento está circunscrito na doutrina tradicional do pensamento?») e a (…)
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Gedächtnis / Erinnerung / Gedanc
Gedächtnis / mémoire / memória / memory / Erinnerung / recordação / recuerdo / lembrança / remembering
Matérias
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Zarader (2000:86-88) – o pensamento
30 de outubro de 2024, por Cardoso de Castro -
Schutz (1979:63-65) – experiências enquanto estão presentes
17 de junho de 2023, por Cardoso de CastroA lembrança de uma experiência do mundo exterior é relativamente nítida, uma sequência de acontecimentos externos, um movimento talvez, pode ser lembrada numa livre reprodução, isto é, escolhendo-se arbitrariamente determinados pontos da duração. A reprodução de experiências da percepção interior é incomparavelmente mais difícil; aquelas percepções internas próximas do amago absolutamente privado da pessoa são irrecuperáveis no que diz respeito a seu “Como”, e no máximo pode-se apreender o (…)
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Ricoeur (1991:151-152) – identidade em Locke
2 de fevereiro de 2024, por Cardoso de CastroLucy Moreira Cesar
1. Os filósofos de língua inglesa e de cultura analítica aprenderam em primeiro lugar em Locke e em Hume que sem o fio condutor da distinção entre dois modelos de identidade e sem o auxílio da mediação narrativa, a questão da identidade pessoal perde-se nos arcanos de dificuldades e de paradoxos paralisantes.
Do primeiro, a tradição ulterior reteve a equação entre identidade pessoal e memória. Mas é preciso ver ao preço de que inconsistência na argumentação e de que (…) -
Ricoeur (2000:5-7) – Memória e Imaginação (nota inicial)
28 de novembro de 2023, por Cardoso de CastroAo submeter-se ao primado da questão "o quê", a fenomenologia da memória confronta-se desde logo com uma formidável aporia que a linguagem corrente suporta: a presença em que parece consistir a representação do passado parece ser, de facto, a de uma imagem. Dizemos indistintamente que representamos um acontecimento passado ou que temos uma imagem dele, que pode ser visual ou auditiva.
En se soumettant au primat de la question « quoi ? », la phénoménologie de la mémoire se voit confrontée (…) -
Didier Franck (1998:380-383) – a memória
12 de janeiro de 2024, por Cardoso de CastroDo eterno retorno, e do princípio segundo o qual o orgânico é apenas um caso particular do inorgânico, Nietzsche tira a seguinte conclusão: “A matéria inorgânica, embora na maioria das vezes fosse orgânica, não aprende nada, está sempre sem passado! Se fosse de outra forma, nunca poderia haver repetição – porque, da matéria, sempre nasceria algo com novas qualidades, com novo passado.” A repetição que assegura a constância do mundo e dos corpos que nele vivem supõe, portanto, como condição (…)
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Figal (2007:§31) – ser no tempo
12 de janeiro de 2024, por Cardoso de CastroCasanova
Algo acontece, mas ele acontece a alguém ou por meio deste alguém mesmo. As duas coisas juntas também são possíveis, até mesmo habituais: nós podemos fazer algo e nos transformar em meio a este fazer. Ou fazemos algo e nos transformamos aí sem uma intenção prévia; só constatamos subsequentemente o fato de termos nos tornado outros. Tal como todo e qualquer movimento, aquilo que fazemos acontece no tempo e possui o seu tempo. Todavia, sempre experimentamos o tempo e a nós mesmos no (…)
Notas
- Agamben (2012) – fidelidade ao seu próprio limite interior
- Agamben (2022) – Cada presente contém uma parte de não-vivido
- Arendt (RJ:165) – objeto do pensar
- Fuchs (2018:56-58) – Memória situativa
- Fuchs (2018:60-61) – Memória incorporativa
- Jean-Louis Chrétien (2014) – memória [Gedächtnis]
- Jean-Louis Chrétien (2014) – “Tornei-me uma pergunta para mim mesmo”
- Krell (1989) – memória
- Merleau-Ponty (1955/2015:Cours du lundi) – o problema da memória
- Richardson (2003:46-47) – Cotidianidade [Alltäglichkeit]
- Ruin (2019:18-20) – lembrança do morto
- Ruin (2019:20-21) – a morte do outro em Levinas
- Zarader (2000:90-91) – o pensamento